Thursday, February 02, 2006

Teste rápido de anti-americanismo

Já esperava que um pessoal fosse duvidar da história dos brasileiros anti-americanos. A (psychic) Leila até afirmou que eu estou mentindo. Sabe como é, de anti-americanismo ela entende.

Anyway, para explicar um pouco melhor o nível do pessoal que estou falando e deixar bem claro o que eu considero anti-americanismo, desenvolvi o seguinte teste(®), baseado em perguntas que eles responderam durante as nossas conversas sobre os EUA:

- Você acha que os EUA são os maiores culpados pela pobreza do mundo?
- Você acha que os ataques de 9/11 foram merecidos? Você admira OBL?
- Você acha que comparar os EUA com a Alemanha nazista não tem nada demais?
- Você acha que a queda da União Soviética foi um dos piores acontecimentos do século XX?
- Você acha que o mundo seria melhor se os EUA sumissem do mapa?

Pronto. Cinco perguntas, rápidas e diretas. Se você desconfia daquele seu amigo que adora uma camiseta do Che, ou do seu professor de história que de repente deixou a barba crescer, é só testar.

E a pergunta séria continua: Será que o governo americano deveria deixar esse pessoal entrar no país?

22 comments:

Anonymous said...

Poxa! Assim fica difícil ser anti-americano! ;-) Ninguém que seja minimamente inteligente consegue responder sim para essas perguntas.

- Você acha que os EUA são os maiores culpados pela pobreza do mundo? NÃO

- Você acha que os ataques de 9/11 foram merecidos? Você admira OBL?

Não sou exatamente um fã da política externa americana. Penso que os EUA se preocupam demais com a vida dos outros e que, para bem ou para mal, seria melhor que cada um cuidasse dos seus próprios negócios. Quanto ao Bin, é claro que eu tenho certeza que o homem está errado e não o apoio em nada. Mas sempre admiro talentos em sí, mesmo discordando da pessoa ou do uso que faz de suas habilidades.

- Você acha que comparar os EUA com a Alemanha nazista não tem nada demais? NÃO

- Você acha que a queda da União Soviética foi um dos piores acontecimentos do século XX? NÃO

- Você acha que o mundo seria melhor se os EUA sumissem do mapa?

Eu sei lá! Parece aquelas perguntas de "como seria o mundo se a China tivesse colonizado a América".

Jorge Nobre said...

NÃO, para todas estas perguntas. Of course!

Inclusive para a sexta: O governo americano não deve deixar entrar esse pessoal no país - desde que você confie no bom senso dos burocratas para discernir (se bem que muitos casos são óbvios demais).

Mas será que não há pró-americanismo fanático, tanto quanto há antiamericanismo fanático?

Para saber isso, que perguntas fariamos?

- Você acha que os EUA têm o direito de invadir qualquer país em nome da guerra contra o terror? (Para mim, SIM! Ainda acredito que os EUA saberão discernir bem quais páises são ou não suporters do terrorismo, e apesar de tudo eu acho que o mundo está melhor do que estaria se Saddam ainda estivesse no poder).

- Você acha que o Bush está fazendo um bom trabalho, de um modo geral? NÃO.

- Você acha que Al Gore ou John Kerry seriam melhores no lugar do Bush? NÃO.

- Você acha que o Brasil estaria melhor se a opinião geral fosse pró-americana em vez de ser antiamericana? SIM!

Pronto. Sejamos mais complexos. (Confesso que tive dificuldade em responder SIM à primeira pergunta...).

Jorge Nobre said...

É supporters e não suporters do terrorismo.

Mas esse foi um erro de digitação.

bridgeplayer said...

Esse Paulo não sabe nem escrever "psycho"...

Anonymous said...

Paulo, começo a entender porque vc está com dificuldades em fazer amigos em Seattle. :) Suspeito que vários dessa banda dos 25 estão querendo te enrolar.

[]s

Jorge Nobre said...

E uma última pergunta:

- Você acha que quanto mais pró-americano um governo é, melhor para o povo do país governado?

Pode até haver exceções, mas eu digo que sim, quase sempre.

Encerro aqui esse assunto, deu uma boa idéia para um post meu.

Anonymous said...

Se você tiver mais de 20 anos, não há como responder SIM pra qualquer dessas perguntas. Abaixo dessa idade é perdoável, mas a meu ver intolerável, porque foi explorando a burrice juvenil que regimes de esquerda nasceram, cresceram e alguns ainda permanecem.

Já te disse lá embaixo Paulo, você encontrou sem querer uma célula terrorista do PT em Seattle. Cuidado com as cuecas-bomba (ou torça por elas, porque podem explodir dólares) :)

Roger (você joga no Corinthians?), eu sei que uma das regras da boa educação é ouvir a opinião dos outros e tentar respeitá-la, mas não dá pra ler alguém dizer que não há nada de mais em comparar os EUA com o 3° Reich e ficar calado. Minha ex-professora de alemão, já falecida, nunca comparou. Pelo contrário, ela adorava os EUA. Talvez porque foi salva de uma campo de concentração pelos americanos, não sei. Mas pena que eles não chegaram a tempo de salvar o resto todo da família e ela teve que se virar sozinha no mundo com 12 anos.

Eu acho que, se os EUA sumissem do mapa de uma hora pra outra, teríamos algumas décadas - ou séculos - que os historiadores do futuro chamariam de nova era das trevas: Europa e África islamizada, Ásia dominada pela China, Israel reduzido a pó... e como não poderia deixar de ser, o Brasil macaqueando o resto do mundo, criando o Califado de Brasília. Mulheres brasileiras usando Burka em Copacabana? Era das trevas! Menos no carnaval, que ninguém é de ferro...

Anonymous said...

Interessante o truque de olhar para o passado.

Experimente olhar para o futuro, agora.

Anonymous said...

Bruno, vc está falando do quê?

A pergunta era: "Você acha que comparar os EUA com a Alemanha nazista não tem nada demais?"

A resposta foi NÃO, eu acho que tem algo demais sim.

Se eu tivesse respondido SIM, seria: SIM, eu acho que não tem nada demais comparar os EUA com a Alemanha nazista.

Perguntas negativas são capciosas mesmo. É preciso ler direito, Bruno.

Anonymous said...

Paulo, você cada vez mais apela para as calúnias e xingamentos pessoais em seus posts. Como phsychic, eu interpreto que isso é uma tentativa desesperada de conseguir audiência, de agitar a sua patética platéia de anti-esquerdistas enfurecidos.

Mas, mudando a conversa para um tom mais amigável, eu entendo como é se mudar para um lugar novo e tentar conhecer pessoas que tenham afinidade intelectual com você. Não é fácil. Não precisa nem ter afinidade política, mas pelo menos algo interessante para conversar. As minhas três melhores amigas daqui (uma americana e duas brasileiras) são divertidíssimas, sabem tudo de cinema, notícias, etc, mas duas delas não têm nada a ver comigo politicamente. Isso não me impede de gostar delas.

Ah, e independente do que você possa pensar ao meu respeito, eu acho ridículo esse anti-americanismo cego, e felizmente não conheço ninguém aqui em Sacramento que responderia Sim à maioria dessas perguntas que você fez. No Brasil, sim, eu conheço mais pessoas com essa atitude anti-EUA (da boca para fora, porque na hora de consumir, é IPod, é tênis Nike, seriado Seinfeld e por aí vai). Eu acho que há críticas válidas e embasadas, e outras que são pura ingenuidade ou ignorância. De toda forma, acho que para quem não conhece os EUA e não mora aqui, é mais fácil pichar e desejar o mal aos americanos. No momento em que você vem e conhece as pessoas, a ética e o modo de vida, a sua opinião pode mudar bastante. E se não mudar - bem, aí é um direito deles. Assim como tem gente que mora no Brasil e detesta - brasileiros e gringos residentes no país. Só reclamam, reclamam, mas não conseguem abrir mão da praia, das noitadas e das mulheres brasileiras. Não acho que eles devam ser expulsos do Brasil só porque estão insatisfeitos com os serviços ou com o povo.

A sua pergunta final caberia bem numa ditadura: Ame-o ou Deixe-o.

Anonymous said...

Roger, minhas desculpas, entendi errado sua resposta.

Smart, discordo que olhar para o passado seja um truque. Todo ardil tem uma finalidade e se você quiser explicar qual é esta, seria interessante.

Só acho meio complicado analisar algo que aconteça neste momento sem um paradigma. A exceção seria o fato ser inteiramente novo na história humana, mas potências econômico-militares e revides a ela não são novidade no planeta, que eu saiba. Como padrões só existem porque já aconteceram, fica a pergunta: como se projeta algo pro futuro sem comparar com o passado?

Anonymous said...

Leila,
Vc esta levando a expressao "morde e assopra" a novas alturas. Made qualquer forma, a patética platéia de anti-esquerdistas enfurecidos agradece (sera que eu posso ser plateia e ator ao mesmo tempo? Hmm)

Bruno, Smart,
No caso dos problemas atuais, tentar entender o presente ja seria um grande passo. As vezes dizer "eh melhor olhar o passado" ou "Vc nao pensa no futuro" eh somente uma forma de dizer que o presente eh incompreensivel por si so.

O que eh lorota, como diria a Leila.

[]s

Anonymous said...

Paulo, eu diria que foi "morde-assopra-morde". :D

Anonymous said...

Platéia-ator? Achei que as peças performáticas estavam fora de moda. :)

Porém tenho que concordar com a experiência da Leila. No Brasil é muito mais fácil encontrar os anti-americanos que vc descreve. Inclusive uma pessoa que me disse uma vez estar torcendo por outro 9/11 acontecer aqui e a quem chamei imediatamente de imbecil (sob o risco de tomar porrada da gangue de brutamontes que estavam com ela). Aqui nos EUA conheci brasileiros na Costa Leste que vinham passar pouco tempo à estudo ou intercâmbio profissional que não odiavam os EUA mas preferiam viver no Brasil por diversas razões. Nada a ver com Bin Laden ou Bush, e não vejo porque condená-los portanto (espero que vc não incluia estes na sua lista negra pro INS). No resto, todos estavam satisfeitos e felizes de estar vivendo aqui.

Talvez seja melhor um morde-assopra do que um morde-morde-morde...

[]s

Anonymous said...

Fernando,
Parece que vc acha que eu tenho algo contra os brasileiros por serem brasileiros. Nao eh isso. Por ser brasileiro, meu contacto com brasileiros eh muito maior do que, digamos, indianos. Na costa leste os brasileiros que eu conheci eram divididos. Vc tinha clara a nocao que no geral o povo tende mais a esquerda, mas para ser honesto nao encontrei sequer 1 brasileiro que fosse que nem os que eu encontrei aqui.

E eu fiquei surpreso com isso, afinal, um brasileiro que aceite mudar para Seattle, que eh um lugar teoricamente mais isolado que digamos DC, devia ter mais aceitacao do pais. Pelo menos eh o que eu achava.

E novamente, nao estou exagerando. Quem quiser duvidar duvide, o que eu posso fazer. Mas essas perguntas foram baseadas no que eu ouvi deles. Foi unreal.

[]s

Anonymous said...

Paulo, eu não duvido que existam loonies (pra roubar um termo seu) brasileiros nos EUA. Apenas estou dando o meu depoimento. Apenas acho estranho ter encontrado gente tão longe da sua descrição e você não ter conhecido alguém assim. Na Virginia eram assim tb?!?

PS = Por falar em loonie. Deixei um link para um debate com um, se vc tiver tempo de ler.

Anonymous said...

Ok, eram dividos.

[]s

Anonymous said...

Fernando,
Po, entrar naquela discussao eh dureza.

Alias, eu gosto sempre que vc comenta por aqui, mas acho impressionante como quando vc comenta no blog da Leila vc soa diferente. "anti-intelectual, pró-escuridão" foi foguete.

[]s

Anonymous said...

Paulo, tá querendo cooptar o Fernando?

Anonymous said...

Ha ha ha, isso aqui está me lembrando os tempos do No Mínimo. Só falta o David Butter para completar. Ele não vem mais aqui?

Anonymous said...

Não precisa entrar, está baixo controle. Ué, eu não digo as mesmas coisas aqui? :) Se eu não tolero loonies na caixa de comentários lá (ou de qualquer um), porque vou aceitá-los aqui? :)

[]s

Anonymous said...

Paulo,

você esqueceu de incluir essa entre as frases anti-americanas: "Será que o governo americano deveria deixar esse pessoal entrar no país?"

Maior anti-americanismo que isso é impossível. O problema é que ficou ambíguo pra caramba, como se você já tivesse se convertido ao anti-americanismo enfurecido.

[]s