Wednesday, May 26, 2004



Quarta, 26 de Maio, 2004

  Síndrome da autodestruição adquirida





"He that will not apply new remedies, must expect new evils: for Time is the greatest innovator: and if Time, of course, alter things to the worse, and wisdom and counsel shall not alter them to the better, what shall be the end?." Francis Bacon

Talvez seria útil se tentássemos visualizar nossas grandes guerras como doenças do mundo, algo não tão absurdo assim. Teríamos a peste negra da Primeira Guerra mundial, o ataque cardíaco quase fulminante da segunda, o câncer lento e de difícil cura da guerra fria, e assim por diante.

E a guerra contra o terrorismo? Seria esta um ebola, que mata rápido e pode acabar com o mundo todo em alguns dias?

Acredito que outra epidemia caiba melhor na analogia, a AIDS.

Assim como muitos achavam a AIDS uma doença de gays, muitas pessoas acreditam que o terrorismo atual é um problema exclusivo dos americanos. Os outros países, heterossexuais resolvidos, não correm o menor perigo.

É verdade que Washington pode lembrar San Francisco de 1984, mas não se enganem, a coisa ficará muito pior antes de melhorar.

Neste último aviso sobre um provável ataque terrorista nos EUA, já se pode ver como o vírus se espalha e atravessa fronteiras sem problema nenhum. Ao lado de um dos fundadores da Al-qaeda, temos uma ex-estudante do MIT, um ex-morador do Canadá, e um americano de 25 anos que era conhecido pelos seus amigos por gostar de heavy metal.

Para que o World Trade Center de São Paulo seja um alvo plausível, ou para que tenhamos um estudante amalucado nas páginas de procurados do FBI é somente uma questão de tempo.

Quem sabe então, quando essa Síndrome da autodestruição adquirida for uma preocupação de todos, nos perguntaremos o que seria do mundo se algo maior tivesse sido feito antes.

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