Heinlein
Outro dia a NPR fez uma pesquisa sobre qual figura histórica as pessoas escolheriam para conhecer pessoalmente. As respostas foram as de sempre, de Clinton à Elvis, mas a pergunta ficou sambando na minha cabeça por um bom tempo.
Resolvi que não poderia ser alguém muitíssimo mais inteligente do que eu, como o Einstein. Também não poderia ser alguém que viveu há muito tempo atrás, como Platão.
Pensei no Ben Franklin, Churchill, e Marx. Esse último aliás, chegou bem perto de ser minha escolha. Já pensou poder finalmente perguntar "What the fuck were you thinking?" ao vivo?
Mas eu estava dando muito valor à nomes, e não ao quanto eu realmente me divertiria. Reconsiderei minhas prioridades, e no fim das contas resolvi que escolheria o Heinlein.
Eu sei que ele não foi um gênio, e muitos nem consideram ficção científica literatura de verdade. Mas acho que não existiria nada mais interessante do que passar umas horas falando com esse maluco. Um cara que foi soldado, inventor, agente imobiliário, político (primeiro de esquerda e depois libertário), dono de uma mina de prata, e finalmente escritor.
Escreveu 32 livros, e mais de 40 short stories. Meus favoritos são: The Moon Is a Harsh Mistress, Citizen of the Galaxy, e o melhor de todos, Job: A Comedy of Justice.
Nenhum outro autor escreveu tantos livros que eu tenha gostado tanto.
O que eu acho de mais interessante nas estórias do Heinlein é essa variedade de temas e interesses. Ele escreveu sobre tecnologia (fez até umas previsões bem proféticas), política, sociologia, religião, racismo, feminismo, psicologia, etc. Melhor ainda, ele não tentava achar solução para tudo, ou promover essa ou aquela causa. O objetivo era mostrar a complexidade dos problemas, e os absurdos criados pelas teorias mágicas de sempre.
De alguma forma, acho que nós iriamos hit it off rapidinho, e a conversa seria boa.
Mas enquanto não inventam essa legítima Door into Summer, continuo minha conversa virtual pelos livros.
8 down, 24 to go.
1 comment:
Hmm pergunta interessante. Por tudo o que você falou, acho que escolheu bem (para o seu caso). Eu estou aqui matutando na figura histórica que eu escolheria. São tantas... Pensei no Ben também, acho-o fantástico. Talvez Kandinski, sei lá.
Mas fiquei surpreso com o seu Marx. Está doido? O cara, além de ser autor do Manifesto, era um mala brigão. Não dá!
Bem, continuo sem decidir um nome.
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