Quinta, 13 de Maio, 2004
A "Monumental estupidez" e outras reações da imprensa
Esse editorial do Estadão me fez lembrar a época em que esse jornal não era somente a versão light da Folha, e sim seu concorrente de verdade. Muito bom.
No geral, foi um alívio ver a reação da imprensa brasileira ontem. Foi provavelmente a única boa consequência desse insano surto ditatorial cometido pelo Lula.
Até mesmo a Folha não deixou barato. Na edição de ontem, eles lembraram que a lei usada como muleta para a expulsão do jornalista é da época militar, e que desde então não havia sido usada. Pior, nem mesmo na ditadura esta lei era usada para expulsar membros da imprensa.
É verdade que publicaram hoje um texto patético do porta-voz da Presidência da República, André Singer, mas este veio acompanhado de uma boa análise de Taís Gasparian, chefe-de-gabinete do ministro da Justiça em 2002.
Aliás, a Taís Gasparian lembra que "O jornalista do "NYT", por mais que se possa criticá-lo, não cometeu nenhuma calúnia. Calúnia seria se o presidente tivesse sido acusado injustamente da prática de um crime. Mas não se trata de crime. Na pior hipótese, se confirmados eventuais excessos, trata-se de uma doença." Ponto final nessa teoria furada que o jornalista do Times quebrou a lei de alguma maneira.
Outras racionalizações furadas pipocaram aqui e ali, mas poucos tiveram a cara de pau de defender integralmente o que foi feito com o jornalista.
No fim das contas, parece que a parcela da imprensa que ficou revoltada com o disparate é maior do que os malucos de carteirinha que aceitam o que for dito pelo partido vermelho como Gospel (e também dos que aceitam qualquer absurdo para afrontar os EUA).
Nem tudo está perdido.
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