Friday, November 05, 2004



Sexta, 5 de novembro, 2004

   Impostos nos EUA

Estudar a história do sistema de impostos é uma ótima maneira de compreender a evolução dos EUA. Desde as raízes do capitalismo e livre iniciativa, passando pelo dueto guerra/impostos, até os dias de hoje aonde o governo alterna entre grande e enorme, fica claro que a intenção dos "founding fathers" nunca foi essa sociedade atual. Como bem descreveu Thomas Jefferson:

"To take from one, because it is thought his own industry and that of his father has acquired too much, in order to spare to others who (or whose fathers) have not exercised equal industry and skill, is to violate arbitrarily the first principle of association, to guarantee to everyone a free exercise of his industry and the fruits acquired by it."

Até 1913 o governo federal não cobrava impostos sobre salários (com pequenos períodos de exceção). Tudo mudou depois da Primeira Guerra mundial, e principalmente depois da crise de 1929. Esse período, de aumento de programas socias (e consequentemente de impostos) é também o período de estagnação econômica e fortes crises, como o ápice na década de 70.

A tendência virou para o outro lado com o governo Reagan, e ganhou novo impulso com Bush. Os ganhos econômicos dessa época, principalmente quando comparados com os outros países ricos, é um dos maiores motivos da subida dos Republicanos ao poder.

Uma das propostas do atual presidente é efetivar permanentemente os cortes de impostos dos últimos 4 anos. Outra é simplificar o código de impostos, que com o tempo se transformou num emaranhado de tecnicalidades e buracos.

Para que tudo isso funcione, é preciso também que os gastos sejam cortados. Essa é a parte mais difícil. Financiar o governo com deficits é totalmente inviável.

Mas cortar gastos significa menos poder para o governo federal, e convencer alguém que tem poder a abdicar o mesmo é o maior desafio de qualquer governo democrático.

O governo Bush fez bem uma metade do trabalho, mas foi péssimo na outra. É esperar que agora as coisas melhorem. Pelo menos existe uma chance. Se o Kerry tivesse sido eleito, nem isso teríamos.

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