Sexta, 30 de Julho, 2004
B+
Consegui assisitir mais ou menos 30 minutos do discurso do Kerry ontem. Pode parecer pouco, mas eu esperava me cansar bem mais rápido.
O show começou muito bem, com um filme/propaganda feito por um aluno do Spielberg. Mostrava o Kerry no Vietnã, brincando com as filhas, Kerry no Vietnã, Kerry no Vietnã... Coisa de primeira qualidade. Depois vieram as filhas, os companheiros de Vietnã, o Senador Max Cleland (que perdeu as duas pernas e um braço adivinhem aonde), e finalmente Kerry.
O discurso em si continuou seguindo essa mesma regra: All about the military baby. Uma estocada aqui e ali no Bush, ajudar a classe média aqui e ali, referência à mãe escoteira para explicar o amor à natureza, e entre cada um desses assuntos uma lembrança de que ele será implacável contra os terroristas, e que ajudará o exército a ser mais forte.
Quase 80% do discurso poderia ser considerado Republicano. Nada de concordar com a teoria Clintoniana de que "não podemos matar todos terroristas do mundo". A mensagem foi de força. "John Kerry reporting for duty", como ele mesmo definiu na primeira frase.
Apesar de não votarmos aqui, considero eu e minha mulher como bons exemplos do público alvo do Kerry: Independentes, inclinados para o lado dos Republicanos. E por aqui o discurso foi efetivo. Até o "estilo-robô" dele parecia controlado, bem melhor que antes. Me peguei imaginando um mundo melhor, alianças refeitas, Iraque em paz, menos impostos, déficit controlado, uma beleza!
Afinal, é tudo marketing. E os Democratas fizeram um bom trabalho, melhor do que eu esperava.
Bush vai ter que jogar muito bem para reverter a partida.