Sexta, 17 de dezembro, 2004
Privatização do Social Security americano
A quantidade e disparidade do que vem sendo falado sobre essa proposta de privatização do Social Security americano é incrível.
A primeira impressão é que esta é só mais uma disputa entre o pessoal a favor do Estado paizão e o pessoal do cada um por sí. Um diz que o retorno nos investimentos privados seria de no máximo 4%, o e outro diz que seria no mínimo 6.5%. Um diz que o modelo chileno é um fracasso, e o outro diz que é um sucesso.
O interessante é que eu acho que os dois lados estao certos, dependendo de como se analisa a situação. Antes de mais nada, vale lembrar o que o Social Security realmente é: um esquema de redistribuição de renda eterno. Os trabalhadores atuais pagam quase 13% do que ganham e esperam que os trabalhadores do futuro farão o mesmo. A possibilidade de se privatizar esse esquema é uma falácia.
O que o governo Bush está querendo fazer é acabar com essa redistribuição. Porém, para manter a tal "seguridade", o governo continuará metido no sistema. A contribuição será forçada, os investimentos limitados para evitar perdas, e os aposentados atuais continuaram no sistema antigo.
Uma privatização de verdade seria simplesmente devolver o dinheiro para os trabalhadores e deixar que os mesmos decidissem aonde e como investir, criando incentivos aqui e ali, e só. Exatamente como já acontece nos planos 401k. O perigo de perda seria maior, a possibilidade de ganhos maior, e sobretudo a responsabilidade seria individual.
Tal proposta nunca seria aceita. Uma parcela grande da população americana ainda prefere que o papai Estado cuide das decisões. Acham o ser humano muito fraco e sem controle. E se alguém resolvesse gastar todo dinheiro em Las Vegas? Coitadinho!
O plano de Bush é somente um band-aid. O governo dá uma impressão de liberdade mas continua calling the shots. A maior vantagem é eventualmente acabar com esse esquema de pirâmide atual, que tem como único destino o aumento continuo de impostos e diminuição de retorno.
Não é nenhuma maravilha, but I'll take it.
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