Wednesday, May 18, 2005


Quarta, 18 de maio, 2005

Newsweek, a liberdade da imprensa e os radicais islâmicos

O rolo do momento por aqui é essa matéria da Newsweek do dia 9 de maio, que entre outras coisas, acusa um soldado americano em Guantanamo de ter jogado um alcorão na privada durante um interrogatório.

A notícia espalhou (alguns dizem que tudo começou com o ex-jogador de criket Imran Khan, famoso crítico Presidente do Paquistão Pervez Musharraf), e no fim da história 17 pessoas morreram em protestos no Afeganistão.

A coisa se complicou quando alguns dias depois a revista voltou atrás, dizendo "Based on what we know now, we are retracting our original story that an internal military investigation had uncovered Quran abuse at Guantanamo Bay".

A revista diz que a fonte da matéria é um "insider" do Pentágono, e que o erro foi dele. Entretanto, eles não querem revelar o nome do sujeito.

Quem lê a Newsweek sabe do bias da revista. Essa não foi a primeira vez que notícias duvidosas, baseadas em fontes anônimas um tanto suspeitas, foram publicadas.

Porém, a reação de alguns Republicanos nesse caso está sendo completamente oportunista. Declarações como esta, da Rep. Deborah Pryce (Ohio). Obviamente, os doidos do outro lado respondem à altura e dizem que a Newsweek não tem culpa nenhuma. Para esse pessoal, a culpa é sempre do Bush.

Mas de qualquer forma, perguntar "How many more lives have to be sacrificed until credibility can be returned to our newsrooms?" é um absurdo. Como culpar uma noticia, ainda que errada, numa revolta tão estupida? Afinal, os 'manifestantes' entraram num transe tão irracional que destruiram tudo ao seu redor. Inclusive mesquitas.

O 'Ministro de Informação' do Paquistão, Sheikh Rashid Ahmed, declarou que "Just an apology is not enough. They should think 101 times before publishing news that hurts hearts".

Quer dizer, o problema aqui é a total incompatibilidade dessa irracionalidade religiosa com um sistema de imprensa livre. Erros sempre aconteceram, e são um preço calculado do sistema. "Não ofender o coração" não é responsabilidade da imprensa.

O governo Bush deveria deixar de lado essa oportunidade de pisar na imprensa do contra e mostrar o absurdo da situação, por mais politicamente incorreto que seja.

Um bom exemplo a ser seguido é a coluna de hoje da Claudia Rosset, no Wall Street Journal.

2 comments:

camiseteria said...

E o Leno não perdoa: You know the toughest job in the world right now? Trying to sell "Newsweek” subscriptions in Afghanistan.

Anonymous said...

tivessem elogiado suas mães, ia morrer gente igual.