Tuesday, July 27, 2004



Terça, 27 de Julho, 2004

  Resposta à Regina Parreiras Martins

Para quem não leu ainda, a pesquisadora Regina Parreiras Martins respondeu às minhas criticas ao texto "O Brasil que os americanos lêem". Ela copiou a resposta nos últimos dois posts, é só conferir.

Aqui vai minha resposta (enviada por email):

Regina,

Entendo sua crítica, mas acho que o parágrafo em questão é bem ambíguo. Veja bem:

'Não se trata de uma paranóia infundada de que esses repórteres possam ser verdadeiros "agentes do mal em missão pelo FBI"'

Na minha interpretação, você estava justamente concordando com a possibilidade de que os repórteres poderiam ser verdadeiros "agentes do mal", e não negando essa possibilidade. Pelos comentários que eu recebi, outros leitores entenderam dessa mesma forma, é só conferir.

Quanto aos seus comentarios sobre raça, novamente repito o que você escreveu:
'Tratando de temas tão díspares como o desenvolvimento econômico do sul do país ou o carnaval no Rio de Janeiro e em Salvador, as matérias, segundo a pesquisadora, apresentam uma ótica preconceituosa, baseada principalmente na distinção de raças.' (grifo meu)

Acho que é evidente que você considera sim um problema definir alguem por raça. Senão, porquê o desgosto com o fato de que a ascendência do Jaime Lerner é citada? E porque a revolta com a descrição do carnaval de Ipanema como tendo "Predominantemente negros"? Eu não vejo problema algum nisso, poderia muito bem imaginar que a maioria fosse negra numa festa como essa, afinal temos uma grande população negra no Brasil. E justamente por eu não ver diferenças ou preconceitos entre as raças ou nacionalidades, não acho isso problema algum. Não achei sequer um exemplo em que os negros brasileiros foram descritos como inferiores ou algo do tipo. Só posso deduzir que esse 'bias' é subjetivo, como parecem ser todas as suas outras acusações.

Quanto ao fato de que você morou em Washington, realmente não muda muito minha opinião. Eu assumi que esse não era o caso justamente porque eu moro aqui e não vejo nada disso. Continuo discordando que exista esse "plano organizado" de passar uma imagem ruim do Brasil. Acho que fazemos esse trabalho muito bem sozinhos. Eu moro aqui em Washington DC há 6 anos, tenho parentes espalhados por 5 estados americanos, conheco uma boa parte do país, também estou completando meu mestrado e sigo atentamente tudo que é escrito sobre o Brasil por aqui. E acho que a imagem que os americanos tem do Brasil é até boa demais. Muito pelo desinteresse, e parte pela escassez das mesmas.

Sinceramente, não vejo porque perder recursos tentando achar problemas aonde eles não existem, quando já temos tantos problemas reais nos atormentando.

Abraços
Paulo

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