Monday, April 18, 2005



Terça, 19 de abril, 2005

Noruega e o limite do modelo escandinavo

Drogados perambulando pelo centro. Falta de policiamento nas ruas. Escolas sem os materiais apropriados e bibliotecas desatualizadas.

Essa é a Noruega que Bruce Bawer,um escritor free lance que mora em Oslo, descreve para o NYT.

Além desses problemas sociais, Bawer fala sobre o altíssimo custo de vida em Oslo: Uma pizza grande custa de $34 a $48 dolares ($10 nos EUA), um galão de gasolina custa $6 ($2 nos EUA), e um gim-tônica custa $15.

De acordo com um estudo da KPMG, essa situação não deveria ser surpresa para ninguém. Quando a renda disponível foi ajustada em relação ao custo de vida, os países escandinavos são os mais pobres da Europa Ocidental: Dinamarca o mais pobre, Noruega segundo e Suécia o terceiro. Espanha e Portugal, dois países mais 'liberais', lideram a lista dos mais ricos.

Falando sobre a europa no geral, Bawer cita um estudo do Johan Norberg, um escritor sueco, que mostra que o crescimento econômico dos EUA nos últimos 25 anos foi de 3%, comparado com 2.2% na União Européia. Apesar de parecer próxima, essa diferença fez com que a economia americana quase dobrasse, enquanto a européia cresceu pouco mais de 50%. O poder de compra nos EUA é de $36.100 per capita, e na E.U. é de $26.000.

O artigo completo do Norberg é bem interessante, e pode ser lido aqui. Vale notar como a evolução da Suécia se deu quando a proporção dos gastos do governo em relação ao PIB eram bem menores... Exatamente como no caso da Irlanda.

Algun tempo atrás eu li In Defense of Global Capitalism, também do Johan Norberg. O livro é um paraiso de estatísticas, e um dia desses quando tiver tempo postarei algumas das mais interessantes.

Mas a mensagem é simples: A partir do momento em que um País deixa seus custos governamentais passarem da barreira de 35, 40%, a coisa vai pro brejo. Os escandinavos conseguiram uma melhora fantástica quando abriram suas economias, e atualmente estão sacrificando suas riquezas e infraestrutura em nome da "igualdade social". O processo é sempre insustentável, e a escolha é sempre a mesma: cortar benefícios ou aumentar impostos. Os impostos europeus, principalmente na Escandinávia, já estão no limite. A reforma do sistema é somente uma questão de tempo.

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