Tuesday, August 24, 2004



Quarta, 25 de agosto, 2004

  O sucesso que nunca chega

Toda Olimpíada é a mesma coisa. Culpa-se o fracasso do Brasil na tal "falta de estrutura". É engraçado notar como se associa esporte ao governo automaticamente, e ninguém nem discute. Afinal, o que realmente falta para impulsionar nosso esporte?

Que tal olhar para cima na tabela? A enorme maioria dos atletas americanos não é patrocinada pelo governo. Quase todos treinam nas universidades, públicas ou privadas, que incentivam o esporte com bolsas de estudo. Quando os atletas saem da universidade, ou arrumam um patrocinador ou as despesas saem do próprio bolso. Como o mercado esportivo é grande, os patrocinadores são muito mais atuantes.

Lógico que existe a alternativa do modelo soviético. A China, que agora disponta como adversária dos americanos, usa o mesmo modelo. O Estado paga a conta, e fica por isso mesmo. Como se viu no passado, o custo desse sistema é tão alto que nenhum País consegue suportar por muito tempo. A União Soviética tinha uma população muito maior que a americana, e o máximo que conseguiu foi equilibrar o jogo por um certo periodo. Os Países ricos europeus, num grau menor, são também um exemplo desse problema. Juntos tem uma população maior que a americana, e uma riqueza no mínimo igual. Mas o desempenho é constantemente pior. Mesmo problema com o Canadá.

E é esse o caminho que querem para o Brasil. Mais investimentos do governo, com dinheiro vindo não se sabe da onde. Ninguém discute idéias de como aumentar o mercado esportivo, atualmente dominado pelo futebol (também destruído pelo intervencionismo e estatização, mas isso já é outra história). As universidades são um fracasso na descoberta e desenvolvimento dos atletas, e nada é nem ao menos proposto.

Quem sabe no dia em que conseguirmos deixar de lado esse nosso paradigma de que o governo é a solução para tudo, e começarmos a prestar mais atenção nos exemplos que comprovadamente funcionam pelo mundo, conseguiremos ter pelo menos um esporte melhor que o do Quênia e Etiópia.

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