Tuesday, August 10, 2004



Terça, 10 de agosto, 2004

  Nem tudo está perdido

Sempre acreditei que ninguém na imprensa brasileira (tirando as poucas figuras de sempre) iria denunciar a palhaçada que é esse último filme do Michael Moore.

Queimei minha lingua.

Esse texto do Ali Kamel para O Globo era tudo que eu poderia esperar. Nada de enrolação ou ataques ideológicos, somente uma lista das mentiras e distorções do filme. Coisa simples, indiscutível. Exemplos:

"- O primeiro resultado que a Fox deu sobre a Flórida foi pró-Gore, e não pró-Bush, como diz o filme. A Fox manteve esse prognóstico por seis horas até as duas da manhã, quando se retratou, dando a vitória a Bush. Mas, duas horas depois, pôs a eleição como indefinida.

- A recontagem de votos feita por jornais não deu a vitória a Gore, “em todos os cenários”. Se a recontagem fosse feita apenas onde Gore a solicitou, a vitória seria de Bush. Se a recontagem fosse geral — o que Gore jamais solicitou — a vitória iria para Gore, se alguns critérios fossem seguidos, e para Bush, se os critérios fossem outros. Se Gore tivesse sido eleito, as mesmas suspeitas de fraude pesariam contra ele.

- Bush aparece num jantar de gala, dizendo: “Alguns os chamam de ‘a elite’. Eu os chamo de ‘a minha base’.” Era o jantar anual da Al Smith Foundation, que recolhe fundos para hospitais, quando o convidado deve debochar de si mesmo. Gore, também convidado, fez o mesmo, mas Moore omite.

- O filme diz que Bush passou 42% dos seus primeiros oito meses em férias, segundo o “Washington Post”. O levantamento incluía os fins de semana de trabalho em Camp David. Ninguém nota, mas numa das cenas, ao lado de Bush, está Tony Blair. Tirando os fins de semana, o tempo cai para 13%.

- O filme insinua que Bush recebeu delegados do Talibã, quando governador do Texas. É mentira. Eles visitaram a empresa Unocal para conhecer um projeto de gasoduto, apoiado por Clinton, deixado de lado em 98, e jamais retomado. A afirmação de que Hamid Karzai, presidente do Afeganistão, foi consultor da Unocal é mentirosa."


E melhor ainda, peguei essa dica pelo Pedro, do NoMínimo. Como todos sabem, o Pedro é de esquerda. Mas independente disso, entende o que é esse filme. Assim como o pessoal da Slate, a versão americana do NoMínimo, já tinha entendido.

Cada vez mais, os cegos que defendem as invenções do Moore perdem qualquer tipo de credibilidade.

Pena que ainda são muitos...

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