Tuesday, November 22, 2005

Pobre juiz

Sim, o Márcio Resende de Freitas errou. Foi pênalti, assim como o gol do Botafogo em 95 foi ilegal e o do Santos anulado incorretamente. O Maradona meteu a mão na bola, o gol da Alemanha não entrou, e por ai vai.

Em cinco minutos poderia citar uns vinte erros decisivos em jogos de futebol. Isso no Brasil. O assunto não é novidade nenhuma. Novidade foi o Edilson Pereira da Silva, um corrupto que foi pego (diferente de muitos outros que se safaram). Todos concordaram que os jogos 'roubados' deveriam ser jogados novamente, e os que choram agora são os que não conseguiram vencer. Típico.

Mas como sempre, os que reclamam hoje vão ser beneficiados de amanhã. Essa é, aliás, a única 'regra' que mantem o sistema da maneira que é. Quem diz que esse campeonato é uma aberração, um campeonato manchado, uma 'vergonha', ou começou a assistir futebol em Janeiro ou não sabe nada de futebol. Zilch.

Esses erros acontecem muitas vezes por simples limitação humana. Já provaram cientificamente que os bandeirinhas não conseguem marcar impedimentos. Mas ficou por isso mesmo. E falando em limitações, a maior delas é o próprio sistema de arbitragem. Os árbitros não conseguem estar 90 minutos no lugar certo porque são gordos, e além do mais, arbitrar um jogo de futebol não é nem profissão no Brasil. Pior ainda, os mais experientes são ainda mais lentos, e acabam sendo escalados para as decisões porque os jovens são piores ainda.

E qual é a solução? Tecnologia e bom senso. No futebol americano os replays já são usados há alguns anos, e o resultado é muito bom. Pelo menos se acaba com os erros absurdos. Quanto ao profissionalismo, não é nem preciso uma solução radical. Na NBA, os árbitros são 'semi-profissionais', isto é, durante a temporada eles só apitam jogos. Isso já faz uma diferença tremenda.

Reclamar é fácil, ainda mais quando o beneficiado é o time mais popular (e consequentemente mais odiado) do Brasil.

Mas não vai adiantar nada.

24 comments:

Cláudio said...

Por mim eu acabaria com o impedimento. O lances invalidados são geralmente discutíveis. Pelo menos valeria uma experiência.

Quanto ao replay, o problema no futebol é que o cronômetro não pára. Imagina se o juiz pedisse replay toda hora. Melhor maneira de ganhar tempo.

A verdade é que a FIFA não consegue (ou não quer) evoluir e somente mesmo coisas como estas nos prendem a ele:

http://www.youtube.com/results.php?search=ronaldinho

Anonymous said...

Olha que interessante, somente alguns dos erros desse ano para o Corinthians e Inter:
http://lancenet.ig.com.br/clubes/COR/noticias/05-11-22/344376.asp

Nao acho que seria dificil implementar o replay. Era so colocar algum tipo de punicao (o tecnico que pede replay injusto perde uma susbtituicao por exemplo) que funcionaria, pelo menos, para evitar erros absurdos.

O Ronaldinho eh alien...

Anonymous said...

Futebol sempre foi assim. O torcedor do time prejudicado reclama e o torcedor beneficiado diminui o erro. :)

O que eu não aguento é jogador fazendo cera. Por isso que prefiro assistir hockey no gelo aqui nos EUA.

[]s

Anonymous said...

Vamos parar com a choradeira. O juiz "roubou gol" para os dois lados, anulando o efeito total sobre o resultado final. O Botafogo é campeão legítimo, nem vem.

Anonymous said...

Não usa a NBA como modelo para arbitragem. A arbitragem é notoriamente terrível. Gente como Violet Palmer e Dick Bavetta já chegaram a um ponto que os jogadores nem tentam mais discutir certos erros.

Mas a tecnologia ajuda, especialmente em arremessos em finais de quarto. Devia ser mais usado na NBA e devia ser usado, de algum jeito, no futebol.

Anonymous said...

Concordo em linhas gerais, mas discordo de dois pontos do post. Primeiro com a questão do replay. Na Espanha, tentaram fazer um jogo em que cinco árbitros ficavam fora do estádio, acompanhando o jogo pela televisão, e decidiam lances duvidosos. Resultado: o jogo durou cinco horas.

Se dependesse de mim, futebol teria dois tempos de 30 minutos de bola jogada, substituições indefinidamente, e não teria impedimento. Mas, todos seriam obrigados a concordar que seria outro jogo que não o futebol.

A verdade é que, infelizmente, parar o jogo para ir a uma TV analisar o lance não é prático para o futebol. Assim como não é prático para o beisebol, esporte que também poderia, teoricamente, se beneficiar do uso da tecnologia, especialmente na definição da strike zone.

Acho que é preciso mudar duas coisas nesse sentido no Brasil. Primeiro, preparar melhor os árbitros e profissionalizar sua função, como bem notou o Paulo. E segundo, começar a punir dirigente que faz o jogo da torcida.

A arbitragem da NBA é notoriamente ruim, mas dirigentes e técnicos costumam ter o bom senso de não fazer reclamações sobre isso na mídia, logo após os jogos, para não angariar a má vontade dos árbitros cujas falhas dificilmente podem ser atribuídas à má-fé. Eu acho, sinceramente, que a choradeira de colorados pelas últimas cinco ou seis rodadas de que a anulação dos jogos foi feita só para favorecer o Corinthians já deixa os juízes de má vontade com o colorado, e poderia explicar parte do erro gritante do Márcio Rezendo.

Por último, permita-me a pergunta: desde quando o Corinthians é o time mais popular do Brasil? Eu sou gremista, ou seja, minha pergunta não é de maneira alguma advinda de rivalidades. Mas eu, sinceramente, acho que nenhum time brasileiro se aproxima do Flamengo em termos de popularidade.

Anonymous said...

Pessoal,
Para implementar o replay era so criar um esquema parecido com o do futebol americano. Cada tecnico teria direito a 2 ou 3 challenges, e se depois do challenge o lance nao fosse revertido, o time perderia algo (como nao existe timeouts, teria que ser algo como uma substituicao).

E por pior que seja a NBA, nao da para comparar com o futebol no geral...

[ ]s

Anonymous said...

Ah, e sobre popularidade, eu estava falando sobre times d 1 .a divisao :-)

Anonymous said...

Paulo, arbitro de futebol, em tese, no Brasil, jah eh profissao, sim. Eh o q alguns amigos do meu pai (que foi juiz da CBF) tem na carteira de trabalho.

Agora, se na pratica eles precisam adicionar empregos para o sustento da familia, aih eh outro papo... :-)

Lucia Malla

Anonymous said...

Paulo, o problema é que o soccer não pára a jogada. No football, a revisão do lance é feita depois que a jogada chegou ao fim. Portanto, seja mantendo ou não a decisão original, o que os árbitros fazem é confirmar ou não o resultado final da jogada.

No caso do soccer, a jogada não pára. Imaginemos o seguinte: o time A cruza uma bola na área. O time B espanta a bola e sai num contra-ataque rápido, com três atacantes contra dois defensores.

No entanto, o técnico do time A acha que o zagueiro do time B bateu com a mão na bola. O que ele faz? Entra em campo correndo e se atira na frente do juiz?

Mas mesmo que houvesse um controle remoto que ele apertasse para avisar o juiz que quer um "challenge", o que este faria? Se ele parar a bola no meio do contra-ataque e decidir que, realmente, não foi mão, ele terá beneficiado o time que pediu o "challenge" porque terá interrompido o contra-ataque do time adversário.

Ou então, só poderá pedir um "challenge" em jogadas que resultarem em gol ou marcação de falta, ou seja, cuja marcação tenha efetivamente parado o jogo (é mais ou menos o que acontece na NBA, onde o replay só é usado para lances nos últimos segundos, e a pedido dos próprios árbitros). Nesse caso, se no domingo, depois que Tinga sofreu a falta, a bola tivesse sido recuperada por um zagueiro ao invés de ir pra fora, não teria havido a possibilidade de pedir o "challenge".

Sinceramente, não acho que haja espaço para o replay no futebol e nem acho que ele seja necessário. Basta um corpo de árbitros preparados, e um campeonato organizado de maneira transparente o suficiente para ninguém ter dúvidas sobre a integridade dos envolvidos, e o erro passa a ser só parte da coisa.

Anonymous said...

ah, sim. e o Flamengo está e deve continuar na primeira divisão. não que eu não fosse gostar de ver a reação da CBF se o time mais popular do país fosse rebaixado.

Anonymous said...

Solon,
Vc tem razao, em certos lances nao seria possivel. Mas em muitos outros sim, e sem falar que, se o lance acaba em gol sempre daria para challenge.

O Flamengo deu uma melhorada, mas nao sei nao, ainda pode acontecer :-)

[]s

Cláudio said...

Flamengo agora só ano que vem... :-)

Por falar nisso alguém sabe que métodos o Oswald de Souza usa para atribuir 0,05% de chance de ser rebaixado e 98,37% de ser campeão?

Jorge Nobre said...

Sinceramente, eu não gosto quando o São Paulo é prejudicado pelos "erros" dos juízes, mas só aí. Nos demais casos eu acho é muito engraçado.

Anonymous said...

O Oswald usa estatística básica: simulação de todos os resultados possíveis e o número de combinações que garantem o campeonato ou a queda. O problema é quantificar as chances de um time forte vencer um fraco e vice-versa, é onde entra uma aproximação dos números.

Anonymous said...

As vezes eu acho que ele ignora totalmente esse aspecto de times fortes x fracos Fernando...

Se houvesse uma bolsa de apostas esportivas ele provavelmente poderia usar o favoritismo dos times nessa parte da equacao. Provavelmente ficaria mais perto da realidade.

[]s

Anonymous said...

Lucia,

Imagino que eles tenham que declarar em carteira de trabalho, afinal, os impostos tem que ser pagos :-)

Mas nenhum arbitro eh realmente profissional. Na pratica eh so uma atividade extra.

Alias, os clubes brasileiros ainda sao amadores (literalmente), nao sao?

Absurdos nao faltam...

[]s

Anonymous said...

Eu não sei detalhes do método que ele usa, mas qualquer que seja sempre será aproximado. Usar 50-50 é o básico, mas daí a dizer 60-40 ou 70-30 sempre vai estar sujeito a debates. Quando acontece uma zebra, não quer dizer que a matemática errou (como muita gente acha), apenas que aconteceu o evento com menos probabilidade.

A bolsa de apostas também reflete um certo bias, até porque eles também usam estatística para conferir o seu lucro (ou perda) vs. número de apostas em um determinado evento.

[]s

Marcos Matamoros said...

Caro Paulo,
Erros de árbitros acontecem muitas vezes por limitação humana, mas o Márcio Rezende de Freitas é reincidente em cagadas homéricas. E, para piorar, os erros dele contra Santos e Inter foram grotescos. Como goleiro, juiz não pode errar em momentos decisivos. Quer dizer, poder, pode, mas as conseqüências não são das mais agradáveis. O frangueiro Oliver Khan foi considerado o melhor goleiro da Copa 2002, mas falhou num momento crucial, no primeiro gol do Ronaldo. Ele foi diretamente responsável pela derrota da Alemanha (sim, o Brasil ganhou de 2 a 0 e poderia ganhar mesmo sem o frango, mas ele tomou um gol num momento que atrapalhou bastante a Alemanha). O meu critério é justo? Não, mas futebol é interessante, entre outras coisas, por não ser justo. Chavão, você pode dizer, mas é verdade. Banir o Márcio Rezende de Freitas em 1995 teria sido melhor para todos, até para a mãe dele.
Acabar com o impedimento, por sua vez, é uma boa idéia na teoria. Na prática, amarra mais o jogo. Em testes em que o impedimento se limita à grande àrea, as defesas ficam mais recuadas, para evitar bolas nas costas. Tenho dúvidas quanto à eficácia do replay, mas pode ser uma boa idéia. Mas o fundamental seria limitar o número de faltas, para impedir que o jogo pare a todo momento
Um abraço,
Marcos

Anonymous said...

Mais uma de suas mentiras cai por terra:

"Tropical Storm Delta Forms, 25th In Record Hurricane Season"
http://www.terradaily.com/news/hurricane-05zzzzzw.html

Mostra aquela tabelinha de novo, mostra?

Anonymous said...

Xii, deve ser lua cheia e eu nem percebi.

Caro 'destruidor', a 'tabelinha' nao era minha, era do site de metereologia dos EUA. Se vc quiser ver, ou procura o post ou vai la direto.

Segundo, temporada record nao significa muito. O ultimo recorde era da decada de 20. Se a tendencia for real, ano que vem teremos outro recorde, e asim por diante, ate que o aumento seja estatisticamente relevante.

Anonymous said...

Parece que a dislexia lhe acomete durante a sua afobação em justificar o injustificável porque em momento algum escrevi que a tabelinha era sua.

Anonymous said...

uhh, isso faz toda diferenca do mundo.

Alias, o fato de que vc sabe que o grafico nao eh meu torna sua msgzinha inicial mais sem sentido ainda 'destruidor'

Anonymous said...

No fundo todo corintiano tem dois sonhos: ser a maior torcida do Brasil e ganhar um título internacional.

O primeiro um dia vai acontecer, já que o centro financeiro e cultural do Brasil de hoje é SP, basta ver o sotaque caipira dos nossos "melhorrr líderrr goverrrnantes que este país já teve". Lá pra 2060, conforme projeções do Ibope, deve acontecer. Isso, se a torcida do Flamengo parar de crescer o que, convenhamos, é - um pouco - difícil.

O segundo... bem, se não tem título internacional, que pelo menos se tire um título do Internacional, não é mesmo?

Ou vai sustentar a idéia de que ser convidado pela Fifa sem ter vencido a Libertadores, pra jogar contra os reservas dos clubes europeus, é um campeonato mundial? A própria Fifa diz que não. :)

Paulo, você poderia ter tocado num assunto mais interessante: de onde vem o dinheiro da MSI?

Anyway, aos KIAmpeões as batatas. :)