Sábado, 27 de novembro, 2004
Lula e a minha teoria Furtadiana sobre o lixo
O Alexandre não gostou, mas venho aqui defender minha teoria desenvolvimentista da utilidade do lixo na sociedade brasileira. A idéia é a seguinte: o Presidente Lula estava nada mais nada menos promovendo o tão esperado crescimento econômico quando jogou um papel no chão na frente da imprensa.
Como você pergunta? Simples. Com o aumento da quantidade de lixo nas ruas, o governo tem a responsabilidade de contratar mais lixeiros. Como se sabe, os lixeiros são trabalhadores que vem da classe mais pobre, e quem produz mais lixo é a classe alta (aqui o conceito do “mimetismo cultural” de Furtado se mostra claro). Logo, a mensagem do Presidente é clara: Ricos (e o presidente reconhece seu novo status social) devem ajudar os pobres jogando lixo nas ruas.
Lógico que a reconstrução social não acaba ai. Os impostos de coleta de lixo (implementados pela inovadora Marta) são a consequência natural dessa reengenharia social através do lixo. Com essa taxa, o governo assume o lixo como legítimo meio de redistribuição de riqueza, e assume a dimensão histórica do papel do lixo nas sociedades subdesenvolvidas. Nunca aceitaremos a exportação do nosso lixo. A indústria do lixo precisa ser defendida e expandida pelo governo.
Ouvi dizer que o Lula ia propor na ONU uma taxa mundial sobre o lixo. Ou mesmo a exportação de lixo dos países ricos para os pobres.
Enfim, o gesto do Presidente foi claro e simbólico. Só não entende quem não quer.
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