Segunda, 8 de novembro, 2004
O fator decisivo
Passada a revolta inicial pela derrota do Kerry, a imprensa vai aos poucos maneirando o discurso e a realmente procurar os motivos da vitória do Bush.
Certos fatos parecem claros:
-A porcentagem de votos "morais" de agora foi praticamente a mesma de 2000.
-A economia está quase que completamente recuperada, e o resultado de Ohio (um dos mais atingidos pela crise de 2001) mostra que não foi um fator maior.
-As diferenças ideológicas entre os candidatos são exatamente as mesmas.
O que parece mais evidente é que a guerra ao terrorismo, apesar de não ser o único, foi o fator mais decisivo. Nada mais lógico. Comparando a situação de 2000 com a atual, é a maior mudança.
Toda essa polêmica sobre casamento gay é quase que uma tempestade artificial. O próprio Kerry se dizia contra, e a grande maioria da opinião pública é contra. Tanto que o Oregon, que votou democrata, passou a emenda que define casamento como sendo a união de um homem e uma mulher.
Enfim, toda essa história de que o voto moral ganhou a eleição é puro marketing. Para os democratas, admitir que foram vencidos por algo tão vago (e irracional para muitos) como a religião é muito mais nobre do que admitir a derrota na luta contra o terrorismo. E no mais, esse discurso de que "a direita religiosa" é a culpada encaixa melhor no movimento Anti-Bush que comecou em 2000 com a confusão na Flórida.
Pessoalmente, acho que os democratas continuam errando. Todos esses ataques contra o Bush criaram um backlash que no fim das contas prejudicou ainda mais o Kerry. Até acredito que internamente eles entendam tudo isso, mas preferem espalhar para o povão a teoria de que o Bush é o culpado pelos problemas do mundo. Como bem mostra esse texto, (via LLL, num breve momento de pausa na sua estranha cruzada pró-Kerry), acho que o tiro pode sair pela culatra. De novo.
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