Sunday, April 25, 2004



Domingo, 25 de Abril, 2004

  O preço da liberdade


Para quem não é assinante do UOL, clique aqui para versão original em inglês.

Esse texto é interessante por vários motivos. Primeiro, serve como bom exemplo da agenda ideológica do NY Times.

Segundo, mostra exatamente o que essa ideologia prega. As pessoas de fora dos EUA talvez não tenham idéia da quantidade de pessoas daqui que acreditam que o Estado deveria cuidar de tudo e todos, e do tanto de dinheiro que é gasto atualmente nesse tipo de "programa".

Em São Francisco, por exemplo, qualquer pessoa pode receber 400 dólares do governo. Não é preciso provar que está procurando emprego ou que não use drogas. Em muitos casos não é nem preciso provar que está legalmente no país! O único requisito é não estar empregado. Basta se cadastrar e pronto.

Adivinhem qual é o dia em que a atividade dos traficantes é mais alta em São Francisco? O dia do pagamento da ajuda do governo, claro. Não é muito difícil adivinhar também qual é a cidade que tem mais mendigos, e qual é o Estado com a maior dívida pública nos EUA.

Voltando ao NY Times, essa Nicole Goodwin saiu de casa porque brigava com a mãe, se alistou no exército ("sem esperar ir para a guerra"), ficou grávida no meio do processo, e agora que acabou o seu serviço militar (algo já determinado desde o começo), qual é o seu problema? Não pode voltar a morar com a mãe porque brigam muito. Pior de tudo, agora carrega uma criança que não tem aonde morar.

De alguma maneira, a sociedade é culpada por tudo isso. Apesar de já pagar o abrigo (com suas 3 refeições diárias), o ônibus, o seguro desemprego, todo o resto da estrutura da cidade (que ela não ajuda a sustentar já que não paga imposto nenhum), os culpados pela situação somos nós!

E além de tudo isso, temos que nos sentir mal porque ela tem que levantar cedo do abrigo para procurar emprego?

E para o pessoal que não conhece os EUA, eu asseguro: Se essa mulher quiser, ela arranja emprego. Pode não ser um emprego que pague muito, mas vai pagar mais do que o seguro desemprego. E para os que vão dizer que ela não tem chance de evoluir, que vai ser renegada à um emprego ruim para sempre, o próprio artigo mostra que a história não é bem assim. Afinal, Colin Powell veio do mesmo bairro, e estudou na mesma escola.

Mas para alguns isso não é suficiente. De alguma maneira, em suas mentes “solidárias”, a sociedade (eu incluso) deveria garantir que a vida dela fosse igual à minha. Ou talvez igual à do Colin Powell.