Monday, May 31, 2004



Segunda, 31 de Maio, 2004

  Será que daria certo?


Michael Badnarik, um software developer do Texas foi escolhido como o candidato do Partido Libertário (ou Liberal, depende da tradução) para a próxima eleição.

Lendo a lista de propostas do tal Badnarik, eu fiquei aqui pensando... Será que tudo isso daria certo? Eliminar o departamento da educação, legalização das drogas, diminuição radical de impostos, etc.

Eu sou a favor do liberalismo econômico, acredito que já foi provado na prática que funciona, e a enorme maioria dos países do mundo deveria ser mais liberal nesse aspecto.

Mas não acredito que estamos preparados para lidar com tanta liberdade em outras áreas. Fico curioso de saber o que realmente aconteceria, mas de alguma maneira acho que as consequências seriam desastrosas.

Ou talvez seja somente medo do desconhecido. Really don't know.

Saturday, May 29, 2004



Sábado, 29 de Maio, 2004

  What's up with George?




George W. Bush, o homem mais odiado do mundo. Será somente mais uma consequência do inegável aumento do antiamericanismo pelo mundo? Ou será justamente o contrário?

Difícil fazer qualquer comparação, já que a situação atual dos EUA e do mundo é bem particular. Analogias com a Era Clinton são comuns, mas nem sempre aplicáveis. Clinton teve suas guerras, seus escândalos pessoais, mas 9/11 mudou muita coisa.

Apesar de tudo conspirar contra, ainda vejo um fator pessoal nesse ódio todo contra Bush.

Muitos acham que é simplesmente uma questão de incompetência. Pensam que Bush é muito burro para ser presidente do país mais poderoso do mundo. Sem dúvida Bush não é um gênio, mas é bobagem achar que ele é um idiota completo. Nem mesmo a dinheirama da família seria capaz de comprar tudo que ele conseguiu, incluindo Yale, Harvard, e sua carreira política.

Dentro dos EUA, o jeitão caipira e a imagem de invencível que Karl Rove tão cuidadosamente tenta projetar podem até explicar parte da bronca. Mas duvido que fora dos EUA esses fatores sejam muito relevantes.

Talvez tudo pode estar relacionado à evidente falta de talento que ele tem em discurso publico. Outros presidentes ja tiveram o mesmo problema, mas hoje em dia vivemos num mundo muito mais conectado, e ser um bom ator é quase um pré-requisito.

Mas tem um algo mais que não consigo apontar. Acho incrível como a imagem de Bush pelo mundo mexe com as pessoas. Outro dia um amigo meu disse: "Acho que ele é o que o mundo precisa. Um baixinho mau encarado que não tem medo de ninguém."

Bush se tornou o primeiro baixinho de 1.80m do mundo.

Wednesday, May 26, 2004



Quarta, 26 de Maio, 2004

  Síndrome da autodestruição adquirida





"He that will not apply new remedies, must expect new evils: for Time is the greatest innovator: and if Time, of course, alter things to the worse, and wisdom and counsel shall not alter them to the better, what shall be the end?." Francis Bacon

Talvez seria útil se tentássemos visualizar nossas grandes guerras como doenças do mundo, algo não tão absurdo assim. Teríamos a peste negra da Primeira Guerra mundial, o ataque cardíaco quase fulminante da segunda, o câncer lento e de difícil cura da guerra fria, e assim por diante.

E a guerra contra o terrorismo? Seria esta um ebola, que mata rápido e pode acabar com o mundo todo em alguns dias?

Acredito que outra epidemia caiba melhor na analogia, a AIDS.

Assim como muitos achavam a AIDS uma doença de gays, muitas pessoas acreditam que o terrorismo atual é um problema exclusivo dos americanos. Os outros países, heterossexuais resolvidos, não correm o menor perigo.

É verdade que Washington pode lembrar San Francisco de 1984, mas não se enganem, a coisa ficará muito pior antes de melhorar.

Neste último aviso sobre um provável ataque terrorista nos EUA, já se pode ver como o vírus se espalha e atravessa fronteiras sem problema nenhum. Ao lado de um dos fundadores da Al-qaeda, temos uma ex-estudante do MIT, um ex-morador do Canadá, e um americano de 25 anos que era conhecido pelos seus amigos por gostar de heavy metal.

Para que o World Trade Center de São Paulo seja um alvo plausível, ou para que tenhamos um estudante amalucado nas páginas de procurados do FBI é somente uma questão de tempo.

Quem sabe então, quando essa Síndrome da autodestruição adquirida for uma preocupação de todos, nos perguntaremos o que seria do mundo se algo maior tivesse sido feito antes.

Tuesday, May 25, 2004



Terça, 25 de Maio, 2004

  More Moore!


Um pouco atrasado, mas essa vale a pena:

"But speaking here in my capacity as a polished, sophisticated European as well, it seems to me the laugh here is on the polished, sophisticated Europeans. They think Americans are fat, vulgar, greedy, stupid, ambitious and ignorant and so on. And they've taken as their own, as their representative American, someone who actually embodies all of those qualities." - Christopher Hitchens

E para relaxar, algumas opiniões "artisticas" do nosso gordo favorito:






Monday, May 24, 2004



Segunda, 24 de Maio, 2004

  Tragicomédia


A bola da vez é a China. Ah, como seria bonita com uma aliança com a China! A união que fará os 2 países serem "levados em conta", braveja o nosso chefe-maior, o nosso mestre estrategista.

Só tem um probleminha. A China que o PT quer como aliada deve ser a China comunista, e não a capitalista. Sim, porque a China capitalista (que por sinal já é levada a sério pelo mundo todo) acha o Brasil protecionista demais! Chorão e protecionista, para ser mais exato. Essa é a China que tem como maior parceiro econômico os EUA, e que quer aumentar cada vez mais sua integração com o mesmo.

Essa China que o Lula sonha, a que ajudaria o Brasil nessa fantasia megalomaníaca de ser um adversário americano, simplesmente não existe. Ou melhor, está rapidamente deixando de existir. É verdade que uma parte do Pais permanece presa na teia comunista... Quem sabe dali vem a tal "ordem internacional mais justa e mais igualitária" que o querido presidente cita? Sera que é essa a origem do desejo, uma volta ao passado?

Talvez eles querem importar alguma tática mais eficiente para silenciar reporter do NY Times, só pode ser isso.

Quando será que esse nosso País vai acordar e sair dessa mentalidade tão idiota?

Quando sairemos dessa fantasia de que temos que fazer o mundo se adapatar ao Brasil e não o contrário?

Nessa minha última viagem ao Brasil, por exemplo, percebi que um produto eletrônico que custa 100 dólares aqui nos EUA custa por volta de 1000 reais no Brasil (mais de 300 dólares). Os impostos para importação são tão altos (por volta de 80% para esses produtos) que a pouca oferta acaba aumentando ainda mais o preço final. Imaginem o tamanho da desvantagem que esse tipo de barreira cria.

Mas tudo que se escuta na imprensa é que os EUA e a Europa são protecionistas, e que entravam nosso desenvolvimento. Estamos de mãos atadas! Sorry folks!

Mas não se preocupem, a China nos salvará de todos nossos problemas.

Tuesday, May 18, 2004



Terça, 18 de Maio, 2004

  Fora do ar


Amigos,
Meu Pai faleceu no domingo. Estou no Brasil.
Espero que a vida volte ao normal semana que vem, se é que isso existe.

Ah, completo 30 anos hoje. Isn't it great?

Enjoy life and your family.

Sunday, May 16, 2004



Domingo, 16 de Maio, 2004

  Direita, esquerda e o liberalismo no Brasil


O Alexandre do LLL postou esse texto sobre a alternância de poder no Brasil, e eu vou pegar carona no assunto.

Já havia escrito outras vezes que eu considero o debate ideológico no Brasil quase nulo. A nossa direita se resume a um pingado de comentaristas e talvez um ou outro político. Não temos um partido sequer que seja ideologicamente oposto ao PT, quanto mais ao PC do B.

Mas o que isso tem a ver com liberalismo econômico? Afinal, nem todo partido de direita é liberal. Em muitos aspectos, Bill Clinton foi mais liberal do que George Bush.

É verdade que a esquerda tradicional por definição não é liberal. Porém, a esquerda que temos hoje em dia (mais conhecida como Social-Democracia) não é, com poucas exceções, comunista. É algo mais perto do 'Welfare State' europeu. E vale lembrar que quando a direita tem um monopólio politico, mesmo que breve, também tende a aumentar medidas anti-liberais (geralmente populistas) como a intervenção e o protecionismo.

Mas entao porque a falta de uma direita de verdade faz falta ao Brasil?

Porque o verdadeiro precursor para a existência do liberalismo é a disputa entre ideologias.

A situação ideal é aquela aonde esquerda e direita competem constantemente pelo eleitorado. Nesses casos, o liberalismo acaba sendo sempre implementado por um simples motivo: No fim das contas, os resultados sempre aparecem.

Vejam o caso da Espanha. Depois de décadas de marasmo, o governo do PP "inovou" e liberalizou varios pontos da economia espanhola. Os resultados foram evidentes, e o atual governo de esquerda vai se ver obrigado a continuar com essas medidas. Muito provavelmente tentará algum tipo de inovação liberal. Se não o fizer, com certeza perde a próxima eleição.

O Brasil vive uma situação semelhante ao México do PRI (Partido Revolucionario Institucional). Foram 70 anos de um debate político restrito, regado a muita corrupção e populismo. Com isso, os políticos não precisam inovar, e o ciclo de problemas é sempre atacado da mesma maneira.

Os governos brasileiros pós-ditadura foram todos essencialmente iguais. Tivemos uma mudança aqui e ali, um João Mellão no governo Collor, algumas privatizações do governo FHC, mas no fim nenhum deles inovou o suficiente para que uma reforma profunda fosse feita.

E porque isso não acontece? Simplesmente porque eles não precisam inovar. É muito arriscado, muito trabalhoso.

O maior benefício do governo PT é o fato dele ser talvez a forma mais pura desse socialismo politico isolado. Populista, desorganizado, centralizado e corrupto. Com a sua eventual falta de resultados, outros partidos talvez sejam forçados a dar espaço à novas idéias.

Vale lembrar que os partidos liberais "puros", como o Libertarian Party, tem pouco sucesso político. Esperar que algo do tipo seja implementado com sucesso no Brasil é utopia.

Por isso acredito que, para que o liberalismo tenha sua chance no Brasil, é essencial que tenhamos pelo menos um partido autêntico de direita.

Saturday, May 15, 2004



Sábado, 15 de Maio, 2004

  Novos favoritos


Mais três blogs portugueses entram na lista, fazendo companhia para o Jaquinzinhos e o Causa Liberal: O Observador, A Razão das Coisas e Rua da Judiaria.

Também está de volta o Aristrocata, do Carlos Eduardo.

Friday, May 14, 2004



Sexta, 14 de Maio, 2004

  Iraque e al-Qaeda


A decaptação do americano Nick Berg é um lembrete para aqueles que já tinham esquecido o que realmente está em jogo nessa guerra contra o terror dos extremistas islâmicos: A minha, a sua, a nossa cabeça. Não somente a dos americanos, ou ocidentais. A cabeça de todos os "infidéis".

Contra esse pessoal não tem negociação. O desafio é saber se o resto do mundo conseguirá ter a persistência e força necessária para vencer essa guerra.

Mas a morte do Nick Berg também lembra de um certo 'detalhe' muito contestado desde o início da guerra do Iraque: a ligação de Saddam e a Al-qaeda.

O assasino de Berg, Abu Musab al-Zarqawi, é considerado o número 2 de Bin Laden. Alguns acham até que a 'publicidade' atual de Zarqawi pode significar a tentativa de subida ao posto de número 1.

De qualquer forma, depois de perder a perna em um bombardeio na guerra do Afeganistão, adivinhem para onde Zarqawi se mudou? Norte do Iraque, aonde o grupo Ansar al-Islam mantinha seu campo de treinamento.

Zarqawi não só lidera atentados contra tropas da coalisão no Iraque, mas também fora dali. Quase conseguiu executar um grande ataque na Jordânia mês passado, usando bombas carregadas de... armas quimicas.

Apesar das lambanças na execução, a guerra do Iraque continua sendo (e sempre foi) parte vital da guerra contra o terrorismo islâmico.

Thursday, May 13, 2004



Quinta, 13 de Maio, 2004

  A "Monumental estupidez" e outras reações da imprensa


Esse editorial do Estadão me fez lembrar a época em que esse jornal não era somente a versão light da Folha, e sim seu concorrente de verdade. Muito bom.

No geral, foi um alívio ver a reação da imprensa brasileira ontem. Foi provavelmente a única boa consequência desse insano surto ditatorial cometido pelo Lula.

Até mesmo a Folha não deixou barato. Na edição de ontem, eles lembraram que a lei usada como muleta para a expulsão do jornalista é da época militar, e que desde então não havia sido usada. Pior, nem mesmo na ditadura esta lei era usada para expulsar membros da imprensa.

É verdade que publicaram hoje um texto patético do porta-voz da Presidência da República, André Singer, mas este veio acompanhado de uma boa análise de Taís Gasparian, chefe-de-gabinete do ministro da Justiça em 2002.

Aliás, a Taís Gasparian lembra que "O jornalista do "NYT", por mais que se possa criticá-lo, não cometeu nenhuma calúnia. Calúnia seria se o presidente tivesse sido acusado injustamente da prática de um crime. Mas não se trata de crime. Na pior hipótese, se confirmados eventuais excessos, trata-se de uma doença." Ponto final nessa teoria furada que o jornalista do Times quebrou a lei de alguma maneira.

Outras racionalizações furadas pipocaram aqui e ali, mas poucos tiveram a cara de pau de defender integralmente o que foi feito com o jornalista.

No fim das contas, parece que a parcela da imprensa que ficou revoltada com o disparate é maior do que os malucos de carteirinha que aceitam o que for dito pelo partido vermelho como Gospel (e também dos que aceitam qualquer absurdo para afrontar os EUA).

Nem tudo está perdido.

Wednesday, May 12, 2004



Quarta, 12 de Maio, 2004

  Liberdade e o cabresto ideológico


Se engana quem pensa que essa atitude ditatorial do nosso presidente é um caso isolado.

Eu acredito que tudo começou alguns meses atrás, quando decidiram impor a identificação das digitais dos americanos.

O tempo mostrou que os EUA não estavam descriminando o Brasil, e sim implementando um sistema de identificação geral. Atualmente, pessoas de qualquer país passam pelo processo de deixar as digitais. Se o sistema é bom ou ruim pouco importa, mas o fato é que não existe descriminação. Já o Brasil estava claramente agindo de forma vingativa, tentando conseguir por força o que não conseguiu através da diplomacia. Não conseguiu coisa nenhuma, e continua sendo o único país do mundo a ter um procedimento tão fora do comum para um povo específicamente.

O cancelamento do visto do reporter do NY Times é uma extensão dessa ideologia. Esse governo brasileiro acredita que pode controlar tudo, inclusive a imprensa. Obviamente os EUA são o principal alvo. Econômicamente, politicamente, diplomaticamente e principalmente ideológicamente, o governo Lula quer fazer o possível para antagonizar.

Seja com uma aliança furada com o Chavez, seja mandando dinheiro para o velho amigo Fidel, seja como for.

Qual o objetivo de tudo isso? Sinceramente não sei. A maioria das análises apontam para pura burrice e incompetência. Bem possível. Outros apontam para uma preparação de algo maior.

Eu duvido. Mas não posso deixar de admitir que tenho medo.

Tuesday, May 11, 2004



Terça, 11 de Maio, 2004

  O ataque das Cicadas




Parece coisa de X-Files, mas não é.

A cada 17 anos, as cicadas invadem aos milhões a região do Leste Atlântico dos EUA. Geralmente tudo comeca em Indiana (mais no centro do País) e vai se alastrando para o Leste, de New York até o Missouri. A região de Washington DC, aonde eu moro, é um dos principais alvos.

Esse periodo de incubação tão longo da cicada é parte da sua tática de sobrevivência. Como não tem nenhuma proteção contra pássaros, esquilos, etc, a única maneira em que ela consegue sobreviver é saturando o ar com o máximo de insetos pelo menor periodo de tempo possível. Quando chega a hora, todas "brotam" do chão simultâneamente, e vivem somente por poucos dias até conseguirem colocar seus ovos nos galhos das árvores e perpetuar o ciclo. Os cientistas acham até que o fato do número de anos de incubação ser primo ajuda na luta contra os predadores naturais.

Apesar de inofensivas, as cicadas provocam uma grande confusão por onde passam. O pessoal daqui me conta histórias de pessoas correndo do carro para casa, tentando fugir das trombadas acidentais. Isso sem falar nas hortas destruidas, parabrisas completamente bloqueados, e coisas do tipo.

Como existe gosto para tudo, muita gente por aqui adora o espetáculo, como o pessoal do Cicada Mania.

Essa será minha primeira experiência com o "ataque das cicadas". Depois eu conto como foi. Seu eu sobreviver, lógico.

Monday, May 10, 2004



Segunda, 10 de Maio, 2004

  A maldição do Petróleo


Outro ótimo editorial do Friedman para o NY Times:

"The Arab world, alas, has been cursed with oil. For decades, too many Arab countries have opted to drill a sand dune for economic growth rather than drilling their own people — men and women — in order to tap their energy, creativity, intellect and entrepreneurship. Arab countries barely trade with one another, and unlike Korea and Japan, rarely invent or patent anything. But rather than looking inward, assessing their development deficits, absorbing the best in modern knowledge that their money can buy and then trying to beat the West at its own game, the Arab world in too many cases has cut itself off, blamed the enduring Palestine conflict or colonialism for delaying reform, or found dignity in Pyrrhic victories like Falluja."

"The Bush team has made a mess in Iraq, but the pathologies of the Arab world have also contributed — and the sheer delight that some Arab media take in seeing Iraq go up in flames is evidence of that. It's time for the Arab world to grow up — to stop dancing on burning American jeeps and claiming that this is some victory for Islam."

"As I said, the Bush team has made a mess in Iraq. And I know that Abu Ghraib will be a lasting stain on the Pentagon leadership. But here's what else I know from visiting Iraq: There were a million acts of kindness, generosity and good will also extended by individual U.S. soldiers this past year — acts motivated purely by a desire to give Iraqis the best chance they've ever had at decent government and a better future. There are plenty of Iraqis and Arabs who know that."

"A senior Iraqi politician told me that he recently received a group of visiting Iranian journalists in his home. As they were leaving, he said, two young Iranian women in the group whispered to him: "Succeed for our sake." Those Iranian women knew that if Iraqis could actually produce a decent, democratizing government it would pressure their own regime to start changing — which is why the Iranian, Syrian and Saudi regimes are all rooting for us to fail."

E não deixem de continuar seguindo os relatos do Mohammed, Ali e Omar no IRAQ THE MODEL. O último post descreve uma conversa do Mohammed com um amigo médico que trabalhou na prisão de Abu Ghraib.

Saturday, May 08, 2004



Sábado, 8 de Maio, 2004

   Thought for the Day


"I do feel that, in some ways, our setbacks are also opportunities - that the notion that this was all going to be perfect and easy is as foolish as the notion that it is doomed. Two recent things: the fact that the imposition of a Saddamite general on Falluja spurred the Shi'a leadership in the South to isolate al Sadr further shows how some bad things can lead to good things. Ditto the horrors at Abu Ghraib. What they reveal is something true: Americans are no better and no worse as human beings than anyone else. They can become savages as well. But our system - the open press, the internal reviews, the democratic accountability - minimizes the damage of our flawed human nature. I hope that this incident demonstrates to the Iraqi people that it's the system that we're trying to help them build. This system is not American. It is simply the best of the worst options for human government there is."

"Eu sinto que, em varios aspectos, nossos problemas também são oportunidades - que a noção de que tudo seria fácil e perfeito é tão tola quanto a de que está tudo perdido. Dois acontecimentos recentes: O fato de que a imposição de um general de Saddam em Falluja levou a liderença Xiita no Sul a isolar ainda mais al Sadr mostra como alguns acontecimentos ruins podem levar a consequências boas. O mesmo se aplica a Abu Ghraib. O que esses fatos revelam é algo verdadeiro: Americanos não são nem melhores nem piores que outros seres humanos. Eles podem se tornar selvagens também. Mas o nosso sistema - imprensa livre, revisões internas, responsabilidade democrática - minimiza os danos da nossa natureza falha. Eu espero que esse incidente mostre aos iraquianos que este é o sistema que estamos tentando ajudar a construir. O sistema não é americano. É simplesmente a melhor dentre as opções imperfeitas de governo humano disponíveis."

Thursday, May 06, 2004



Quinta, 6 de Maio, 2004

  Eu nao resisto...


Ok, bem que eu tentei deixar esse assunto do abuso de prisioneiros iraquianos de lado, mas está difícil.

Esse editorial da Folha de SP esta fantástico, uma obra de arte. Coisa para recortar e guardar como lembrança. Ou melhor ainda, esse texto deveria ser usado como material em sala de aula. "Anti-Americanismo 101 - Como racionalizar o ódio"

Vejam só se eu estou exagerando (negritos e comentários adicionados):

"Pode ser verdade que a tortura não é a política oficial dos EUA para o Iraque, mas não há muitas dúvidas de que a política oficial dos EUA para o Iraque leve à tortura."..."Acrescente-se a essa lógica de insinuações e interpretações peculiares a forte carga antiárabe transmitida pelo noticiário (no fim do texto a Folha se contradiz aceitando que a rede de Tv CBS denuncionou os abusos) e pelos filmes de Hollywood e temos a receita para o pau-de-arara."

#MONEY SHOT#
"A invasão ao Iraque, que teve como um de seus pretextos a deposição de um ditador que torturava e matava na prisão de Abu Ghraib, acaba de ganhar um novo símbolo: a mesma Abu Ghraib, onde se tortura e se mata, mas agora sob gerência americana, e não mais de Saddam Hussein."

Uau, que loucura... Precisa ser muito cara de pau para escrever um negócio desses, meu Deus. E também muito ignorante sobre o que o Saddam fez nos mais de 20 anos de tortura pelo Iraque. Sem contar a generalização cretina e absurda de equiparar um grupo pequeno de soldados com um País inteiro.

Mas esses são detalhes, porque no fim a mensagem mais absurda desse texto é que todos os árabes são vistos como bandidos nos EUA por causa da TV e do cinema! Quer dizer, o problema nem é mais com o Bush, mas com o povo dos EUA no geral! Os americanos são todos loucos assassinos, guiados por um esquema nacional de lavagem cerebral "a la Goebbels", e querem matar todos os árabes. TODOS. O Iraque é somente a bola da vez.

Imaginem como esse cretino que escreveu o texto ficou feliz com a brecha que esse abuso de prisioneiros proporcionou... Seria cômico se não fosse trágico.

Que lixo esse Jornal, que lixo. Pobre Brasil.

Wednesday, May 05, 2004



Quarta, 5 de Maio, 2004

  Essa é a última sobre esse assunto, prometo


Essa piada que eu postei sobre o abuso dos presos iraquianos e os mortos de Fallujah pode ter dado a falsa impressão de que eu justifico um ato pelo outro.

Não, mil vezes não. Só postei porque realmente achei a charge engraçada.

Apesar de continuar acreditando que existe uma exploração anti-americana nisso tudo, acho esse mal trato dos prisioneiros iraquianos um absurdo. Lendo a lista (via Andrew Sullivan) do que foi feito, o sangue fica quente:

6. (S) I find that the intentional abuse of detainees by military police personnel included the following acts:
a. (S) Punching, slapping, and kicking detainees; jumping on their naked feet;
b. (S) Videotaping and photographing naked male and female detainees;
c. (S) Forcibly arranging detainees in various sexually explicit positions for photographing;
d. (S) Forcing detainees to remove their clothing and keeping them naked for several days at a time;
e. (S) Forcing naked male detainees to wear women’s underwear;
f. (S) Forcing groups of male detainees to masturbate themselves while being photographed and videotaped;
g. (S) Arranging naked male detainees in a pile and then jumping on them;
h. (S) Positioning a naked detainee on a MRE Box, with a sandbag on his head, and attaching wires to his fingers, toes, and penis to simulate electric torture;
i. (S) Writing “I am a Rapest” (sic) on the leg of a detainee alleged to have forcibly raped a 15-year old fellow detainee, and then photographing him naked;
j. (S) Placing a dog chain or strap around a naked detainee’s neck and having a female Soldier pose for a picture;
k. (S) A male MP guard having sex with a female detainee;
l. (S) Using military working dogs (without muzzles) to intimidate and frighten detainees, and in at least one case biting and severely injuring a detainee;
m. (S) Taking photographs of dead Iraqi detainees.

Os culpados tem que ser punidos. De verdade.

Tuesday, May 04, 2004



Terça, 4 de Maio, 2004

  Politicamente incorreto





Monday, May 03, 2004



Segunda, 3 de Maio, 2004

  Polêmica da vez


Eu sei que é repetitivo, mas não consigo deixar de me surpreender com a completa falta de lógica do ser humano.

Vejam essa nova polêmica dos soldados americanos que abusaram dos prisioneiros iraquianos. Algo errado, sem dúvida nenhuma, e os soldados serão punidos. Entretanto, o assunto está sendo tratado pelo mundo como se fosse um novo genocídio, ou como disse um jornal Escocês, "o fim da farsa moral da guerra do Iraque".

Um punhado de soldados, no meio de mais de 150 mil, quebraram as regras militares (que são rígidas) e voilà, mais uma prova que os EUA são o diabo na terra. Que foi um outro soldado que denunciou a coisa toda ou que o exército americano foi atrás e denunciou publicamente quem abusou pouco importa.

Essa torcida contra os EUA alcança cada vez mais níveis absurdos. A situação em Fallujah é outro ótimo exemplo. Se os EUA atacam forte, estão sendo violentos demais. Se não atacam, são incompetentes. Se arranjam uma solução diferente, como essa nova força iraquiana, estão admitindo a derrota! Derrota do que exatamente eu não sei, mas que tinha gente comemorando isso tinha.

Isso tudo considerando que os EUA poderiam, se quisessem, destruir Fallujah, Najaf, ou qualquer cidade iraquiana inteirinha em algumas horas. Aliás, poderiam destruir o Iraque inteiro, sem a perda de vida de sequer um americano. As bombas estão lá, esperando. Mas isso nunca é nem considerado.

Enquanto isso, os "guerreiros da liberdade" que usam crianças e mulheres como escudos humanos são tratados como pobres coitados oprimidos pelos "invasores".

Acho que nunca serei capaz de entender essa síndrome de "sempre torcer pelo mais fraco por mais errado que esteja". Ou será que a real sindrome é "torcer contra o mais forte por mais certo que ele esteja"?

Talvez o problema esteja mais para psicologia do que sociologia no fim das contas.