O bom nem sempre é bonito
Tevez, o Monstro da raçaMeus amigos que ficaram no lado de baixo da tabela (Championship challenged como diriam os americanos) me provocaram dizendo que a comemoração desse titulo não foi das melhores.
Eles tem razão, mas pelos motivos errados.
O problema não foi o suposto favorecimento da arbitragem, ou a falta de brilho desse time. Sobre o favorecimento eu falo depois, e sobre o time, contando com todos os titulares, acredito que este seja melhor que os outros 3 campeões.
O problema desse campeonato foi outro: a fórmula dos pontos corridos. Para variar, o Brasil importa o que há de pior na Europa.
O pessoal que gosta desse esquema diz que é a fórmula mais justa, que vence o time mais constante, que tem o melhor elenco e planejamento. Concordo 100%. Só existe um probleminha: Os torcedores não estão atrás de justiça e constância, e sim de emoção.
Não existe coisa mais emocionante do que uma final. Final de verdade, com casa lotada, e que se acabar empatada vai para os pênaltis. O nervosismo de colocar 6 meses de campeonato em 90 minutos, a possibilidade de jogadores que não fizeram nada o ano inteiro virar heróis. Adrenalina pura.
Os defensores da formula atual rebatem dizendo que em pontos corridos todo jogo é uma final. Oras, usando a frase do Incredibles, tudo que isso quer dizer é que nenhum jogo é realmente uma final.
Imaginem se tivessemos agora oitavas de final entre Corinthians x Cruzeiro, Internacional x Paraná, Goiás x Atlético-PR e Palmeiras x Fluminense. Imaginem se Corinthians e Inter tivessem que jogar mais 2 vezes, no Beira Rio e Morumbi lotados.
Terminar um campeonato perdendo um jogo que acabou não valendo nada realmente é frustrante. E não poderia ser de outra maneira. Na verdade, poderia ter sido muito pior, com o campeonato acabando da mesma forma há 3 semanas atrás (se não fosse o gol impedido do Inter contra o Brasiliense).
O que na teoria é justo, na prática vira burocrático e chato. No campeonato de pontos corridos, a emoção é somente um detalhe.
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A moral imoral
Se não fosse pelo gol irregular do Goiás (3 jogadores claramente impedidos) toda essa choradeira do Inter não estaria acontecendo.
Mas o mais irônico de toda essa situacao é que o time que se diz "campeão moral" é o mesmo que quer fazer valer os jogos aonde o juiz declaradamente roubou. Também é o time da mala preta, e o time que, na maior cara de pau do mundo, não admite estar usando um torcedor testa de ferro e a federação gaúcha na briga com a CBF.
E para completar a festa, fizeram a volta olímpica (depois de perder de um time rebaixado) mas decidiram não ir à justiça comum porque correm perigo de perder a vaga na libertadores.
Uma moralidade bem perneta essa colorada.
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Título merecido
Ano | Jg | V. | % | E. | % |
D.
| %
| G.P. | Média |
G.C. | Média |
1990
| 25 | 12 | 48% | 8 | 32% | 5 | 20% | 23 | 0.92 | 20 | 0.80 |
1998 | 32 | 18 | 56% | 7 | 22% | 7 | 22% | 57 | 1.78 | 38 | 1.19 |
1999 | 32 | 15 | 47% | 9 | 28% | 8 | 25% | 54 | 1.69 | 49 | 1.53 |
2005 | 42 | 24 | 57% | 9 | 21% | 9 | 21% | 87 | 2.07 | 59 | 1.40 |