Thursday, August 25, 2005

Ainda sobre a cegueira ideológica

Ler a Folha nesses últimos dias está sendo ótimo. Eles não passam um dia sequer sem mostrar (inconscientemente, claro) a loucura ideológica que encobre o Brasil.

No jornal de hoje, temos dois bons exemplos. O primeiro é sobre uma palestra do ministro da Educação, Fernando Haddad, dada num grupo de conferências chamado "O Silêncio dos Intelectuais".

Haddad sugere que:
"...parte desse silêncio pode ser fruto do surgimento de uma nova classe social após 1968. Essa classe, composta pelos que dominam o processo de inovação do conhecimento, não poderia ser enquadrada, a partir da análise marxista nem como proletariado nem como burguesia.

Essa classe criativa passa a ser também parte da explicação da piora dos indicadores de desigualdade nos últimos 20 anos. Ela não produz mercadorias, mas seu processo de inovação dá ensejo a um lucro extraordinário que é repartido entre ela e os detentores dos meios de produção. Portanto, não é uma classe propriamente explorada, como é o trabalhador tradicional, mas não deixa de ser alienada de sua produção intelectual."


O segundo texto tem o título de Sociólogo afirma que PT expressa nova classe social. O sociólogo no caso é Francisco de Oliveira, autor do livro "Crítica da Razão Dualista".

Segundo o artigo:
"Inspirado no marxismo, Oliveira procura explicar as transformações políticas a partir das relações de classe. O que caracteriza a história recente do Brasil é o fato de que os sindicalistas tornaram-se capitalistas sem capital: deixaram de ser trabalhadores sem terem se convertido em empresários. Eles não são burgueses porque não têm a propriedade das empresas, mas controlam os recursos públicos que o capital precisa para sobreviver."

É por essas e outras que eu acho que essa crise é completamente fútil.

2 comments:

O Fantasma de Bastiat said...

O silêncio dos intelectuais: Eu apóio!

Anonymous said...

Porr que diabos todo mundo explica as coisas com um ponto de vista marxista? Ora, fodam-se, eu quero alguém que me explique as coisas com um ponto de vista randiano! Podem ver: para todas as desgraças que os 'looters' e os 'moochers' causam em "Quem é John Galt", há algum paralelo na política brasileira.