Sunday, January 29, 2006

Males que vêm para o bem

Go Canada

Com a subida do preço do petróleo, finalmente as dunas de Alberta, no Canadá, vão começar a ser realmente exploradas.

Estima-se que entre 1.7 e 2.5 trilhões de barris estejam enterrados na mistura de areia, água e argila. Esta é a maior reserva do mundo, superando de longe a Arábia Saudita (atual maior produtora) que tem reservas comprovadas de 261.9 bilhões de barris.

A segunda morte de Arafat


Quando Yasser Arafat resolveu trocar suas bombas pelos milhões de dólares do Ocidente, vendendo a ilusão da paz com Israel, ele condenou a região a um estado de "meia-guerra" eterna.

Agora com a subida do Hamas ao poder, finalmente teremos a chance de paz. Ou guerra. Não será mais possivel esconder o radicalismo palestino por trás da desculpa de que "estamos falando de uma minoria". A maioria dos palestinos quer o Hamas. O que eles decidirem fazer vai representar a vontade da maioria.

Finalmente o legado de Yasser Arafat morreu.

Thursday, January 26, 2006

Anti-americanismo verde-amarelo

Eu já critiquei por aqui o que eu vejo como uma grande ironia de certos brasileiros: ser anti-americano e se mudar para os EUA.

O problema é muito mais comum do que eu imaginava. Coincidência ou não, aqui na costa oeste conheci muito mais brasileiros do que na costa leste. Acho que já são uns 25. E pode parecer exagero, mas a verdade é uma só: 100%, todos sem exceção, são anti-americanos.

E eu não estou falando de gente que simpatiza com os democratas, faz piadinha com os colegas americanos ou que votou no PT. Estou falando de gente que considera o Bin Laden herói. Que acha os EUA um Império do Mal, e que não consegue ver diferença entre Hitler e Bush.

A maior diferença desse pessoal para o Idelber é que pelo menos eles admitem na cara dura que não gostam daqui, e que só vieram pelo dinheiro. A grande maioria só fica falando em voltar para o Brasil.

Mas eu fiquei aqui pensando comigo: Será que se o departamento de imigração soubesse de tudo isso, teria deixado eles entrarem no país?

Não estou dizendo que críticas deveriam ser proibidas, que só quem adora o Bush deveria ganhar visto, nada disso. Mas se alguém que te acha ruim o suficiente para merecer ser destruido não é seu inimigo, quem é?

Scott Adams

Eu sei que outros blogs já elogiaram o blog do Dilbert, mas eu tenho que dizer: o cara é demais. Eu já sabia que ele era engraçado, mas nunca poderia imaginar que ele fosse tão esperto. E essa combinação não é muito comum. Além disso, os comentários são ótimos.

Imperdível.

Tuesday, January 24, 2006

The ticker that ticks off

Fidel e seus red cats protestaram hoje contra um ticker montado pelo governo americano na U.S. mission em Havana. As mensagens mostradas no display vão de notícias (como a da vitória dos conservadores no Canadá) à mensagens gerais sobre liberdade, de MLK à Ghandi.

E ainda tem gente que se diz contra tudo que o Bush faz.

Sunday, January 22, 2006

Marketing rules

É incrível como as pessoas se deixam enganar. Em inglês, a palavra que melhor define o que estou falando é gullible. Acho que em português a melhor tradução seria ingenuidade, mas gullible é mais especifico: é aquela ingenuidade que te leva a ser enganado por qualquer um.

Essa história do Google é um exemplo perfeito. Deveria ser evidente que o Google só está fazendo doce para aumentar sua imagem de empresa "alternativa", que "não se vende ao sistema" (essa é a principal estratégia de marketing contra o "Império do mal").

O governo não está pedindo nomes de usuários, está pedindo dados para comprovar a tese deles que os portais de busca levam crianças a pornografia. Se algo deve ser feito sobre isso é outra problema, mas o pedido atual do governo não tem nada de intrusivo. O estudo é funcional, e pode até mesmo provar que a teoria simplesmente não é verdadeira.

Dizer que esse pedido vai levar ao fim da privacidade online é mais um absurdo. É como dizer que a lista de anúncios de um jornal levaria ao nome de todos os compradores de todos os produtos. Lógico que se o governo quiser verificar quem é que está visitando sites de "como construir sua bomba" eles estão no direito deles. Ou não?

Mas não adianta. A notícia virou destaque em todos os jornais. Foi o suficiente para levantar a bandeira dos "privacy warriors". Ah, o Google é uma empresa que se importa com o povo! Não se curva aos poderosos! Isso vai acabar como em 1984! Viva o Google!

Enquanto isso, já tem gente culpando a queda no stock price na tal "briga com o governo".

You got to love these marketing guys.

Sempre ele

"Posteriormente, a Bolívia foi vítima do primeiro plano neoliberal no mundo, que liquidou a economia mineira e, com ela, um de suas mais importantes conquistas – a classe trabalhadora mineira e a Central Operária Boliviana (COB)."

Sader, o sábio, mostrando que desinformação é com ele mesmo.

Thursday, January 19, 2006

A guerra Irã x Iraque - 1980–1988

A explicação oficial do governo iraquiano para a guerra, iniciada em 22 de Setembro de 1980, foi a disputa de Shatt al Arab. Essa é uma área de acesso ao golfo pérsico localizada na fronteira dos dois países. Essa história vinha desde os tempos de Império Otomano vs Pérsia. Outra disputa antiga que foi usada como desculpa nessa guerra foi a da região do Khuzestan. Este era parte da mesopotâmia (atual Iraque) e havia sido tomado pelo Irã durante o periodo do Império Otomano. O Ba'ath já dizia que o Khuzestan deveria ser retornado ao Iraque desde que chegou ao poder, em 1968.

Como sempre, os reais motivos para a guerra eram bem mais recentes. Saddam e sua turma queriam dominar a região, embalados ainda nas suas teorias Pan-árabes. Mas mais que isso, Saddam estava morrendo de medo. E com razão. Depois da queda do Shah, o Irã se tornou um problema incontrolável para o Ba'ath. Khomeini era tão brutal quanto Saddam, com a vantagem de ter total controle sobre a maioria do seu povo. Era uma questão de tempo para que uma nova revolução islâmica explodisse em Karbala ou Najaf (cidade aonde Khomeini morou por 15 anos). Simplificando, Saddam tinha duas opções: tentar uma arriscada aliança iraniana (como havia feito com o Shah) ou partir para ofensiva.

A guerra era uma opção tentadora. O Iraque tinha uma vantagem militar enorme sobre o Irã: 190.000 soldados, 2.200 tanques e 450 aviões MiG-23 e MiG-21 soviéticos de última geração. Do outro lado, o Irã tinha menos de 1.000 tanques, um exército desorganizado e equipamentos muito mais velhos, como os F-4 Phantom americanos da época do Shah. Mais que isso, a revolução islâmica isolou o Irã do ocidente, antigo fornecedor de armas. Todos acreditavam numa vitória rápida do Iraque.

Mas Saddam não contava com o nacionalismo iraniano. O "Army of Twenty Million" mandou 200 mil iranianos para as fronteiras em Novembro de 1980. Muitos eram antigos aliados do Shah, buscando um novo status na teocracia dos aiatolás. Além disso, Saddam cometeu varios erros estratégicos. Ele contava que 3 milhões de árabes do Khuzestan iriam se juntar aos iraquianos. A enorme maioria se juntou ao exército iraniano. Ele achava que conseguiria destruir os aviões iranianos com seus bombardeios iniciais, mas não conseguiu (os hangares era muito mais resistentes do que imaginado). O Iraque só se deu bem no começo da guerra porque o Irã também errou muito. Os xiitas do Sul se juntaram ao exército iraquiano, contrariando as expectativas de Khomeini, que havia colocado poucas tropas no sul. Adicione a tudo isso a ineficiência dos comandantes iraquianos e a abundância de soldados suicidas do Irã, e acabou-se tendo uma guerra muito mais equilibrada (e consequentemente sangrenta) do que qualquer um poderia imaginar.

O envolvimento do ocidente nos primeiros anos da guerra foi pequeno, principalmente porque o Iraque estava levando a melhor. Depois da crise dos reféns americanos, o Iraque parecia um mal bem menor que o Irã. Com a gradual ascensão iraniana, e com o aumento dos ataques iranianos aos navios petroleiros, o ocidente e certos paises árabes (principalmente Arábia Saudita e Kuwait) começaram a dar uma mão para o Iraque. E a ajuda chegou na hora certa: Saddam estava ficando sem dinheiro.

O Iraque chegou a gastar 3/4 do seu GDP em armamentos durante a guerra. Entre 1981 e 1985, o Iraque vendeu 48.4 bilhões de dólares em petróleo. No mesmo periodo, os gastos com armas chegaram a 120 bilhões de dólares.

Apesar de quase 80% dar armas virem da União Soviética e França, não fatavam outros candidatos dispostos a entrar na fila: Alemanha, China, Coréia do Norte, Síria, Líbia, Egito... Brasil (quarto maior fornecedor de armas). Os EUA ajudaram o Iraque de outras maneiras: dinheiro, materiais, e expertise militar.

Os EUA também se envolveram no lado iraniano, no famoso episódio do Ira-contras. Mas no geral, poucos países ajudaram o Irã durante a guerra (o que diz muito sobre a incompetência iraquiana).

Em 1988, depois de matar 1.5 milhão de pessoas e de basicamente voltar ao ponto de partida na disputa territorial, os 2 lados aceitaram uma trégua (o fim da guerra nunca foi assinado).

O retrato do Iraque não poderia ser pior: uma dívida de aproximadamente 77 bilhões de dólares (27 bilhões para o ocidente e 50 bilhões para paises do Golfo), produção de petróleo comprometida, disputas internas, e o quarto maior exercito do mundo: um milhão de soldados, 4500 tanques, medium range missiles, arsenal de armas biólogicas e químicas (usadas durante a guerra), e um programa nuclear.

E pior de tudo: um vizinho rico dando sopa.

Saturday, January 14, 2006

Alito

Antes de continuar sobre o Iraque, tenho que falar sobre o Alito. Ouvi 3 dias de depoimentos (kudos KQED) e tirei 4 conclusões:

- O processo todo é uma palhaçada: Os Senadores dos 2 lados se comportaram péssimamente. Os Democratas procuravam todo tipo de loophole em fatos completamente irrelevantes. O Alito é juiz há mais de 13 anos, já julgou mais de 4 mil casos, e os inúteis ficavam invocando com uma mensalidade que ele pagou em 85, para um grupo que ele nunca participou ativamente ou mesmo renovou a aplicação depois. O objetivo não era aprender mais sobre o que pensava o Alito, e sim tentar fazer ele se irritar. Era patético ouvir loones como o Kennedy e o Schumer (talvez o pior democrata atualmente) lerem suas anotações e nem prestarem atenção (até porque eles não teriam capacidade de responder) no que o Alito respondia. Já os Republicanos jogavam o outro lado. Tudo que perguntavam era soft balls feitas para explicar as distorções criadas pelos democratas. Uma armação do começo ao fim.

- Alito é muito bom: Além de mostrar uma paciência que eu nunca teria, o Alito pareceu extremamente inteligente. Ele tinha a maioria dos casos memorizada, e sempre que precisava fazia associação com casos anteriores e explicava a origem dos direitos na constituição. Muitas vezes as perguntas nem eram sobre casos que ele julgou, e mesmo assim ele sabia tudo na ponta da língua. Quando outros juízes de renome como Becker e Garth falaram sobre ele, ficou claro que o Alito não é só bom, mas é um dos melhores juízes atualmente.

- 60's backlash: Os exageros dos anos 60 continuam atormentando os EUA. O Alito disse claramente que seus princípios conservadores nasceram naquela época. Muitas coisas positivas vieram daquele período, como a reafirmação dos direitos dos negros, mas a carga negativa que veio junto não foi pequena. Os exageros atuais do movimento conservador são uma consequência aos exageros dos anos 60.

- It's all about abortion: Eu acho triste que as discussões atuais continuem completamente dominadas sobre o assunto do aborto. É quase como um transe coletivo. Claro que é um assunto importante, mas não deveria ser O assunto como acontece atualmente. Tudo isso porque os Democratas sabem que a decisão inicial de Roe vs Wade foi errada. E ao mesmo tempo, os Republicanos sabem que as consequências sociais de Roe vs Wade foram muito mais positivas do que negativas. Enfim, é uma crise mal resolvida, que acaba tomando lugar de outros assuntos muito mais importantes.

Mas de qualquer forma, considerando o fato de que os Republicanos ganharam poder em todas instâncias e que uma das promessas do Bush foi nomear juízes conservadores, não poderia-se esperar um candidato melhor que o Alito. Ele deve ser confirmado sem problemas.

Saturday, January 07, 2006

Saddam e o Iraque - 1958 a 1980

Um golpe militar liderado pelo general Abdul Karim Qassim derrubou o último Rei do Iraque, Faisal II, em 1958. Faisal II era o terceiro Rei da dinastia Hashemita (a mesma do Rei Abdullah da Jordânia), instalada no poder em 1932 quando o Iraque se tornou independente da Inglaterra. A Inglaterra controlava o país desde 1920, quando a Liga das Nações resolveu criar o Iraque, anteriormente parte do Império Otomano.

Eu não pretendo falar sobre o que aconteceu antes de 1920, mas vale a pena notar que essa lenda de os problemas atuais existem porque "o Iraque foi inventado pelos britânicos" é completamente infundada. A região do Iraque já era usada como um todo pelos Otomanos desde o século 16, e os conflitos entre Sunitas, Xiitas e Curdos não foram criados por essa teórica aglomeração artificial de 1920. Lógico que no papel não existia uma unidade política, e manipulações como o acordo Sykes-Picot tiveram grande influência no Iraque atual. Mas o ponto é que as disputas internas dessa região já existiam há seculos, e foram aparecendo por diversos motivos. Para quem estiver interessado em mais detalhes desse período, esse texto é muito bom.

Voltando ao golpe de 58, Qassim governou o Iraque de Julho de 1958 à Fevereiro de 1963. Ele basicamente foi um isolacionista. Expulsou o resto das tropas britânicas do Iraque, cancelou o "Pacto de Bagdá" (pro-ocidente) e reatou as relações com a União Sovietica. Apesar das tendências comunistas, ele se desenvencilhou do Partido Comunista em 1959, expulsando os partidários de cargos de governo e do exército.

Em 1959, o partido de Saddam (então com 22 anos), Ba'ath, tentou um golpe para retirar Qassim do poder. O Ba'ath não aceitava que Qassim não aderia ao movimento Pan-árabe. O golpe falhou, Saddam foi ferido na perna e teve que se exilar na Síria. Depois mudou para outro bastião Pan-árabe, o Egito, aonde ficou até 1963.

Em 1963, o Ba'ath finalmente chegou ao poder com outro golpe. Mas brigas internas levaram ao enfraquecimento do governo, e somente 8 meses depois de chegar ao poder, foi derrubado por outro golpe militar liderado por Abdul Rahman Arif, sobrinho do Rei Faisal I. Saddam foi preso em 1964. O irmão mais novo de Abdul Rahman, Abdul Salam Arif, governou o Iraque de 1963 a 1966. Depois de sua morte, Abdul Rahman assumiu o governo de 1966 a 1968.

Em 1968 o Ba'ath chegou pela segunda vez ao poder, dessa vez liderado pelo general Ahmed Hassan al-Bakr, parente de Saddam. Depois de ter fugido da cadeia em 1967, Saddam já era um dos lideres do partido. Como recompensa pela conquista, ele foi nomeado presidente do Conselho Revolucionario e vice-presidente do país.

Vale lembrar que o nome completo do Ba'ath é Partido Árabe Socialista Ba'ath. O ocidente não ficou nada satisfeito com a subida ao poder desse pessoal, apesar de não haver nenhuma alternativa muito melhor disponível na época. Tanto que em 1972, Saddam liderou o processo de estatização das petroleiras ocidentais no Iraque, fato que contribuiu decisivamente na crise global de 1973.

O Iraque assinou um acordo com a União Soviética em 1972, e manteve uma forte aliança militar até 1978, quando a morte de comunistas iraquianos levou o pais a ficar mais próximo do Ocidente. Antes disso porém, em 1976, Saddam fez uma famosa visita à França que selou varios acordos comerciais, incluindo a transferência de tecnologia e materiais nucleares. O primeiro reator iraquiano, chamado Osiraq (informalmente chamado de "OChirac"), foi construido e equipado por franceses. Porém, o mesmo foi destruido em 1981 por Israel antes de ser totalmente finalizado. Esse morde e assopra do ocidente continuaria até o começo da guerra do Golfo, em 1991. Também em 1976, Saddam foi nomeado General do Exército e mesmo antes de ser oficialmente promovido a Presidente em 1979, já comandava de fato o Iraque.

Até 1980, graças aos petrodolares e uma relativa estabilidade social (mantida na força pelos diversos grupos da Mukhabarat), o Iraque viveu um periodo de expansão. No fim de 1979, o Iraque tinha reservas de 36 bilhões de dólares e nenhuma dívida externa.

Mas a revolução islâmica no Irã em 1979 tirou o Shah Mohammad Reza Pahlavi do poder, um 'aliado' de Saddam, e aumentou muito a pressão sobre a minoria Sunita no Iraque.

E foi ali que começou a guerra que, no fim das contas, leveria a guerra atual: A guerra Irã x Iraque.

Revisitando o Iraque - 15 anos depois

Daqui 10 dias, em 16 de janeiro, a guerra do Iraque completará 15 anos.

Sim, porque a guerra atual nada mais é do que a continuação daquela começada em 91, quando a coalisão da ONU (leia-se EUA e Inglaterra) começou a expulsar o Iraque do Kuwait.

Para 'comemorar' a data, vou fazer algo que nunca fiz por aqui: um post de várias partes. Eu lí tudo o que é possivel sobre o conflito, e considerando as limitações da nossa imprensa e do bias involuntário da minha perspectiva de morador dos EUA, sei tudo o que há para saber sobre a história.

A motivação para esse multi-post é a enorme ignorância da maioria das pessoas sobre o assunto. Muitas lendas e falácias circulam por ai, principalmente depois do começo da segunda parte da guerra, há tres anos atrás. Acho então que vale a pena o esforço de listar os fatos, e obviamente dar pelo caminho minha opinão sobre os erros e acertos feitos pelas diversas partes envolvidas.

Vou dividir a série em 5 posts:
- Saddam e o Iraque - 1958-1980
- A guerra Irã x Iraque - 1980–1988
- A primeira Guerra do Golfo
- A década da ONU - 1991-2003
- A segunda Guerra do Golfo

Queria completar tudo até o dia 16, mas acho muito difícil. Mas a primeira parte deve sair ainda nesse fim de semana.

Thursday, January 05, 2006

Nanny State going bad!

A cidade de Ottawa no Canadá fez o seguinte experimento: Desde 2002, 17 mendigos alcoólatras receberam free of charge 15 copos de vinho ou sherry por dia. Sim, 15 copos por cabeça, um por hora das 7 da manhã às 10 da noite.

O resultado foi fantástico: A qualidade de vida dos bebinhos melhorou!!! Eles foram menos vezes no setor de emergência do hospital, dormiram melhor, e até cuidaram mais da higiene pessoal.

Ah sim, o pequeno detalhe é que 3 dos 17 morreram durante o experimento. Dizem as más línguas que o vinho não era lá essas coisas, e o sherry era do barato.

Goddamn canadians!

Monday, January 02, 2006

Happiness

Happiness is not to be achieved at the command of emotional whims.

Happiness is not the satisfaction of whatever irrational whishes you might blindly attempt to indulge. Happiness is a state of non-contradictory joy - a joy without penalty or guilt, a joy that does not clash with any of your values and does not work for your own destruction, not the joy of escaping from your mind, but of using your mind's fullest power, not the joy of faking reality, but of achieving values that are real, not the joy of a drunkard, but of a producer.

Happiness is possible only to a rational man, the man who desires nothing but rational goals, seeks nothing but rational values and finds his joy in nothing but rational actions.

Atlas Shrugged

Saturday, December 31, 2005

Que venha 2006!

Querem saber porque eu sou otimista?

Vejam essa lista dos 12 cursos universitários mais bizarros dos EUA. Os meus preferidos foram:

- Sex, Drugs, and Rock ‘n’ Roll in Ancient Egypt
- Lesbian Novels Since World War II

E o melhor de todos: "Taking Marx Seriously: Should Marx be given another chance?"

Se os EUA ainda conseguem prosprerar, apesar de todo esse lixo sendo empurrado goela abaixo da juventude pela dita 'elite intelectual', tudo é possível.

Que venha 2006!

Friday, December 30, 2005

Sobre o Irã

Olha, eu sei lá se esse pessoal é louco o suficiente para atacar Israel, os EUA, ou seja lá quem for.

Mas certas imagens valem mais que mil palavras. Dêem uma olhadinha nesses videos. Vejam o #924, da menina de 3 anos e meio falando sobre os "apes and pigs". Ou melhor, vejam o #964. Ou quem sabe o #972.

A pergunta é: Porquê isso não aparece na grande mídia? Porquê o ocidente todo não se une para pelo menos mostrar o ridículo dessa ideologia insana?

Se a CIA peida ou se o Bush espirra, o mundo cai de pau. Enquanto isso, esse tipo de absurdo continua acontecendo e todo mundo deixa pra lá. E ficam tentando achar culpa no próprio quintal quando esses malucos fazem aquilo que foram treinados durante toda vida.

Esse sim é o maior perigo da nossa civilização acabar em desastre: A completa falta de bom senso.

Wednesday, December 28, 2005

Munich

Fui assistir Munich esperando um filme propaganda à favor dos palestinos. Afinal, depois de ler algumas reviews (essa do NYT é um ótimo exemplo) não tinha como esperar algo diferente.

Se o Spielberg realmente tinha esse objetivo eu não sei. Eu só sei que o resultado final não foi o que eu esperava.

A mensagem que eu vi no filme foi essencialmente que violência é algo terrivel. Que qualquer ser humano, por mais forte que sejam seus motivos, não lida bem com o ato de matar. E que a vingança, mesmo quando justificada, nem sempre tem o efeito desejado.

Não vou nem entrar no mérito se o filme apresenta evidências reais para tudo isso. O aviso no começo deixa bem claro que o mesmo não é um documentário. Se as pessoas não conseguem entender esse conceito, e acham que podem usar filmes de Hollywood para aprender história, não é culpa do Spielberg.

O importante é que, no geral, o filme é interessante. Valeu o preço do ingresso.

E no fim das contas, não vejo nada de errado com as premissas do filme. Não tenho a menor ilusão que qualquer conflito violento, seja ele em Israel, Iraque ou New York, não seja horrível. Também acho que, por mais justificada que seja, guerras nem sempre tem o resultado final desejado. Ironicamente, esse é um dos conceitos que a esquerda menos compreende. Mesmo depois do maior exemplo possível na segunda guerra, onde tivemos que escolher entre Stalin e Hitler.

E tem mais: Eu nem discordo que o terrorismo seja motivado por "injustiças". Obviamente, os palestinos acham uma injustiça Israel existir. Assim como os Bin Ladens da vida acham injusto que o mundo não seja um império islâmico.

Intencionalmente ou não, o Spielberg não tenta propor uma solução alternativa à violência. Aliás, nenhum pacifista propõe uma solução alternativa, a não ser os fringe loonies que acham que os 6 milhões de judeus não tem porque temer os 200 milhões de árabes que proclamam aos quatro ventos que a única resolução é a destruição de Israel.

Mas não é porque a violência é inevitável que temos que deixar de reconhecer seus horrores. E nesse aspecto, Munich foi muito bom.

Saturday, December 24, 2005

Ho ho ho

Thursday, December 22, 2005

Pobre América do Sul

Mais um maluco no poder. Mais um passo para trás.

A parte mais decepcionante dessa eleição do cocaleiro Morales não é a nacionalização das indústrias bolivianas, nem sua política pró-coca. Nem mesmo quem ele considera seus amigos e seus inimigos.

O pior foi ver que na perdeu-se um país que, apesar dos muitos pesares, vinha caminhando na direção certa.

(Heritage Foundation e Fraser Institute)


A Bolívia estava desmoronando em 1985, quando algumas reformas liberais foram implementadas. Apesar de limitadas, essas reformas deram muitos resultados rapidamente.

A hiperinflação, que chegou a 23.000%(!) em Setembro de 1985 caiu para 18% em 1990 e vinha sido mantida em menos de 10% desde 1995.

Crescimento econômico vinha com uma media de 4% ao ano, depois de contrair 10% a cada ano na primeira parte da decada de 80.

A dívida externa foi diminuida de 100% do PIB para menos de 50%.

Nos últimos 7 anos, a situação piorou. Muitas reformas que deveriam ter sido feitas não foram. E como sempre acontece nesse nosso rico porém ignorante continente, o povo resolveu jogar fora 20 anos de melhora e voltar para tudo que já foi tentado e nunca funcionou nos últimos 180 anos.

Pobre América do Sul.

Tuesday, December 20, 2005

Desorientado

Se eu fosse um pouco mais desconfiado, acharia que o João Sayad andou lendo as discussões que temos por aqui (and not taking my side, that's for sure).

Vejam algumas partes do texto que tem um título um tanto estranho: "Talento" (grifos meus)

"Há conservadores e progressistas, "esclarecidos" ou "atrasados".
Conservadores esclarecidos temem e respeitam a fragilidade das instituições e das relações entre humanos. São depressivos.
Progressistas esclarecidos são gente com fé no diálogo e indignação com o estado das coisas. São ansiosos.

Ambos podem ser de direita ou de esquerda. Qual a diferença entre esquerda e direita?"

"Os brasileiros da minha geração vestiriam imediatamente a carapuça da bronca do patrão, segundo essa leitura. Recebemos um grande país cruel que crescia; deixaremos um país cruel que não cresce."

"Na Washington de Bush, é impossível lembrar de Kennedy."

"Direita é quem lê o texto de uma única forma que vira mandamento ou lei. A esquerda relê, e a cada leitura escreve de novo. Direita são os fariseus, os donos dos textos."

"Há gente de esquerda que é de direita. E gente de direita que é de esquerda. Continuo desorientado. Melhor ler de novo."


Desorientado, sem dúvida.

Sunday, December 18, 2005

O valor da inteligência, trabalho e perfeição

Inteligência

Talvez eu tenha dado a impressão errada com meu último post.

O ponto não foi que eu desprezo a inteligência. Pelo contrário, acho um fator muito importante. O que eu quis dizer é que não é o único fator determinante do sucesso de alguém.

Dito isso, não vou negar que pessoas inteligentes tem a possibilidade única de exceder os feitos de uma pessoa menos inteligente. E por inteligência, quero dizer qualquer qualidade natural que uma pessoa tenha. Por mais que eu me esforce, nunca serei um físico nuclear, ou um mestre de matemática. Nunca serei também um ótimo jogador de futebol, ou um grande cantor, pintor ou poeta. Parte do processo é justamente identificar suas qualidades e usá-las da melhor forma possível.

O Alex escreveu que "Ter QI alto só vale de alguma coisa se for pra te fazer trabalhar menos"..."se eu me esforçasse pra tirar 10, imagina quantas horas eu iria perder de ócio, lazer e punhetas em geral".

Eu discordo totalmente.

O esforço vale tanto para uma pessoa de QI alto quanto vale para um de QI baixo. Nada de grande valor é produzido sem grande empenho. Einstein provavelmente poderia ter sido um grande professor de segundo grau, com muito mais tempo livre e menos preocupações. Aposto que todas as horas que ele passou produzindo sua teoria da relatividade não vieram sem dificuldade.

Trabalho e perfeição

Eu acredito que o ser humano foi feito para construir. Das ferramentas de pedra até a mais avançada tecnologia, buscamos sempre maneiras diferentes de modificar nosso mundo. Buscamos construir o que achamos ser necessário, não somente para proporcionar nosso lazer mas para viabilizar o que achamos ser um mundo melhor, incluindo a possibilidade de lazer. Se nosso objetivo fosse somente o ócio, ainda estaríamos vivendo nas cavernas, isolados e subexistentes.

Não estou dizendo que todos devem se matar de trabalhar e não ter diversão nenhuma. Muito menos que só podemos ser felizes se formos perfeitos. A vida é uma seqüência de escolhas, cada uma com uma troca associada. Quem têm a oportunidade e não reserva tempo suficiente para lazer acaba sofrendo as conseqüências em todas áreas da vida, incluindo trabalho.

Eu já tive meus periodos de desocupação e não era mais feliz. E pelo que eu já observei na minha vida, a enorme maioria das pessoas não é mais feliz porque tem mais tempo livre. As pessoas mais felizes são aquelas que tem um objetivo de vida.

E o ponto não é somente ganhar dinheiro. Dinheiro é uma ferramenta. A coisa mais comum do mundo é conhecer herdeiros de fortunas que são completamente infelizes. A Ayn Rand disse tudo que precisa ser dito sobre isso: "no man may be smaller than his money".