Wednesday, August 31, 2005

New Orleans

Quando uma tragédia natural como essa acontece, a reação natural da maioria é tentar achar lógica no caos. Uns acham conforto em Deus, outros preferem culpar o diabo.

O Solon foi quem lembrou disso primeiro, e vem escrevendo muito bem sobre o assunto.

Mesmo o pessoal que culpa o Global Warming pelo desastre lembra que, why not, o mesmo também é culpa do Bush.

Deixando essas coisas de lado, claro que existem considerações sobre o que poderia ter sido feito para evitar a tragédia. Como dizem por aqui, hindsight Is 20/20. O mesmo tipo de discussão aconteceria se um terremoto gigante atingisse a Califórnia, ou algo do tipo.

Vale lembrar que a maior parte do dano à New Orleans veio da quebra das barragens, que só existem devido à inusitada e perigosa localização da cidade (abaixo do nível do mar, e enfiada entre o Lago Pontchartrain e o Rio Mississipi). A Slate tem um artigo muito bom que explica o porquê de New Orleans ter sido construída dessa maneira.

Enfim, não há muito o que dizer. A população daqui já esta se mobilizando, e de resto é torcer para que os mortos não sejam muitos, e que os desabrigados tenham força nessa hora difícil. O governo daqui pode ter vários defeitos, mas nessas horas geralmente faz um bom trabalho. A recuperação da cidade deve durar meses.

Se existe algo que se pode tirar de uma situação dessas é a lembrança de quão frágil nossa civilização ainda é. O que não deixa de ser um lembrete para que as pessoas aproveitem a vida. Nada é garantido.

Mitos do inglês

Resolvi escrever sobre certas características do inglês depois de ler esse texto do André sobre cursos de inglês no Brasil. Na verdade, esse é um tema que sempre achei interessante e mal compreendido. O assunto é longo, para mais de um post. Mas vamos por partes.

Primeiro, o mito de que o inglês é uma língua fácil. Comparativamente, isso pode até ser verdade para os brasileiros. Afinal, o alfabeto é o mesmo, e apesar de não ser uma língua latina, o inglês tem algumas palavras parecidas e regras gramaticais não muito difíceis.

Mas essa facilidade do inglês é muito, muito exagerada. Principalmente quando seu objetivo é fluência.

O problema principal para os brasileiros é a pronúncia.

Geralmente, as pessoas acham que o som mais difícil (e muitos acham que esse é o único fonema do inglês que não existe no português) é o "Th". Sem dúvida esse é um dos problemas, já que falar "Thanks" sem o th vira "Tanks".

Mas existem muitos outros casos que causam grande confusão para os brazucas. Por exemplo, a diferença entre m e n. Em português, m e n tem basicamente o mesmo som. Tombo, tonto, também, tanto, todos usam o m com som de n. Ou então tem som do ão, como em foram e encontraram.

Em inglês o m tem sempre som de m, e a diferença com o n é bem importante. A pronúncia não é muito simples, principalmente no meio de frases. Can e Cam, Pan e Pam, Den e Dem por exemplo, são claramente diferentes. Ou então palavras como item (pronunciado como airam), que tem um som fechado no fim que é completamente estranho ao português.

Outro problema muito comum para os brasileiros é o ed no final das palavras. Tende-se a usar o som de i depois do d, ou então pronunciar o d mudo em todas situações. Em inglês, o ed no final da palavra varia de som. Às vezes, o e não é pronunciado (played, called), e outras vezes o d mudo soa como t mudo (hooked). Ficar pior ainda quando a consoante anterior tem um som parecido, como em k (choked), ch (patched), etc.

Pelo que eu lembro, os cursos de inglês no Brasil perdem muito tempo com gramática e vocabulário, e muito pouco com pronúncia. E na prática, um americano irá entender muito melhor uma pessoa que tenha um vocabulário pequeno e que cometa um erro aqui e ali de gramática do que alguém que não saiba a diferença ao falar shit e sheet.

Saturday, August 27, 2005

Interrompemos nossa programação



Volto na quarta. Quinta sem falta. Talvez Sexta.

Friday, August 26, 2005

A tie is like kissing your sister

A NHL (Liga nacional de hóquei no gelo) mudou suas regras para a temporada 2005, e agora todas as grandes ligas de esporte dos EUA tem pelo menos uma coisa em comum: Os jogos não podem acabar empatados.

Frank Deford fala sobre isso (leia o texto aqui), e explica como a cultura americana odeia empates. De quebra, ele esclarece um dos mistérios mais analisados por sport-pundits pelo mundo: Porquê diabos os americanos não gostam de futebol?

Esse Deford é muito bom.

Thursday, August 25, 2005

Ainda sobre a cegueira ideológica

Ler a Folha nesses últimos dias está sendo ótimo. Eles não passam um dia sequer sem mostrar (inconscientemente, claro) a loucura ideológica que encobre o Brasil.

No jornal de hoje, temos dois bons exemplos. O primeiro é sobre uma palestra do ministro da Educação, Fernando Haddad, dada num grupo de conferências chamado "O Silêncio dos Intelectuais".

Haddad sugere que:
"...parte desse silêncio pode ser fruto do surgimento de uma nova classe social após 1968. Essa classe, composta pelos que dominam o processo de inovação do conhecimento, não poderia ser enquadrada, a partir da análise marxista nem como proletariado nem como burguesia.

Essa classe criativa passa a ser também parte da explicação da piora dos indicadores de desigualdade nos últimos 20 anos. Ela não produz mercadorias, mas seu processo de inovação dá ensejo a um lucro extraordinário que é repartido entre ela e os detentores dos meios de produção. Portanto, não é uma classe propriamente explorada, como é o trabalhador tradicional, mas não deixa de ser alienada de sua produção intelectual."


O segundo texto tem o título de Sociólogo afirma que PT expressa nova classe social. O sociólogo no caso é Francisco de Oliveira, autor do livro "Crítica da Razão Dualista".

Segundo o artigo:
"Inspirado no marxismo, Oliveira procura explicar as transformações políticas a partir das relações de classe. O que caracteriza a história recente do Brasil é o fato de que os sindicalistas tornaram-se capitalistas sem capital: deixaram de ser trabalhadores sem terem se convertido em empresários. Eles não são burgueses porque não têm a propriedade das empresas, mas controlam os recursos públicos que o capital precisa para sobreviver."

É por essas e outras que eu acho que essa crise é completamente fútil.

Wednesday, August 24, 2005

A fantasia continua

"O PT passou a vida vendendo sonhos. Entregou o mais nefando pesadelo em apenas dois anos e meio de governo.

É um caso de estudo para a ciência política universal. Já escrevi neste espaço uma e outra vez que o PT fez a mais radical e rápida guinada para a direita de que se tem notícia na história partidária do planeta."


Clóvis Rossi para a Folha de hoje.

Tuesday, August 23, 2005

Cegueira ideológica

Algumas pessoas não entenderam bem este post sobre as 10 lições do Emir Sader. Acharam que eu não percebi que ele fazia uma mea-culpa. Eu entendi sim. O ponto a se considerar não é que esse pessoal está finalmente admitindo a corrupção do PT. Seria impossível não admitir. O negócio é notar como esse pessoal acreditava, de verdade, que a esquerda era pura e incorruptível!

Mais um bom exemplo sobre esse assunto aparece nesse texto da Folha (aonde mais?) de hoje, escrito por Marisa Bittar e Amarilio Ferreira Jr., doutores em história social pela USP:

"Hoje, estamos ante outra crise gravíssima envolvendo a esquerda. Porém, crise de natureza distinta. O núcleo dirigente do PT, por meio da triangulação que atacava os cofres públicos objetivando a continuidade do seu projeto de poder, introduziu uma prática estranha à esquerda, corroendo-a por dentro.
Esse erro histórico será muito mais pesado de carregar do que o de 1935 e não atinge apenas o PT mas também o patrimônio mais caro de toda a esquerda: os seus princípios éticos, que, aliás, sempre a distinguiram de todas as demais forças políticas. A história registra que, no caso dos comunistas, por exemplo, ainda que criticados ideologicamente, sempre foram respeitados e até admirados pelas virtudes éticas e morais subjacentes a sua prática política.
A atual crise indica que, infelizmente, o PT deu pouca importância à história do Brasil e da esquerda, minando seus valores mais altos e dificultando a possibilidade histórica de construirmos uma sociedade fundada no bem comum. Agora, será mais difícil remar contra a maré ideológica conservadora para continuarmos acalentando as nossas utopias. "


Seria engraçado se não fosse trágico.

Sunday, August 21, 2005

What Cindy Sheehan Really Wants

"This is an argument, about a real war, that deserves moral seriousness on all sides. Flippancy and light-mindedness have no place. Cindy Sheehan's cheerleader Michael Moore has compared the "insurgents" in Iraq to the American minutemen and Founding Fathers. Do I taunt him for not volunteering to fight himself in such a noble cause? Of course I do not. That would be a low and sly blow. Do I say that he is spouting fascistic nonsense? Of course I do. Is Cindy Sheehan exempt from any verdict on her wacko opinions because of her bereavement? I would say that she is not. Has she been led into a false position by eager cynics who have sacrificed nothing and who would happily surrender unconditionally to the worst enemy that currently faces civilization? That's for her to clarify. While she ponders, she should forgo prayer, stay in California, and end her protest."

Christopher Hitchens, para a Slate.

Saturday, August 20, 2005

They are back baby!

Depois de longas férias, a mundialmente famosa loony translator machine voltou à ativa no UOL.

Manchete do NYT:
"Hey, What's That Sound?"

Chamada do artigo na página principal do UOL:


Título do artigo traduzido no UOL:
"Bush é pior que a Barbie em sua casa de sonhos"

Friday, August 19, 2005

The enemy within

Emir Sader, o sábio, explica as 10 lições que a crise do PT "ensinou". Todas são incríveis, mas a melhor de todas foi:

"5. A corrupção e a imoralidade são exclusivos da direita
As denúncias revelam, de forma eloqüente, que dirigentes do PT praticaram sistematicamente atos de corrupção, seja para comprar votos aliados, seja para benefícios próprios, materiais ou de influência pessoal e política. É certo que os votos comprados serviram para beneficiar projetos da direita, mas foram crimes cometidos por dirigentes do mais importante partido de esquerda do Brasil. A vigilância ética, portanto, tem de ser uma atitude permanente da esquerda, sobre tudo e ainda mais sobre si mesma."

Falando sério, esse sujeito é professor da USP, da Uerj, e coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da Uerj. Eu duvido que isso seja muito diferente do que ele ensina nessas faculdades, que supostamente estão entre as melhores que temos.

Nós pagamos o salário dele. Nós patrocinamos décadas de doutrinação de milhares de jovens com esse lixo.

Como não achar que temos o governo que merecemos?

Wednesday, August 17, 2005

Weapons of Mass Destruction

Orson Scott Card (ótimo como sempre) fala sobre as armas de destruição em massa, a origem e expansão do 'clube atômico', e porquê o Cazaquistão é tão ou mais perigoso que a Coréia do Norte.

Imperdível.

The Buck Stops Somewhere Else

É incrível como a cultura brasileira repugna a responsabilidade individual.

Hoje na Folha, o Clóvis Rossi elogia uma carta do governador do Acre, Jorge Viana (PT), sugerindo que o Lula chame além do Conselho da República, os ex-presidentes José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Itamar Franco para ajudar na crise atual, já que eles "também enfrentaram crises de grandes proporções e podem contribuir com suas experiências".

Sacanagem, deixaram o Collor de fora. Ele aliás, deve ser o único a dar risada com esse rolo todo.

Uma consequência comum dessa tara pela coletivização é a fantasia da democracia representativa. O Smart já tinha dado um bom exemplo dessa mania, e o professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Fábio Konder Comparato, engrossa o coro.

Um por todos, e todos pela pizza.

Monday, August 15, 2005

Google e a liberdade empresarial

Parece que os militares americanos não gostaram muito de certas imagens do Google Earth.

O Smart comenta a notícia, e lembra que o Google já bloqueia as fotos aéreas da Casa Branca. Ele ainda critica o fato do Google bloquear websites de acordo com as determinações do governo chinês.

Sobre o primeiro ponto, eu acho essas imagens de satélite realmente interessantes. O Google é uma empresa de entertainment, e a idéia de disponibilizar essas imagens deve render muitas visitas de curiosos.

O ponto principal aqui é que essas fotos são somente uma diversão. Qual é o uso prático de uma foto de satélite da Casa Branca? Se o governo americano está certo ou errado em proibir as imagens eu não sei, mas acreditar que eles tenham mais informações do que um sujeito comum para tomar essa decisão não me soa como conformismo.

Já sobre o caso da China, novamente acho que as prioridades estão sendo invertidas. O Google (e muitas outras empresas que estão entrando no mercado chinês) tem basicamente duas opções: Aceitam as imposições do governo chinês ou abandonam o mercado.

Do ponto de vista das empresas, as duas opções são ruins. Se abandonam o mercado, perdem a possibilidade de lucro e principalmente perdem a first mover advantage de um mercado com um bilhão de potenciais consumidores. Se aceitam as imposições, limitam seu modelo de negócio (possivelmente impactando lucros) e podem criar uma imagem negativa de certos grupos de usuários locais e da mídia internacional.

Porém, do ponto de vista do usuário comum as opções são claramente opostas. Ter uma versão censurada do blogger, por exemplo, é imensamente melhor do que não ter blogger nenhum. E mais, o acesso limitado a uma tecnologia cria muito mais força (e consequentemente maior pressão no governo) para que a censura acabe. Além disso, cria mais oportunidades para que work arounds sejam criados.

Já ouvi gente criando um paralelo entre esses casos com o das empresas que cooperaram com os alemães na segunda guerra mundial. Obviamente, a similaridade das duas situações é nula. Primeiro, o Google não está facilitando o governo chinês. Se o Google se recusar à obedecer e abandonar o mercado, o governo terá atingido o mesmíssimo objetivo.

Nem sempre as regras de um mercado se limitam ao universo econômico, e mesmo quando o fazem, podem significar limitações comparativas. Quando o Wal-Mart veio ao Brasil, por exemplo, teve que se adaptar a realidade de pagar juros altíssimos em comparação à outros países. Consequentemente, os preços cobrados no Brasil são muito mais altos. Poderia se dizer que isso é uma censura econômica, já que muitos brasileiros vão se ver proibídos de comprar os produtos que seus equivalentes americanos compram com facilidade. Quem é o culpado por essa situação? O Wal-Mart ou o governo brasileiro? Seria beneficial ao consumidor brasileiro se o Wal-Mart saísse do mercado porquê não consegue seguir o seu slogan de "low prices, everyday"?

"Dançar conforme a música" não é um luxo, e sim uma necessidade para qualquer empresa. Ser socialmente responsável não significa burlar as regras do jogo e sim obedecer as mesmas da melhor maneira possível.

Friday, August 12, 2005

Lula

Me perguntam porque falo tão pouco sobre esses escândalos do governo Lula. A resposta é simples: Essa crise (e por tabela esse governo) é completamente fútil.

Além disso, não tenho nenhuma birra particular com o sujeito. Aliás, sou totalmente contra esse joguinho de cult of personality de políticos, seja para o bem ou para o mal. Ouvi o discurso dele ontem, e meu único sentimento foi pena.

Não que eu ache que ele é inocente. Pelo que tudo indica, ele estava bem ciente da situação, e a dúvida me parece ser somente sobre o que ele fez pessoalmente ou o que mandou/permitiu outros fazerem.

O negócio é que o Lula, e de certa maneira o PT, são somente consequências de problemas muito maiores. Se ele for impeached ou não, não fará a menor diferença. E é muito fácil comprovar isso. Pense em qualquer opção, partido ou candidato, que terá um governo muito diferente do atual. Simplesmente não existe.

Não sei o suficiente para dizer quando e porquê essa situação começou, mas acho que atualmente temos três problemas principais: A constituição, uma total falta de opções ideológicas (gerada por uma cultura apolitica) e nosso sistema educacional. Enquanto não tivermos mudanças consideráveis nessas áreas, nada irá mudar.

O Brasil é um fusca dirigido por elefantes. Troca-se os elefantes, pintam o fusca de uma cor diferente e esperam que a nova combinação funcione. Pior, o povo ainda fica assustado quando os pneus estouram.

Aliados e aliados num mundo globalizado

O comentário do André Kenji sobre o post do atentado terrorista no Egito foi que "O Egito recebe um bilhão de dólares dos EUA em ajuda externa por ano e sempre foi um aliado importante dos EUA na região."

Ah, o mundo seria um lugar bem menos complicado se o envio de dinheiro, fosse por ajuda externa ou através do comércio, significasse que um governo é aliado do outro. Para falar a verdade, esse mundo do dinheiro seria um mar de aliados para os EUA.

A Coréia do Norte, por exemplo, seria uma ótima aliada. Os EUA doaram mais de 1 bilhão de dólares nos últimos 10 anos entre comida e combustível. Considerando que 70% do povo coreano depende dessa ajuda externa para não morrer de fome, os coreanos seriam incrivelmente burros se não fossem pró-EUA. E no fim das contas, eles até teriam um dinheirinho guardado, já que as nukes não vem de graça.

Outro bom aliado americano seria a Venezuela. Atualmente 58.7% das exportações e 33.2% das importações vem dos EUA. Inexplicavelmente, o Chavez faz juras de amor ao Irã e idolatra o Fidel. Não deve gostar muito de dinheiro esse cabeçudo.

E é claro, não podemos esquecer do Brasil. Atualmente exportamos 21.2% dos nossos produtos e importamos 22.4% dos EUA.

No mundo do dinheiro, esse pessoal aqui com certeza não existiria.

What a beautiful dream.

Thursday, August 11, 2005

Serendipity

Engraçado como um pensamento leva a outro.

Quando lí essa história de que o Lula pagou uma dívida de R$ 29 mil in cash, e que o tal presidente do Sebrae não tinha recibo nenhum, pensei que é uma questão de tempo até acharem uma conta do PT na Suíça. Se bobear, devem até ter usado o banqueiro do Maluf.

Isso me lembrou um outro assunto esdrúxulo, uma nova obsessão que eu descobri: a dos indianos pela Suíça. É tiro e queda, todo indiano adora falar que tem um primo estudando em Genebra, ou que vai passar as férias em Zurich. Até agora não identifiquei muito bem porque eles escolheram justamente a Suíça, mas acho tem algo a ver com a imagem de neutralidade. A maioria dos indianos que eu conheço é bem apolítica, o que pode explicar aquela zona burocrática que eles criaram depois da independência dos ingleses. (Esso pensamento me levou a frase do Platão que eu coloquei na coluna do lado).

E ainda falando na bendita Suíça, lembrei do Bill Maher. A nova temporada do show na HBO começa semana que vem, e a 'punch line' da nova routine dele é que os EUA são tão malvados e que influenciam tanto outros países (de maneira negativa, obviamente) que ele queria ter nascido na Suíça, o país mais neutro do mundo. Imagino que ele que ele teria certas dificuldades com as piadas sobre sexo, drogas e religião por lá, but hey, não dá para esperar lógica de comediantes (ainda mais de esquerda).

O que me leva à conexão final do dia: essa semana terminei minha última aula (aquela do professor indiano, que não foge à regra e visita a Suíça duas vezes por ano) e finalmente completei meu MBA. Foi uma das melhores decisões da minha vida, e valeu o esforço. Mas duvido que vou entrar numa sala de aula nos próximos anos.

Quem sabe agora vou ter tempo de ler mais sobre as mutretas do Lula, assistir Bill Maher com tranquilidade, e quem sabe até visitar a Suíça.

Wednesday, August 10, 2005

New design

Resolvi mudar completamente a template. Estou tendo que arrumar alguns posts antigos, mas devagar chego lá. Se alguem achar algum bug é só avisar.

Friday, August 05, 2005

60 anos de Hiroshima

Mark Twain dizia que "To arrive at a just estimate of a renowned man's character one must judge it by the standards of his time, not ours."

É impossivel julgar, principalmente por parâmetros atuais, se a decisão do Truman foi a melhor possível. Será que o Hirohito realmente deixaria a guerra continuar até uma invasão de Tokio? Teríamos quantos mortos de cada lado? Pior ainda, será que ele poderia evitar essa invasão sem o trauma causado pelas bombas?

Pode-se palpitar, mas nada mais que isso. Tentar traçar paralelos atuais é bobagem, porque a cultura japonesa da época quase que não existe mais. É facil assumir culpados quando vemos os japoneses atuais pregando a paz, mas é preciso entender que esses 60 anos fizeram uma diferença brutal.

O fato indiscutível é que o Japão já tinha perdido a guerra há muito tempo, e mesmo depois da destruição de Hiroshima, não admitiam a derrota. Somente depois de Nagasaki, e mesmo assim sem apoio de muitas partes do exército, o Japão se rendeu, no dia 15 de agosto de 1945.

***

Coincidência ou não, ontem a noite passou na TV o Fog of War, e suas 11 lições de vida. O filme merece um post separado, mas falando especificamente das bombas nucleares, McNamara cita sua regra 5: Proportionality should be a guideline in war.

Esta é provavelmente a lição mais absurda do filme. Esperar uma proporcionalidade intencional de forças é como esperar que o seu inimigo se renda por respeito e não por medo. E no geral, conflitos entre nações de forças equivalentes resultaram nas guerras mais sangrentas da história.

Ironicamente, outras partes do filme contradizem essa regra 5: Regra 9 diz "In order to do good, you may have to engage in evil", e principalmente a regra 11, "You can't change human nature".

Essas duas últimas aliás, são especialmente importantes (e mal compreendidas) atualmente.

Tuesday, August 02, 2005

“Fuel Cell Family”

Estou fazendo um trabalho sobre a Honda, e sem querer descobri que já existe uma família na California usando um carro 100% movido à fuel cells.

Alguns postos especiais já foram construídos, e de acordo com o plano do Schwarzenegger, em 2010 o estado terá uma "Hydrogen Highway" disponível. Além desse carro, outros 13 já rodam experimentalmente pelo mundo, 6 desses nos EUA (estados da California, New York e Nevada). O Honda FCX 2005 é o único carro que usa fuel cells certificado para uso doméstico.

Quem disse que a alta do petroleo não é boa?