Tuesday, May 02, 2006

Here we go

"When opposite basic principles are clearly and openly defined, it works to the advantage of the rational side; when they are not clearly defined, but are hidden or evaded, it works to the advantage of the irrational side."

Ontem foi um ótimo dia para o capitalismo.

Coca Morales cumpriu suas ameaças e oficializou a volta do comunismo à América Latina. Em grande estilo, com exército e tudo mais. Muito mais eficiente do que o Chávez e seus "diplomatas". Bem de acordo com o May day. E logicamente esse foi só o começo folks.

Como diz a frase citada acima da Ayn Rand, o extremismo às vezes é bom. Quando um insano do calibre do Morales realmente faz o que diz que vai fazer, pelo menos estamos lidando com conceitos claros. Ele é isso ai. O povo da Bolivia escolheu esse caminho (Que não é novo btw, já que esta é a terçeira vez nos últimos 100 anos).

Eu quero mais é que ele continue com o plano e estatize tudo. Quero que eles finalmente consigam fazer o oligopólio vermelhinho que o Che sonhava, e que dessa vez a coisa chegue num extremo em que as pessoas vejam o que é que esta em jogo. Como lembrou o Tiago, quem sabe a bola da vez não será o Acre?

Só assim vai acabar o romanticismo doente desse pessoal. Foi assim com o Leste Europeu, e será assim com a América Latina. As pessoas só aprendem na porrada.

28 comments:

Edson said...

Bem, não vou entrar na análise política nem nas minhas discordâncias com o Paulo sobre essa história de "vantagens dos extremismos". Só algumas observações pra deixar a coisa mais matizada, antes que comecem as reações histéricas, leiam isso aqui:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u107317.shtml. Toda essa consfusão e as ações da Petrobrás ainda subiram. Afinal, "estima-se que a Petrobras já injetou US$ 1,5 bilhão na Bolívia, o que representa apenas entre 1,5% e 2% do valor da companhia, segundo especialistas."

Outra coisa: como a Bolívia não tem saída para o mar (poderia ter pelo Chile, mas aí os problemas políticos dos bolivianos com os chilenos são ainda piores), a única saída que o gás pode ter da Bolívia é para o Brasil, pelo gasoduto. No curto ou no médio prazo (no mínimo uns 10 anos), enquanto eles não tiverem indústria, só dá pra vender para o Brasil, só que BEM mais caro, óbvio. O que não está claro ainda é se haverá alguma indenização para a Petrobrás ou se a coisa vai ser na marra mesmo (a pior hipótese me parece imensamente mais provável).

Por fim: "retomar o Acre"? Alguém aí fez uma comparação entre o Exército Boliviano e o brasileiro? Considerando que 2% da Petrobrás representam mais ou menos uns 18% do PIB do país (tô falando isso tudo de cabeça, posse ter errado algum número ou porcentagem), quero imaginar o que deve ser o exército de lá...

Anonymous said...

Edson,
Bom, eu nao disse que isso seria o fim da Petrobras. Alias, o impacto economico deve acabar sendo maior na Bolivia do que no Brasil. (Apesar de que vale lembrar que o gas boliviano eh em muitas regioes o unico provedor). Eh so esperar ate que a mao de obra desqualificada ou a falta de investimentos comecem a pesar. Que nem eu disse, essa nao eh a primeira vez que eles nacionalizam esses recursos.

O ponto maior eh sobre o perigo dessa ideologia e como esse pessoal eh completamente sem nocao. O Lula era amiguinho do Morales ate outro dia. E ainda eh do Chavez, outro maluco que pode criar problemas muito maiores.

Se houvesse oposicao de verdade no Brasil tudo que esta acontecendo seria um prato cheio.

[]s

Anonymous said...

Ah, e sobre o Acre... Nao se esqueca de que o governo colombiano eh muito mais rico e poderoso do que os traficantes, e mesmo assim a guerra continua depois de decadas. Se o Morales comecar a usar os 'contatos' dele do mundo da Coca, pode apostar que seria um problema enorme para o Brasil.

Chantinon said...

Iria ser no mínimo engraçado a Bolívia em guerra com o Brasil.
Iríamos ver os EUA virarem nossos amiguinhos e "ajudar-nos" a invadir La Paz para "restaurar a ordem". O Chavez teria os gringos bem nos fundilhos dele.

Anonymous said...

se tivéssemos um gobierno de verdade:
1- mover tropas para fronteira em estado de alerta
2- arrestar todos bens bolivianos no país como garantia dos investimentos brasileiros
3- suspender pagto pelo gás e mandar nota dizendo que se for suspenso o fornecimento as tropas brasileiras garantirão sua continuidade a força.
4- convocar morales para negociações
contra doido, já diz o adágio popular, só doido e meio.

Anonymous said...

outra coisa, lendo os comentários do Edson me ocorreu que o que importa não é o tamanho do prejuízo, mas sim como nos comportamos como nação, se a bolívia pode fazer isso conosco, qualquer um pode. Proteger investimentos legítimos de brasileiros no exterior é algo que temos, enquanto nação, de fazer, às custas de virarmos o saco de pancada dos morales da vida. Esse negócio de naç!ao politicamente correta é papo para boi dormir, o que existe é naçao que tem objetivo e faz o necessário apra alcança-lo. Com essa vontade de unir a ALatina sobre o governo do grande lider, o país perdeu inúmeras oportunidades comerciais sem sucesso.

Anonymous said...

O meu homônimo e o Edson falaram em invadir a Bolívia. Confesso que já pensei nisso. Quem não pensaria?

Claro que em uma semana o exército brasileiro ocupava os poços, refinarias, etc. Mas, e aí? Vamos ficar lá o resto da vida lutando contra guerrilhas nacionalistas pra garantir o funcionamento da coisa toda? Compensa? Sem falar que o maluco do Chavez é capaz de declarar guerra ao Brasil.

A verdade é que, por agora, o cocaleiro está com a faca e o queijo na mão. Vamos engolir o prejuízo mesmo.

Agora, há formas e formas de engolir prejuízo. A forma digna é repudiar claramente o que o cocaleiro fez, obter apoio internacional claro, embargarmos como pudermos os interesses deles e nos livrarmos o mais rápido possível da dependência do gás boliviano, mesmo que a altos custos.

Depois, eles que comam todo seu gás natural sozinhos, já que não há comprador melhor que o Brasil.

Anonymous said...

Pois o Planalto acabou de declarar que a nacionalização do gás é um ato de soberania da Bolívia.

Se o que vale é como o Brasil se comporta, então o resultado é o seguinte: fomos ridicularizados por um índio cocaleiro proveniente de um dos países mais miseráveis do mundo. E gostamos tanto que ainda elogiamos a medida e vamos pagar o prejuízo caladinhos. Tudo em nome da nossa liderança na América Latrina (piada?).

Anonymous said...

Ah, outra coisa: provavelmente o maluco não vai durar muito no governo... as estatísticas de instabilidade dos ditadores malucos diz que a chance dele cair fora logo é grande. Assim, quando a oposição tomar o poder é só fazer o dever de casa direitinho e distribuir bons subornos, digo, taxas de licença de funcionamento (que é como se lida com gentinha do tipo).

Anonymous said...

Só mais uma coisa (não resisti):

Viva la revolución contra el imperialismo brasileño!!!

Hahahaha

Anonymous said...

É numa hora dessas que se ver a beleza da democracia, né não?

Ao coitados dos 70% dos bolivianos que vivem abaixo da linha de pobreza, se juntarão aqueles que trabalhavam nas indústrias petrolíferas estrangeiras e os muitos mais que ficarão desempregados por falta de tecnologia e investimentos bolivianos.

A democracia também é bela do lado de cá da fronteira, com o preço do gás de cozinha indo às alturas nas vésperas da eleição.

E se o digníssimo se reeleger? Bem é porque a população merece a incompetência e a corrupção.

Igor Taam said...

hahaha Bruno, é o que estava lendo no De Gustibus, fomos elevados ao status de Império (novamente, diga-se de passagem)

Mas falando sério, incrível essa posição tacanha do governo brasileiro perante Evo Imorales.

Anonymous said...

Xará,
invadir a Bolívia nao seria opção, estava somente colocando os incentivos corretos para uma negociação boa para o Brasil. Lembrem-se da corrida nuclear, ela foi ganha com base na teoria dos jogos. Estacionar tropas na fronteira e começar um treinamento militar programada há anos provocaria o temor necessário. Fora isso sustar os pagamentos do gas comprado até se resolver como se fará a indenização do investimento perdido é algo que não seria tao mal visto assim no mundo.
Outra coisa, se o Brasil tomasse uma psição desta, pode contar com financiamento americano para renovar as forças armadas para conter venezuela. Atualmente Mr. Bush tem o irã para resolver, se alguém cuidar dos loucos da AL ele agradecerá e financiará...ou não, risos....
Agora a outra opção de marcar uma reuniao com argentina , venezuela, bolivia e Brasil é papel de palhaço, que vai pronto para ceder tudo e que quer ser querido a qualquer preço, mesmo o de fazer papel de besta....

Anonymous said...

É verdade, estamos fazendo papel de palhaços. Mas, qualquer negociação soa bravata quando eles sabem que 71% do gás consumido pela indústria paulista e 51% do gás consumido pela indústria brasileira vem de lá... Ou seja, eles sabem que não temos como romper com eles agora e que vamos engolir o sapo de qualquer jeito pois temos muito a perder de forma imediata. Já eles... Queimaram navios... Que se fodam as consequências.

Anonymous said...

Vocês falam,falam,mas Emir Sader,Clóvis Rossi,a Agência Carta Maior e o presidente adoraram:)Clóvis Rossi deu a entender que a culpa foi da Petrobrás que resolveu investir na Bolívia.Já o presidente deu a entender que a Bolívia tem direito a controlar essas riquezas.Ora,se eles queriam ter controle total sobre tudo,por que deixaram a Petrobrás pagar por tudo?A Bolívia tem direito à "soberania",mas o Brasil-especialmente,o contribuinte brasileiro-não é obrigado a financiá-la.

Igor Taam said...

RM, de São Paulo e do resto do Brasil eu não posso falar, mas a matriz de gás natural do Rio fica basicamente em Campos. Não sei exatamente nosso grau de dependência, mas suponho ser o menor do país. Pelo menos isso o Rio tem de vantajoso.

Sobre a invasão, alguém está sugerindo um Big Stick brasileiro?

Anonymous said...

Não se trata de invadir, nem de achar que a Petrobrás vai reaver o dinheiro na justiça. A Bolívia não tem como pagar.

Trata-se da falta de uma resposta firme do presidente condenando o ato, mesmo que fique só nas palavras.

Quando a mula vai na televisão pra dizer que tomar as empresas de estrangeiros é um ato legítimo do povo boliviano, ele não só está justificando o roubo ocorrido lá, como dizendo que o Brasil também tem legimitidade pra fazer o mesmo um dia.

Anonymous said...

Se eu não me engano,metade do gás consumido no Rio é boliviano,sim.

Anonymous said...

Isso daí é que nem gurizada no colégio. Passam a mão na bunda de um, ele olha pra trás e sorri. Fudeu, todo mundo vai passar a mão!

Concordo com o Roger. Tem que endurecer (pero sin perder la ternura jamas... ops, perdão)...

Colocar tropas na fronteira, sequestrar os bens bolivianos no Brasil, retirar embaixada, fechar as fronteiras para qualquer boliviano entrar no país e suspender todos os pagamentos... Como estou melancólico hoje, isso é a mesma coisa que cuspir no chão e cerrar os punhos...

Anonymous said...

Ah... se deixar por isso mesmo, a próxima passada de mão na bunda vai ser o Acre, SIM... O Chaves patrocina a pendenga, podem ter certeza.

Cláudio said...

Galera, vocês estão esquentando com o quê? Os bolivianos nem foram pra Copa! A nossa resposta vai ser dentro das quatro linhas nas próximas competições sulamericanas.

Anonymous said...

Por falar em futebol...

... e ai corintiano! Isso que é torcer pra um time de projeção internacional hein? Fiquei sabendo que as imagens da torcida em fúria já passaram na CNN e na Fox News! Até aí nos EUA você vai poder matar a saudade dos Bandidões da Fiel. É só ligar a tv!

PS: que maldade. :)

Anonymous said...

hahahahah! hahahahah! hahhaah! hahahhah! hahahaha! hahahha!

River minha vida...River meu amor!!

hahahhaha! hahhaha! hahhah!

Edson said...

Opa, acho que o Roger Moreira confundiu as coisas por aí. Eu não falei em invadir a Bolivia, apenas fiz uma pequena ironia com um temor do Paulo de invasão do Acre. Temor do qual não há um ÚNICO indício real (vocês tem algum?), diga-se de passagem. Só há o histórico ressentimento boliviano pela perda do território. Se insistirem eu vou começar a achar que é paranóia...

E bem, pra fazer uma guerrilha nos moldes das FARC ou do Araguaia, é preciso ter um conhecimento do terreno melhor do que os seus opositores e colaboração da população em algum nível. É muito difícil um país invasor conseguir isso, pra começo de conversa. E não custa lembrar que antes de pensar em invadir território alheio o Evo ainda teria que se preocupar com as tendências separatistas na região de Santa Cruz de la Sierra.

Por fim, dá vontade de rebater as bobagens que o outro Roger falou ponto por ponto, mas só vou dizer que levar o conflito pro lado hard power é perder a escala do problema ainda mais do que os bolivianos já fizeram ao colocar as tropas na Petrobras. Só vou me ater a um ponto que doeu mais: "arrestar todos bens bolivianos no país como garantia dos investimentos brasileiros" seria sacanear os 100 mil bolivianos fudidos que trabalharm mais 10 horas por dia fabricando roupas em São Paulo. Além de uma canalhice sem tamanho contra quem nem tem direito a voto nas eleições bolivianas, sequer conseguiria reaver 1% do possível prejuízo.

Anonymous said...

seu blog é uma piada!!!

Anonymous said...

Eh so sair de ferias que a zona toma conta :-)

Sim, o meu time amarelou. A minha unica alegria eh ver que a miseria dos porquitos eh maior.

Sim, o Mula merece tudo que o Coquinha ta fazendo e mais. Se reelegerem o cara eu vou torcer para que o Acre seja tomado na mao grande.

Sim, essas coisas parecem uma piada.

Jorge Nobre said...

3 a 1, Paulo. 3 a 1.

Anonymous said...

Edson, vc também fez sua própria confusão... eu não entendi nada do seu segundo parágrafo. Quem iria *hipotéticamente* enfrentar guerrilhas, seria o Brasil se invadisse a Bolívia. Sim, porque o exército boliviano não teria como partir pra um confronto direto. Ou teria? Mas isso é tudo fantasia hipótetica...

Quanto ao meu xará... Bem, acho que ele não está falando de confiscar os bens dos bolivianos no Brasil, mas, sim, da Bolívia no Brasil. Coisa que daria pra fazer sim, se for interessante.

Agora, repito, pra mim, estamos é fudidos e não temos lá muito o que fazer enquanto não nos livrarmos da dependência do gás boliviano.

Guerra? Não compensa.

Parar imediatamete de usar o gás deles? Nós nos ferramos feio de forma também imediata.

Então... Se a Petrobrás diz que dá pra se livrar da dependência em 2, 3 anos, o certo é transformar isso na nossa própria "conquista da Lua" e fazer o mais rápido possível. Depois, hehehe, depois a gente dá o troco nos bolivianos... Eles é quem comer nas nossas mãos então.