Wednesday, September 06, 2006

Your tax dollars at work

Um dos mais queridos blogueiros brasileiros ganhou o Concurso Internacional de Monografias Machado de Assis.

De acordo com o site, "Promovido pelo Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores, o Concurso Internacional de Monografias Machado de Assis tem por objetivo promover e divulgar a literatura brasileira no exterior. Nesta primeira edição do Concurso, que teve por tema “A obra de Machado de Assis”, puderam inscrever-se quaisquer cidadãos, brasileiros ou não, desde que residentes no exterior. Foram recebidas 86 (oitenta e seis) monografias, provenientes de todas as partes do mundo."

Como diz um amigo meu, existem 3 tipos de pessoas no mundo: Aqueles que ficam contentes com o sucesso dos outros, aqueles que ficam com inveja, e aqueles que só querem saber quem é que vai pagar a conta.

(Dica recebida por um comentarista chamado Joseph Stalin. No kidding.)

Tuesday, September 05, 2006

Don't waste your time

Certas pessoas perderiam bem menos tempo se entendessem como nós ISTJs funcionamos. Não que eu ache o mbti perfeito, mas de um modo geral, it's pretty accurate.

Especialmente essas partes:
"The ISTJ will work for long periods of time and put tremendous amounts of energy into doing any task which they see as important to fulfilling a goal. However, they will resist putting energy into things which don't make sense to them, or for which they can't see a practical application.

The ISTJ has little use for theory or abstract thinking, unless the practical application is clear.

ISTJs have tremendous respect for facts. They hold a tremendous store of facts within themselves, which they have gathered through their Sensing preference. They may have difficulty understanding a theory or idea which is different from their own perspective. However, if they are shown the importance or relevance of the idea to someone who they respect or care about, the idea becomes a fact, which the ISTJ will internalize and support. Once the ISTJ supports a cause or idea, he or she will stop at no lengths to ensure that they are doing their duty of giving support where support is needed."


Resumindo: Don't waste your time folks.

Saturday, September 02, 2006

Liberal songs

Alguns meses atrás a National Review escolheu as "top 50 conservative rock songs of all time". It actually kind of sucks, mas me fez pensar em como seria fácil fazer uma lista das top liberal songs (lembrando que o "liberal" aqui é no sentido americano de esquerda).

Fiz meu top 5. Elas falam sobre pontos clássicos da esquerda: Anti-polícia, Anti-ricos, Anti-guerra, and the usual "we are so nice" themes. Não estou incluindo músicas que eu não gosto (e por isso deixo de fora coisas como esta do Eminem). Here it goes:

5 - Cop Killer Body Count
4 - Eat the rich Aerosmith
3 - War Pigs Black Sabbath
2 - Imagine John Lennon

E a grande campeã:
1 - The Logical Song Supertramp

The Logical Song é simplesmente perfeita: (grifei minhas partes preferidas)

When I was young
It seemed that life was so wonderful
A miracle, oh it was beautiful, magical

And all the birds in the trees
Well they'd be singing so happily
Oh joyfully, oh playfully watching me

But then they sent me away
To teach me how to be sensible
Logical, oh responsible, practical


And they showed me a world
Where I could be so dependable
Oh clinical, oh intellectual, cynical

There are times when all the world's asleep
The questions run too deep
For such a simple man
Won't you please, please tell me what we've learned
I know it sounds absurd
But please tell me who I am

Now watch what you say
Or they'll be calling you a radical
A liberal, oh fanatical, criminal


Oh won't you sign up your name
We'd like to feel you're Acceptable,
respectable, oh presentable, a vegetable

At night when all the world's asleep
The questions run soo deep
For such a simple man

Won't you please,
please tell me what we've learned
I know it sounds absurd
But please tell me who I am, who I am, who I am, who I am!

Friday, September 01, 2006

A direita lulista

Nelson Motta, para a Folha de hoje:

"RIO DE JANEIRO - "Ideologia, eu quero uma pra viver", pedia Cazuza há 15 anos, em vão. Hoje certamente dispensaria qualquer uma, cortaria esse papo furado e faria uma canção de amor.

Mas se divertiria em saber que mais de um terço dos eleitores da ultra-esquerdista Heloísa Helena se declararam de direita. Como se sente a fofa e feroz senadora ao ser apoiada por esses peçonhentos? Talvez ela acredite que a direita heloisista seja não-peçonhenta, uma direita do bem.

Lula só chegou ao poder e só vai se manter nele com o apoio da direita, a mesma que é sempre acusada por ele de conspirar para desestabilizar o governo popular e de ser responsável por tudo de ruim que acontece no país há 500 anos.
Mas é cada vez mais difícil entender o que para Lula são "as elites" e o que é "a direita", além de grandes vilões de nossa história.

Como definir essa massa amorfa e colossal que forma a direita lulista? Será que o povão confunde ser "de direita" com ser "direito"? Acho que não, já que esse pessoal vota maciçamente em mensaleiros e sanguessugas e não se importa se o presidente sabia ou não, desde que não perca o Bolsa-Família.
Já as "elites" devem ser "os ricos", que são sempre vorazes e cruéis, que ficam furiosos ao ver os pobres comerem, como diz Lula, assim como a direita dizia que os comunistas comiam criancinhas. A esquerda e o povo são bons, a elite é má e de direita.

Menos a elite sindical e a estatal, a elite petista e a peemedebista e a elite dos partidos corruptos, porque são as elites lulistas.
Por ignorância, burrice ou esperteza demais, por desilusão, cinismo ou oportunismo, a ideologia dominante no Brasil hoje não é de esquerda nem de direita, é o lulismo. E é aí que mora o perigo."

Thursday, August 31, 2006

Desde aquela época

Apesar dos founding fathers serem a favor de um governo federal pequeno e restrito, desde cedo eles já entendiam a necessidade de montar um exército forte. George Washington por exemplo, respondeu da seguinte maneira quando um dos representantes propôs um limite de 5 mil homens para as forças armadas da União durante a Philadelphia Convention:

"That would be a good idea provided that we could also require that no enemy would ever invade with more than five thousand troops".

Sunday, August 27, 2006

Sweden

Mattias Bengtsson, presidente do Center for the New Europe, para o FT:

"I would even say that if you look for a real and viable vision for the future, the only one available is more or less libertarian. Since the mid-1990s there has, for example, been an explosion of libertarian think-tank activity in Europe. The network of European free market think-tanks - the Stockholm Network - now has more than 130 members.

Coming from Sweden I also notice that, on many of the issues Mr Lind mentions, my home country is turning towards libertarian practice. Sweden adopted school vouchers in the early 1990s. Many Swedish children now attend private, for-profit schools. The Swedish governmental pension system has been reformed - the system will never pay out more than comes in, and it is partly privatised and fully funded. Major state-owned companies have been sold out, many markets deregulated. Even nuclear power plants have been sold to foreign owners. There is no minimum wage. Immigration from the 25 European Union members is free.

The socialist government, with the support of the former Communist party, recently abolished the inheritance tax and the gift tax. Healthcare is to a growing degree produced by private companies - one of the largest hospitals in Stockholm is owned by a for-profit company listed on the stock exchange. The underground in the capital is run by a French company. The taxi business is open for entry and without regulation regarding fares. And the Swedish edition of Ayn Rand´s Atlas Shrugged has sold more than 10,000 copies since last year. This is just to mention a few examples."

Via Johan Norberg

Saturday, August 26, 2006

Histoganda

Falando sobre diversidade ideológica, continuo me surpreendendo com a falta da mesma no Brasil.

Ando lendo sobre a história americana, e no meio da indignação com a minha ignorância, resolvi tentar achar textos em português sobre o assunto. Achei esse, da editora Abril.

Na superfície não parece um texto tão ruim... mas é.

Como é que se pode contar histórias sobre "cobertores com sarampo" sem falar sobre scalping ou as torturas sofridas pelos jesuitas? Como querer falar da seven year war sem explicar que na América a guerra era chamada (por motivos óbvios) de French and Indian War?

Contem o número de vezes que a palavra império é usada (apesar de que no fim eles fazem uma mea culpa). Pior, eles usam referências como o super-ultra-loony Ward Churchill, aquele que chamou as vítimas do 9/11 de "little Eichmanns."

Eu sei que eu pareco disco quebrado, mas é dificil engolir essas coisas. Se alguém tiver um exemplo de um texto em português mais justo, é so falar.

Thursday, August 24, 2006

What is Left? What is Right?

Um dos aspectos mais interessantes aqui dos EUA é a diversidade ideológica. Muito além dos dois partidos e suas subdivisões, existe uma quantidade enorme de grupos e tendências que influem não somente o governo mas também o mundo privado.

Vejam essa coleção de textos da American Conservative (via ASS). Você acha de tudo. Desde o pessoal que acha a globalização é algo de esquerda, aos que acham que o esquerdismo econômico simplesmente acabou.

Na minha opinião, tentar agrupar essas várias correntes entre direita e esquerda é quase impossível. Concordo com o John Derbyshire, que diz que essas definições macro são no máximo useful as a first approximation. Mas só.

No fim das contas, essa variedade acaba promovendo ainda mais variedade. Eu por exemplo, não acho que me encaixo 100% em nenhuma das opiniões apresentadas nesses artigos. Pelo contrário, acho que alguns desses textos são tão absurdos quanto qualquer post do Blog do Emir.

I love it.

Friday, August 18, 2006

Why we become conservative

Does Age Quash Our Spirit of Adventure?

Será que essas mudanças biológicas tem algo a ver com as frequentes transformações de esquerdista para conservador que acontecem conforme as pessoas amadurecem?

Uma discussão interessante sobre isso aqui.

Thursday, August 17, 2006

Nations Unies

Ah, the french.

Meu 1/8 francês dói, mas a verdade é que a França é o melhor exemplo da fraqueza, inépcia e inconsistência que ameaça nossa civilização.

E mais: Se temos esse tipo de problema com uma das "potências do ocidente" para implementar uma solução tão unânime (quando comparado com os outros problemas da região), qual esperança pode se ter numa ONU que funcione?

Saturday, August 12, 2006

Uma agenda para crescer 9% ao ano

Muito interessante essa reportagem da Exame sobre esse estudo da McKinsey "Uma agenda para crescer 9% ao ano".

Não esperava diferenças de produtividade tão grandes. Mas no fim das contas, faz sentido. Principalmente quando se analisa os incentivos que existem num lugar e no outro. O sistema brasileiro é uma versão mal implementada do welfare europeu, aonde as 'recompensas' não existem mas a falta de incentivo para produção é brutal.

A informalidade é um reflexo desse sistema. Ela funciona como um 'workaround' da falta de dinâmica do mercado de trabalho, mas tem um custo indireto enorme: recompensa trabalhadores que ganham dinheiro suficiente para subexistência mas não o suficiente para chamar atenção das autoridades.

Mas apesar de ser um problema tão sério, ela é também o mais facil de se corrigir. Uma reforma completa das leis trabalhistas seria mais do que suficiente. Aqui nos EUA as empresas podem contratar e despedir quando bem entendem, com algumas exceções. E o sistema funciona.

Vale lembrar também que mesmo dentro de governos existem níveis diferentes de performance. Por coincidência, essa semana o MR publicou dois otimos posts sobre isso (Tyler e Alex). Desconfio que uma reforma trabalhista faria empregos públicos mais atraentes (pois seriam os únicos 'seguros') o que poderia contribuir para o aumento da qualidade de mão de obra no governo e consequentemente melhorar a eficiência do mesmo.

Um ponto não citado na reportagem (talvez seja parte do estudo) são os impostos absurdos sobre importados. Eu não sei dizer quais são as porcentagens oficiais, mas baseado em dados empíricos dá para ver que o nível é altíssimo.

Porquê um tênis fabricado no Vietnã custa 100 dólares nos EUA e 600 reais no Brasil?

Porquê um mesmo livro que custa 32 dólares nos EUA custa 150 reais no Brasil?

Qual é a lógica por trás disso? Quem é que se beneficia com esses impostos?

Isso precisa acabar.

Sunday, August 06, 2006

Capitalist Manifesto

Interessante essa reportagem da Newsweek sobre o "renascimento" do capitalismo na Europa. Sometimes os americanos se esquecem que mesmo os democratas daqui não são páreo para o bando que domina a Europa há tantas décadas.

Ainda há esperança.

Saturday, August 05, 2006

Friday, August 04, 2006

The French

Ted Nugent, a heavy metal guitar legend and devoted bow and arrow hunter, was being interviewed by a French journalist. Eventually, the conversation turned to his love of outdoor pursuits. The journalist asked, "What do you think the last thought is in the head of a deer before you shoot it? Is it, `Are you my friend?` or maybe `Are you the one who killed my brother?'"

Nugent replied, "They aren't capable of that kind of thinking. All they care about is, 'What am I going to eat next? Who am I going to screw next? and, Can I run fast enough to get away? They are very much like the French in that way."

Gajo bom

João Pereira Coutinho

Thursday, August 03, 2006

Malucos e terroristas

O covarde de Seattle foi indiciado ontem. Além de ter matado uma mulher de 58 anos e atirado em outras 6 (incluindo uma grávida), ele foi acusado de sequestro e recebeu o agravante de "hate crime".

De acordo com os documentos oficiais, Naveed Afzal Haq invadiu o Centro Judeu de Seattle falando "This is a hostage situation, and I want these Jews to get out."

He later added: “These are Jews, and I’m tired of getting pushed around and our people getting pushed around by the situation in the Middle East.”

Mas obviamente isso não foi ataque terrorista. Foi só um pobre maluco tendo uma crise.

Será que existe alguma dúvida que todo terrorista é maluco no fim das contas?

Tuesday, August 01, 2006

Mais um exemplo do lixo

Número de notícias sobre o Mel Gibson dirigindo bêbado e falando mal de judeus:

(Aprox. 4450)

Número de notícias sobre o louco muçulmano que atirou em 6 mulheres (matando uma) no Seattle Jewish Center:

(Aprox. 3500)

Agora, isso não leva em consideração a cobertura de TV, a proeminência dessas notícias nos jornais, etc. Não existe a mínima dúvida sobre qual teve mais atenção. E isso só conta o que foi publicado em inglês. Vocês ai no Brasil ouviram sobre alguma das duas? Qual teve mais destaque?

O que leva a esse lixo? Culpa da imprensa? Culpa da ignorância do povo? Qual é a causa e qual é a consequência?

Sunday, July 30, 2006

Syriana e Why we fight

Dizem que Darwin mantinha uma lista aonde ele anotava os argumentos contra as suas teorias, uma espécie de "reality check" para que ele não se perdesse na vontade de acreditar que estava sempre certo.

Eu não mantenho uma lista, mas tento fazer minha parte: Assisto todos os filmes/documentários/propagandas anti-EUA que eu vejo pela frente, sempre em busca de algo que me pareca uma crítica justa.

Esse fim de semana foram mais dois: Why we fight e Syriana.

Syriana é confuso, mas debaixo das cobertas a premissa é simples. A velha história de que o Middle East não se desenvolve porque forcas externas (i.e. Inglaterra, EUA) se beneficiam do atraso e do petroleo deles. Da para ver que eles não estavam interessados numa crítica séria pela forma como eles mostram o recrutamento dos terroristas. Todo aquele clima de "somos bonzinhos e no fim das contas nem percebemos que viramos loucos suicidas" é um absurdo. Assim como é absurdo o maniqueísmo entre o príncipe bonzinho e instruído que quer livrar o país dos americanos e o outro burro, corrupto e pró-ocidente. Enfim, nada de novo.

Já o Why we fight poderia ter sido bom. Os primeiros 45 minutos são relativamente balanceados. Eles deveriam ter explicado o porquê dos EUA terem criado o tal "military complex" que eles citam a cada 5 minutos, e o porquê do Eisenhower (eles mostram o discurso de despedida dele umas 10 vezes) ter reclamado desse aumento de gastos com o exercito MAS não ter feito nada para diminui-lo (eles nem citam como a guerra da Coréia começou ou "terminou"). Se o filme fosse realmente justo, teria que ter iniciado sua narrativa pelo menos em 1939, e explicado como era a situação do exército americano naquela época. Mas de qualquer forma, o ponto dessa primeira hora de que os conchavos entre os políticos e os executivos da indústria de defesa pode levar a decisões erradas sobre paz e guerra é válido.

Infelizmente, a segunda hora do filme é um desastre que poderia ter saído de um fakomentary do Michael Moore.

Um festival de lugares comuns e teorias absurdas sobre como os americanos são na verdade loucos facínoras. Na melhor delas, um dos sempre presentes disgruntled CIA officers explica porque o "imperialismo" americano é diferente: Ele diz que os americanos não querem território, e sim impor o free-market ao mundo para que as empresas americanas façam mais dinheiro. Pobres iraquianos, consigo até ver como serão obrigados a só comer MacDonalds e tomar coca-cola really soon.

Mas pior de tudo foi quando disseram que a imprensa foi boazinha demais durante a guerra do Iraque. Até o coitado do Dan Rather faz um discurdo loony no finalzinho. Só faltou a Cindy Sheehan.

Uma bela decepção.

Saturday, July 29, 2006

Meios, fins e desânimo total

Como cansa falar de política internacional. Eu bem que queria não me interessar tanto.

A loony left adora falar que "meios não justificam os fins". Mas qual foi a última vez que você ouviu claramente quais são os objetivos de Israel e quais são os objetivos do Hezbollah?

Como levar a sério esse papo de cessar fogo quando ninguém controla o Hezbollah? Vão chamar quem para assinar no lugar deles? Os sírios? Iranianos?

Novamente, o problema são os fins e não os meios. You HAVE to choose your side. Israel merece existir ou não? O Hezbollah armado merece existir ou não?

E o maior culpado de todos, mais até do que os próprios políticos, é a imprensa. Acho que daqui algumas décadas historiadores verão o dano que a imprensa atual causa ao mundo. Vejam isso, isso, e isso.

Melhor, vejam como a eles tratam esse encontro de dois loucos. O problema não é mal jornalismo, é falta de vergonha na cara.

E o segundo maior culpado? A ONU. 2000 soldados estacionados na fronteira entre Israel e Libano sem fazer NADA. Muitos deles nem andavam armados! A ONU destrói a cada dia que passa a esperança de uma força internacional realmente efetiva. É uma piada de mal gosto.

Israel, EUA, Inglaterra, todos erram. Mas existe sim uma diferença estrutural, lógica e indiscutivel, sobre o mundo que esses países defendem (mesmo quando colocam seus próprios interesses na frente) e o mundo dos Hamas, AlQaeda, Irã e Coréia do Norte.

Porque isso não é claro para o mundo todo? É difícil entender.

Wednesday, July 26, 2006

You have to pick your side

Uma entrevista esclarecedora com o presidente do Líbano, Emile Lahoud (grifos meus):

"Der Spiegel - Senhor presidente, o senhor é o comandante em chefe do exército libanês. O Líbano encontra-se em plena guerra, mas ela está sendo lutada por uma milícia no sul do país. Onde está o exército regular?
Emile Lahoud - Eu mesmo formei esse exército depois da guerra civil e integrei todos os grupos religiosos: muçulmanos, cristãos e drusos. Esse exército existe para garantir a paz interna, mas não é um exército para lutar uma guerra.

DS - A resolução 1559 da ONU exige que o exército controle todo o país - até a fronteira com Israel.
Lahoud - Ele faz isso. Mas não foi o exército que libertou o sul ocupado do país, foi principalmente a resistência que conseguiu isso. Sem essa resistência o Líbano ainda estaria ocupado hoje.

DS - O senhor está falando sobre o Hizbollah. Mas a retirada de Israel aconteceu seis anos atrás. Por que o Estado não cumpriu a tarefa definida pela ONU?
Lahoud - Naturalmente os redutos da resistência não são conhecidos.
Apesar da chuva de bombas, os israelenses foram incapazes de apresentar uma única foto de uma base da resistência destruída, porque eles não sabem onde estão.
As bases do exército, por outro lado, são bem conhecidas e é por isso que eles estão invariavelmente destruindo nossas forças armadas, e principalmente alvos civis.

DS - Mas permanece o fato de que Beirute deixou de estabelecer uma autoridade no sul - e é exatamente assim que Israel está justificando seus ataques.
Lahoud - Mas essa autoridade é o que Israel está destruindo. As forças armadas israelenses estão destruindo o Líbano, e a comunidade internacional não está tentando detê-las, mas dando-lhes mais tempo para completar seu plano de destruição.

DS - Os soldados seqüestrados deveriam ser devolvidos incondicionalmente, como Israel exige? O senhor considera legítimo usá-los como moeda de troca?
Lahoud - A troca de prisioneiros sempre funcionou perfeitamente no passado. Os alemães, principalmente, foram muito úteis nesse processo. Não está claro se isso acontecerá desta vez. O ambiente está carregado.

DS - Por favor explique sua relação com o Hizbollah. O que o senhor pensa sobre Hassan Nasrallah?
Lahoud - O Hizbollah goza de grande prestígio no Líbano, porque libertou nosso país. Em todo o mundo árabe você escuta: o Hizbollah preserva a honra árabe, e apesar de ser muito pequeno enfrenta Israel. E é claro que Nasrallah tem o meu respeito.

DS - A ONU quer aplacar o problema através de uma mobilização maciça de tropas internacionais no sul do Líbano.
Lahoud - Essa é uma proposta antiga, que é dificilmente realizável.
Enquanto o conflito entre Líbano e Israel permanecer sem solução, nenhuma força internacional adiantará, por maior que seja. Os problemas continuam latentes: a situação indeterminada das fazendas Schebaa, os prisioneiros libaneses em Israel e principalmente os refugiados palestinos no Líbano.

DS - Por que os palestinos?
Lahoud - Hoje temos cerca de meio milhão de refugiados palestinos no Líbano, e seu índice de nascimentos é três vezes maior que o libanês. É uma bomba-relógio. É o problema básico de nosso país, que levou à guerra civil em 1975 e continua sem solução. Hoje todos estão falando na resolução 1559 da ONU, mas ninguém menciona a resolução 194, que reconhece o direito dos palestinos de retornar [a Israel]. O Líbano é pequeno e não pode integrar os palestinos."

E ai? O que fazer com esse show de contradições?

A guerra de Israel é contra o Hezbollah. Se o governo do Líbano está do lado do Hezbollah...

Saturday, July 22, 2006

The key to wisdom: Strong Opinions, Weakly Held

"Perhaps the best description I’ve ever seen of how wise people act comes from the amazing folks at Palo Alto’s Institute for the Future. A couple years ago, I was talking the Institute’s Bob Johansen about wisdom, and he explained that – to deal with an uncertain future and still move forward – they advise people to have “strong opinions, which are weakly held.” They've been giving this advice for years, and I understand that it was first developed by Instituite Director Paul Saffo. Bob explained that weak opinions are problematic because people aren’t inspired to develop the best arguments possible for them, or to put forth the energy required to test them. Bob explained that it was just as important, however, to not be too attached to what you believe because, otherwise, it undermines your ability to “see” and “hear” evidence that clashes with your opinions. This is what psychologists sometimes call the problem of “confirmation bias.”

Bob Sutton via Marginal Revolution.

Iraq Coalition casualties



Está explicado porque não vejo mais notícias sobre o Iraque...

Thursday, July 20, 2006

Be Careful What You Wish for

"Nearly two-thirds of Americans believe the United States should stay out of the conflict between Israel and Hezbollah militants in Lebanon, according to a CNN poll conducted and released Wednesday by Opinion Research Corp."

O que acontece quando a "polícia do mundo" sai de férias? Se a história realmente se repete, estamos fritos.

Monday, July 17, 2006

Sometimes the underdog is just a dog

Essa guerra entre Israel vs Hezbollah deveria ser uma daquelas bem simples e claras. Israel foi atacado, sem provocação, e depois de 6 anos de paciência com o governo libanês, resolveu acabar com o problema diretamente.

Qualquer pessoa que queira a continuação da nossa civilização deveria estar torcendo muito para que Israel consiga matar logo os líderes do Hezbollah. Qualquer governo que tenha o mínimo de vergonha na cara deveria dar total apoio a Israel e exigir que o governo libanês faça o que puder para ajudar israel.

Mas não. Tudo que se fala é sobre a tal "moderacao de força" que Israel precisa mostrar.

Lembro que quando mataram os filhos do Saddam muitos disseram que "os EUA usaram força excessiva". O que diabo isso significa? Que eles deveriam ter disputado um duelo de pistolas com eles? Ou oferecido umas metralhadoras a mais?

Essa cultura de amor ao mais fraco é muitas vezes mais forte que a razão. A imprensa americana mostra os feridos libanêses mas nunca os israelenses. Quase ninguém ouviu a história da primeira vítima israelense que morreu na semana passada quando a guerra começou. Era uma aposentada que tomava chá no terraço do seu apartamento, atingida por um míssil. Não explicam que o aeroporto de Beirute foi bombardeado para evitar que os soldados raptados sejam levados para a Síria. Não falam nem mesmo que os foguetes que atingem Israel são lançados de dentro de casas libanêsas, aonde muitas famílias tem a "sala de foguetes". Muitos nem mesmo lembram que a enorme maioria desses mísseis são de fabricação iraniana.

E o que quer o Hezbollah? Quer a libertação de assasinos de israelenses. (Obviamente, a resposta certa é que o Hezbollah quer a destruição de Israel. É só perguntar para eles)

De muitas formas, Israel está pagando agora por ter cedido a esse movimento do "ajude o mais fraco" em 2000. Quando saiu do Líbano há 6 anos, o Hezbollah estava muito enfraquecido. Mas com ajuda da Síria, Irã e a inépcia do governo libanês, está mais forte do que nunca. Alguns dizem que eles atualmente tem 10 mil foguetes.

E é assim sempre. Os que acreditam que os mais fracos só se revoltam porque são mais fracos esquecem de olhar embaixo do tapete. Grupos como Hezbollah, Hamas, Alqaeda, etc, são o que são. O fato de serem mais fracos deveria ser motivo de alívio e não de pena.

Saturday, July 15, 2006

Wasted talent

Essa review do A Scanner Darkly está muito boa.

O filme não decepcionou. É provavelmente a melhor adaptação de livro para cinema que eu já vi. Diria que ficou até melhor que o livro.

Não deixem de conferir (especialmente os pró-descriminação das drogas).

Sunday, July 09, 2006

Global changes

I worry about global warming as much as the next guy, but it is always good to keep these things in perspective. Reason is always a good counter for Al Gore.

I think the biggest problem with the global warming debate is a lack of understanding of how much the earth changes by itself. I was really surprised to learn that from time to time the Earth’s magnetic field inverts. That is, what is south becomes north and north becomes south.

Sounds crazy science fiction, but it has happened several times and scientists think we are close to another inversion. Can you imagine the kinds of changes that this may bring?

Saturday, July 08, 2006

Beyond Red vs. Blue

Ano passado quando eu linei o Beyond Red vs. Blue, não tinha percebido que você pode responder um teste e ver em qual grupo se encaixa melhor.

Here is mine: Enterprisers

Saturday, July 01, 2006

Preferences vs discrimination

"One thing I have never had adequately explained to me by devotees of the anti-discrimination cult is whether paying customers should also be prevented from discriminating in their consumption preferences. Given that the relationship between an employer and an employee is simply a form of trade in services in return for money, it strikes me as rather peculiar that ALL forms of discrimination in trade are not outlawed consistently. For example, if I decline to purchase the services of a tradesman to fix my house (the exact same nature of transaction as if I were an "employer") because he happens to be Uzbek, should he have the right to legal redress against me as a "discriminating" customer?

Moreover, we also seem to be "discriminating" in the application of "anti-discrimination laws" in the workplace - employees are also parties to an agreement to trade services for money, so how come they are accorded no official opprobrium if they decline to sign a contract with, say, a Muslim employer? In short, anti-discrimination laws are an attempt to outlaw the motives of the purchasing party to an agreed trade, but only if they happen to own a shop!

The real principle that is being attacked here is "freedom of association" and private conscience. Consistently applied (i.e. in a non-discriminatory fashion), anti-discrimination laws have the effect of criminalising voluntary trade between consenting parties, while obliging them to trade with others on some arbitrary criteria, and even criminalising consumer preferences themselves. Forcing somebody to trade with someone else against their will is ethically indistinguishable from holding a knife to a tourist's throat in a crowded market and demanding they "pay" for your worthless merchandise (as is known to happen in some parts of SE Asia) - and it is long past due that the ideological hogwash known as "anti-discrimination" is struck from the statute books permanently.

So to conclude this short post, I most certainly do discriminate in my economic and social preferences, on all kinds of verboten grounds (including race, religion and sex), and there isn't a damn thing that any sanctimonious blowhard can do about it."

Mais aqui.

Thursday, June 29, 2006

I'm turning Japanese

Quantas pessoas conseguem começar um texto sobre economia com a frase "O ciclo menstrual das coelhas da Índia e das mulheres é regulado pelo cheiro"???

Brilliant!

"O Japão

O CICLO menstrual das coelhas da Índia e das mulheres é regulado pelo cheiro. Coelhinhas que vivem na mesma gaiola e meninas que compartilham o mesmo dormitório acabam tendo ciclos sincrônicos. O olfato se desenvolveu muito cedo na história de evolução dos mamíferos.

De vez em quando, o homem racional ainda sente saudades pelo nariz. Cheiro de frutas na sala de jantar escura e fresca num dia de verão-saudades da casa da minha avó. Os Estados Unidos cheiram a ar-condicionado, tapete e móveis de couro- cheiro de limpeza cortado pelo aroma da batata frita e da cebola do hambúrguer. Em Paris, de manhã, somos atacados pelo cheiro enjoativo do "fond" da cozinha francesa. O Brasil cheira a umidade e a maresia, que, na hora do almoço, desaparecem sob o cheiro gostoso do feijão refogado com alho.

No Japão, nada tem cheiro. Não se usam perfumes, pois invadem, sem permissão, o nariz alheio. Lojas de luxo vendem peixe fresco sem cheiro nenhum, junto com roupas e jóias.

O Japão está saindo de uma crise de 20 anos. Parou de crescer nos anos 80, depois da valorização do iene, acertada com os Estados Unidos, e de um processo de especulação imobiliária. De qualquer forma, continua sendo um dos países mais ricos do mundo. Agora, volta a crescer.
Por 20 anos, o mundo reclamou da demora em "reformar" as tradições japonesas-estabilidade no emprego, acordos entre os conglomerados e coordenação governamental de investimentos.

Finalmente, o Japão foi reformado. Hoje, o japonês enfrenta insegurança no emprego e desemprego. A distribuição de renda piorou. O número de pobres aumentou. Tóquio, cidade segura, já tem bairros pobres que não devem ser visitados por estrangeiros. Virou um país normal -desemprego, Exército, rivalidade com a China e problemas de imigração. A globalização invadiu o Japão como um perfume desagradável que não respeita lugar nenhum.

A dúvida sobre um segundo mandato para o atual governo brasileiro é se terá apoio parlamentar para aprovar reformas, inclusive no mercado de trabalho, que tornem o Brasil mais competitivo.

Não temos que nos preocupar. O país sofre há tempo com o capitalismo globalizado. Com ou sem reforma, já temos uma das piores distribuições de renda do mundo, desemprego elevado, pobreza e criminalidade. Não precisamos dessas reformas. Bastaria reduzir a taxa de juros, manter o superávit primário e comprar dólares para desvalorizar o real. É a reforma necessária para aumentar o emprego. E quem sabe, um dia, realmente ganhar do Japão.

@ - jsayad@attglobal.net

--------------------------------------------------------------------------------
JOÃO SAYAD escreve às segundas nesta coluna."

Monday, June 26, 2006

Esses capitalistas...

Buffett donates $37 billion to charity.

Isso significa que a Bill & Melinda Gates Foundation vai basicamente duplicar.

E um aspecto importante que nem todos entendem sobre essa mudança de empregos do Bill Gates, é que ele não está querendo simplesmente ficar fazendo photo ops e simplesmente distribuir dinheiro aos pobres. Ele quer descobrir maneiras eficientes de ajudar essas pessoas a sair da pobreza, assim como o objetivo da Microsoft era "colocar um computador em cada casa".

If anyone can do it...

Thursday, June 22, 2006

Superman is not gay

Foi bem interessante essa discussão lá no LLL.

Unfortunately, the left is doing what it always does: It is trying to solve a problem by creating another ,usually bigger problem (Alex defines himself as a libertarian but in this case his opinion is not libertarian at all. More on that later).

Talking about the “gay issue”, I believe there are actually two sides to be considered: the public and the private.

On the public side, an issue does exist. It is the fact that the government provides economic and legal incentives for hetero couples that are not provided for any other type of group. Conservatives justify such incentives based on the theory that traditional couples provide stability to society, and that it is in the country’s interest to provide rewards for being married and have children. Some data supports these claims. However, the legal benefits (inheritance issues, hospital visit rights, etc) are still an inheritance of the social/religious value attributed to traditional marriage. These are justified only by moral standards.

The libertarian approach to this situation is that government should not be involved in these issues at all. No incentives should have been given to hetero couples, not economic nor legal. If the government wants to promote the option of getting married, it should do it in a non-intrusive way (ads, speeches, etc). Civil unions could be created to solve legal arrangements, but no public subsidy should have been attached to them.

The progressive approach on the other hand, is to expand the problem by providing the same benefits to same sex couples. From the start this would increase the size and cost of these programs, which is always messy. Also, it would open a legal argument that could ultimately justify similar incentives to a number of other groups (like polygamists), compounding the problem in many unexpected ways.

These 3 positions are clear, just like in any other economic discussion. That's until we start to look into the private aspects of the debate.

Homosexuals are discriminated in several ways for many reasons. By definition, if any conflict involves violence it becomes responsibility of the State and therefore a public issue. In the past, the government turned a blind eye on these cases. Now a days, almost everyone agrees that these attacks are a shame and should be punished. There is no controversy there anymore.

But there is much more involved here besides violence.

Conservatives and libertarians believe the government should not directly interfere on private deals. It should not dictate how much money you make, who companies can hire and why they fire people. The left wants to make sure everybody is equal. One of the ways to promote this objective is by social pressure aimed to convert these private issues into public issues.

This is very simple, and unfortunately it has been working effectively for quite a while. The way they apply this strategy is by moving away from the concept of individual responsibility and into the “it is just something different” reasoning. That’s because if there are no better choices, or even better conditions, everyone is the same and any distinction in any area made between two individuals is pure discrimination.

Looking back at the LLL discussion, you can see that the great majority of people (Alex included) are happy to follow the “it is just different” tag line. Maybe unconsciously, they have completely accepted the fact that the final goal is not public justice for gays, but private equality. If you don’t believe that being gay is as desirable as being hetero you are a bigot racist monster.

Just like being strong is not better than being weak, being smart is not better than being dumb or being sober is not better than being wasted out of your mind. If everybody is special, nobody really is. Not even superman.

Saturday, June 17, 2006

Iraque, Alemanha e Japão



U.S. aid allocations (all grant assistance ) for Iraq appropriated from 2003 to 2006 total $28.9 billion. About $17.6 billion (62%) went for economic and political reconstruction assistance. The remaining $10.9 billion (38%) was targeted at bolstering Iraqi security. A higher proportion of Iraqi aid has been provided for economic reconstruction of critical infrastructure than was the case for Germany and Japan.

Total U.S. assistance to Iraq thus far is roughly equivalent to total assistance (adjusted for inflation) provided to Germany — and almost double that provided to Japan — from 1946-1952.

For Germany, in constant 2005 dollars the United States provided a total of $29.3 billion in assistance from 1946-1952 with 60% in economic grants and nearly 30% in economic loans, and the remainder in military aid. Beginning in 1949, the Marshall Plan provided $1.4 billion with the specific objective of promoting economic recovery. Prior to that, U.S. aid was categorized as Government and Relief in Occupied Areas (GARIOA). Adjusting for inflation, the constant 2005 dollar total for Marshall Plan aid was $9.3 billion, of which 84% billion was grants and 16% was loans. (West Germany eventually repaid one-third of total U.S. assistance it received.)

Total U.S. assistance to Japan for 1946-1952 was roughly $15.2 billion in 2005 dollars, of which 77% was grants and 23% was loans. Most of these funds were provided through GARIOA grants. Japan repaid $490 million of the total postwar assistance. Of the $2.2 billion in total aid, an estimated $655 million, or almost a third, went to categories that would mostly contribute directly to economic recovery (industrial materials, including machinery and raw goods; petroleum and products; and transportation, vehicles, and equipment). Most of the rest went for agricultural equipment, foodstuffs, and food supplies with smaller amounts spent on medical and sanitary supplies, education, and clothing.

U.S. assistance to Germany and Japan largely consisted of food-related aid because of severe war-induced shortages and the need to provide minimum subsistence levels of nutrition. In Iraq, humanitarian aid has been a minor part of the assistance. Expectations also have changed. Countries today have much higher expectations of what the United States should contribute to reconstruction in Iraq relative to what was expected following World War II. Germany and Japan also are larger than Iraq — both population and size of their respective economies — and the extent of war damage to each country’s industrial capacity was different. Iraq also faces an insurgency that deliberately sabotages the economy and reconstruction efforts, whereas there were no resistance movements in either Germany or Japan.

Mais aqui.

Friday, June 16, 2006

Individualismo, esse monstro

Artigo fantástico esse do Le Monde.

Como bom cidadão solidário, aqui vai o texto para vocês pobres irmãos injusticados que não podem ler o conteúdo pago:

"Vitória do neoliberalismo torna virtude o que era visto como um defeito: o individualismo

Análise: França solidária x França liberal - o país está dividido entre os defensores de um projeto coletivo e do interesse geral, e os expoentes do individualismo neoliberal e do "cada um por si"

Jean-Louis Andreani
Em Paris

Esperança coletiva, solidariedade social e política...

Essas palavras eram as mais utilizadas em maio e junho de 1936 (quando a Frente Popular, uma coalizão dos partidos de esquerda então no poder, instituiu muitas leis trabalhistas, tais como a das férias remuneradas). Setenta anos depois deste "belo verão", o contraste é espantoso entre a França da Frente Popular, por vezes ingênua com o seu entusiasmo excessivo, em particular no plano internacional, e aquela do verão que está começando: não há mais nenhum projeto coletivo, instaurou-se uma angústia social multiforme, enquanto a solidariedade está em frangalhos diante dos avanços de uma verdadeira ideologia do individualismo.

De fato, uma nova linha divisória veio se sobrepor às diversas fraturas que já tomaram conta do país, para desenhar duas Franças: a da solidariedade, e aquela do "indivíduo-rei", que por vezes vem a ser a do cada um por si.

Vale reconhecer que, no âmbito da população, a generosidade e o cuidado com os outros sempre se opuseram ao egoísmo e à indiferença. Mas a vitória das idéias neoliberais, a partir dos anos 80, proporcionou ao individualismo uma justificativa política e econômica.

Combinada com o fim das grandes esperanças coletivas das quais se alimentava a esquerda, a consagração do neoliberalismo transformou numa virtude aquilo que era anteriormente considerado como um defeito francês. Simultaneamente, o advento de uma sociedade cujos valores essenciais são o indivíduo e o dinheiro fortaleceu ou recriou a necessidade de solidariedade entre aqueles que ficam entristecidos com esta evolução num plano humano ou que a recusam de um ponto de vista político.

De um lado, portanto, temos uma França seduzida pelas idéias liberais. Para ela, o indivíduo é o conceito essencial, a concorrência o melhor regulador da sociedade, a lei do mercado uma regra intangível e salutar. A defesa das conquistas sociais, a recusa do crescimento das desigualdades, ou ainda a intervenção da potência pública na economia, acabaram sendo marcadas pelo selo do "arcaísmo", ou, até mesmo, do "partidarismo oculto do comunismo".

O princípio de precaução (segundo o qual medidas precisam ser tomadas quando existem razões suficientes para acreditar que uma atividade ou um produto pode causar danos à saúde ou ao meio-ambiente), que está inscrito na Constituição, não passa de um sinal de cautela excessiva e de recusa do progresso. Com isso, uma certa indiferença para com os outros, fora do circulo familiar e das relações privadas, é com freqüência o corolário dessas idéias, mesmo se ela não é confessa ou assumida.

Do outro lado, a França solidária revolta-se contra a exclusão; fica indignada com as desigualdades que existem tanto na França como no resto do mundo; defende os serviços públicos "à francesa"; recusa a preeminência econômica das idéias liberais, agita-se no âmbito daquilo que de vez em quando vem tomando as aparências de uma "contra-sociedade" nostálgica dos grandes movimentos do passado. Não raro esses militantes da solidariedade se sentem decepcionados com a política, na qual eles não mais encontram o que procuram para satisfazer sua vontade de engajamento coletivo.

O crescimento avassalador desta necessidade de solidariedade é perceptível de diversas maneiras. Assim, em 21 de maio, dezenas de milhares de pessoas manifestaram em Paris com música e debaixo da chuva, tendo como única palavra de ordem a solidariedade internacional para com os países do Sul duramente atingidos pela pandemia de Aids. Da mesma forma, pela primeira vez, a editora Autrement publica um "guia da solidariedade" chamado a se tornar anual --"Ensemble, Initiatives solidaires en France, Guide 2006" ("Juntos, iniciativas solidárias na França, Guia 2006", editora Autrement, 320 pág., 18 euros).

A discrepância volta a ser encontrada em relação à concepção da Europa, das relações internacionais, etc. Ela se reproduz nas forças políticas, sociais, na Igreja. Sem estarem engajados à esquerda, alguns cristãos recusam uma doutrina que deixa os mais fracos "à beira do caminho". Nas periferias, eleitos de direita sabem que apenas uma forte solidariedade dos habitantes entre eles e do país com elas poderia permitir às suas comunas saírem da situação de crise e do marasmo.

Ainda no campo da direita, alguns eleitos locais constatam os danos sociais provocados pelo aumento dos preços no setor imobiliário e lamentam que apenas o mercado governe o acesso à moradia. Inversamente, uma parte da esquerda moderada mostra-se sensível ao canto das sereias liberais. En particular, este é o caso da "esquerda caviar", conforme sublinha Laurent Joffrin no seu livro, "História da Esquerda Caviar" (editora Robert Laffont).

A fratura
A fratura/ruptura entre essas duas Franças talvez seja mais profunda do que aquela que opunha a direita e a esquerda durante os anos 60 e 70. Na época, ambas agiam em nome do interesse geral, mesmo se os dois campos tinham uma idéia diferente do que esse interesse vinha a ser.

Hoje, os liberais os mais radicais, ou os mais sinceros, contestam a própria existência deste interesse geral. Eles escoram sua concepção nos princípios de Adam Smith, um economista escocês do século 18, segundo o qual a situação mais adequada para todos resulta do livre jogo da busca, por parte de cada um, do seu interesse pessoal.

O pai do liberalismo econômico morreu em 1790, um ano depois do início da Revolução francesa, que fundamentou justamente uma filosofia política inversa: desde 1789, toda a história política da França foi construída em função da idéia de que o Estado republicano representa e defende um interesse geral que não resulta da soma dos interesses particulares.

Ora, os neoliberais os mais radicais, dentro da linhagem dos postulados fundamentais do thatcherismo (definidos por Margaret Thatcher, que foi primeira-ministra do Reino-Unido de 1979 a 1990), preferem ficar excluídos deste consenso.

Assim, um site na Internet intitulado "A página liberal, a atualidade dentro de uma visão liberal", publica um texto cujo autor, Georges Lane, sublinha: "Aos olhos da classe política e dos meios de comunicação, é considerada ultra-liberal toda pessoa que raciocina a partir do ser humano (...) e não a partir do conceito vago de "sociedade", toda pessoa que sustenta que o ser humano (...) age em função do seu interesse pessoal e não levando em conta um suposto interesse geral".

Este texto remete ao de um outro autor, que expõe suas idéias, entre outros, no site do Instituto Hayek, o qual goza de uma audiência importante. Sob o título "A Raposa no Galinheiro", François Guillaumat sustenta que "a opção de não interferir na vida política, econômica e social" não sacrifica (...) o interesse "da sociedade aos interesses particulares", uma vez que "só existe um interesse (...) para seres vivos individuais". Este texto afirma também que todo "poder político se baseia em última instância no poder de prejudicar, na capacidade de destruição".

Vale reconhecer que o extremismo que esses textos expressam não é compartilhado pelo conjunto dos liberais franceses. Mas o questionamento do papel do Estado, e até mesmo da ação política em si, a visão muito individualista da sociedade, são efetivamente a fonte da sua abordagem.

É difícil dimensionar ao certo a importância relativa das duas Franças, a solidária e a liberal. Em todo caso, é certo que elas não mais se entendem e que elas conversam cada vez menos entre elas. O seu principal ponto de encontro talvez seja a apropriação das novas tecnologias no manuseio das quais, por meio de utilizações diferentes, as duas são exímias. É muito pouco para alimentar a coesão de um corpo social."


Enquanto isso, na terra dos montros desiguais e gananciosos, o homem mais rico do mundo vai se aposentar para poder dedicar mais tempo a sua fundação. Ele já disse que o plano é doar 95% da sua fortuna.

Ah, a realidade, essa destruidora de sonhos.

Tuesday, June 13, 2006

Can't stop it

Ah, mais uma pérola do mestre. Vejam só:

"* Comentário do narrador da rede norte-americana ABC, durante o jogo México x Irã: "Caminhando pelo estádio de Nuremberg onde se realizavam os comícios nazistas, não dá para não ficar imaginando o que pensam os jogadores iranianos sobre a posição do seu líder sobre o Holocausto". Nesta segunda-feira, jogam EUA e República Tcheca. Aguardo ansiosamente o comentário do narrador sobre como os norte-americanos se sentem jogando para um país que apoiou Hitler de 1933 até 1938. Êta povo que não se enxerga."

Por onde começar? Será que ele sabe a definição de neutralidade? Ou mesmo a história dos Neutrality Acts? Aliás, é notório que o bias nesse periodo foi sempre à favor dos aliados, da Inglaterra à China. Querer comparar aquela doutrina isolacionista (que era defendida por esse mesmo grupinho de progressistas que ele faz parte, by the way) com o atual ditador que prega o extermínio de judeus e nega completamente a existência do holocausto não é somente ignorância. É muito, muito mais.

E quem é exatemente esse "povo que não se enxerga", hein cara pálida? Comentaristas em geral? O pessoal da ABC? Os americanos?

Eu devia deixar pra lá. Mas não dá.

Sunday, June 11, 2006

O limite entre ceticismo e loucura

Com a palavra,Clóvis Rossi:

"Sem rosto
HAMBURGO - Estranho mundo esse em que um homem tem tantos rostos que acaba não tendo nenhum. Nem se tem certeza absoluta de que de fato exista. Não obstante, virou inimigo público número um (ou dois) do Ocidente. Refiro-me a Abu Musab al Zarqawi, suposto líder da Al Qaeda no Iraque, morto na quinta-feira. Digo suposto porque o fato de o governo Bush ter mentido a respeito da existência de armas de destruição em massa no Iraque torna duvidosa qualquer outra afirmação até que ela possa ser comprovada por fontes independentes. Como a Al Qaeda é uma franquia cujos operadores não têm sede, QG, CEP, e-mail etc., não parece possível verificar se tudo o que seus supostos líderes dizem ou tudo o que dizem a respeito deles é verdadeiro ou falso. De alguma maneira, essa anomalia torna tão horrenda a guerra contra o terrorismo como as próprias horrendas guerras do século passado. Uma coisa é derrotar Hitler, de endereço certo e sabido, controle de um território também certo e sabido. Outra é enfrentar as mil faces do terrorismo. Diz o Centro Nacional de Contra-Terrorismo (EUA) que Zarqawi tinha agentes operativos em 40 países e vínculos com 24 grupos extremistas. Derrotar Hitler era derrotar o nazismo. Ponto. Matar Zarqawi é o quê? "É uma aposta segura [dizer] que as hostilidades [no Iraque] atingiram um nível de intensidade que não mais requer as mortíferas provocações de Zarqawi", escrevem para "The International Herald Tribune" os especialistas Daniel Benjamin e Steve Simon. Poderiam acrescentar que os atentados aos trens de Madri (2004) e a meios de transporte de Londres (2005) também prescindem desse homem sem rosto. Não é um mundo fácil para se viver ou até mesmo para entender."


Eu já esperava todo esse blablabla sobre a não-importância do Zarqawi. Isso aconteceria qualquer que fosse o terrorista morto. Se fosse o Bin Laden, ele já não era mais "operativo". Assim como o Saddam, que só era importante enquanto estava livre.

Mas essa loucura de duvidar que o Zarqawi fosse o que era me surpreendeu. Eu aliás, já me convenci que sou ingênuo quando o assunto é a cara de pau da midia. A lógica de que os EUA poderiam ter inventado o Zarqawi porque "mentiram" sobre as WMDs não é só louca, é muito burra. Afinal, se o problema fosse um governo que simplesmente inventa o que quer, porque as WMDs não foram "achadas" after all?

Temos um exército de especialistas no Oriente Médio. Gente que não representa o governo Bush, e muitas vezes discorda da guerra. Gente como o Eliot Cohen, professor do Strategic Studies na Johns Hopkins University's School of Advanced International Studies. Dentre esses, quase ninguém duvida que o Zarqawi era o que era: um ruthless sanguinário, representante da AlQaeda no Iraque.

Dá para ser do contra e ao mesmo tempo ficar no mundo real. No finzinho, o Rossi até tentou costurar uma crítica racional a situação atual. Mas o estrago da falácia original continuou lá.

O resumo da opera é que gente como o Rossi continua querendo acreditar num mundinho que não existe. Um lugar aonde tudo é culpa dos EUA, e aonde "Nem se tem certeza absoluta" de que pessoas como o Zarqawi "de fato existam". E obviamente ele não está sozinho.

Nisso o Rossi tem razão: Não é um mundo fácil para se viver ou até mesmo para entender.

Thursday, June 08, 2006

Ainda sobre a popularidade do Lula

Gilberto Dimenstein concorda com o Smart e companhia, e mostra com números porque os programs sociais são realmente o motivo da atual popularidade do Sapão:

"Em 2004, por exemplo, nesse segmento mais pobre, o aumento da renda per capita foi de 12%, para um crescimento médio, no país, de 3% -é um movimento que, embora em menor intensidade, vem desde 2000 e perdura até agora."

Mas ele também nota que "Lula é beneficiário da herança bendita de FHC. Herdou a estabilidade de preços e os programas sociais, depois unificados no Bolsa-Família. Alguém teria de ser desonesto para não admitir a influência dessas conquistas nos bons índices do presidente. Assim como seria desonesto não admitir que Lula soube ampliar e aprimorar essa herança. Arrisco dizer que FHC é o grande eleitor de Lula. O drama agora é saber o que virá com a herança maldita a ser deixada por Lula, talvez para ele mesmo, de aumento dos gastos do funcionalismo e das aposentadorias. No seu segundo mandato, caso vença, Lula colherá a tempestade que ele próprio semeou, com a diferença de que não poderá culpar ninguém."

Wednesday, June 07, 2006

Who do you trust

Outra pesquisa, dessa vez do Gallup, sobre quais instituições os americanos confiam:



A minha maior surpresa foi a péssima performance da imprensa no geral. Desconfio que a enorme queda na confiança nos "big business" deve ter sido gerada mais pelos gritos populistas que surgiram com a alta do petróleo do que pelos escândalos financeiros.

Politicamente, é interessante ver como a imagem do congresso consegue ser muito pior que a do presidente apesar das polêmicas do Bush. Mas vale notar que o grupo que mais perdeu confiança no Bush foi o dos Republicanos (-11%), comparado com Democratas e Independentes (-8%).

How globalized are you?

Nacionalidade dos produtos que eu uso:

Relógio - Japan
Laptop - China
Sapato - China
Óculos - China
Carro - Germany
Calca - Sri Lanka
Cueca - República Dominicana
Jaqueta - Vietnam
Camisa - Honduras
Livro - USA
TV - Japan
Mesa de jantar - China (Taiwan)
Toalha de banho - China (Taiwan)
Câmara fotográfica - Malaysia

Ah esses americanos racistas...

Pesquisa da AP-Ipsos sobre como certos paises vêem seus imigrantes:

Poll

Friday, June 02, 2006

Quando 2+2 = 5

A parte mais interessante dessa notícia sobre o Partido dos Pedófilos holandês é a explicação deles para a proposta de diminuição da idade legal para relações sexuais para os doze anos (e eventualmente sem limite algum):

"A proibição serve apenas para deixar as crianças curiosas".

Parece absurdo, mas não podemos esquecer que essa lógica criminosa é a mesma usada pelo pessoal que prega a legalização de drogas. É a idéia louca de que o aumento da disponibilidade e consequente diminuição de preço de um produto tabu X (drogas, pornografia, planos de saúde, etc) terá um efeito diretamente oposto ao aumento da oferta de qualquer outro produto "não tabu", isto é, diminuição da demanda.

O mais estranho é que esse pessoal "progressista" vive repetindo que o crime é conseqüência direta do ambiente social, que crime produz crime, mas ao mesmo tempo acredita que um ambiente aonde drogas são socialmente e criminalmente aceitas será de alguma forma menos acolhedor às drogas e todas as suas unintended consequences.

Loucura pura.

Sunday, May 28, 2006

Aparecer para crescer

Carlos Heitor Cony responde a minha pergunta na Folha de hoje:

RIO DE JANEIRO - Nenhuma surpresa para mim a "pole position" de Lula na próxima eleição. Não havendo fato novo, ele vai encaçapar mais um mandato. Isso está longe de significar que fez por merecer uma nova investidura.
Sabemos que Lula não é inocente nos casos de corrupção que vieram à tona recentemente. Nelson Rodrigues diria que até as cotias do Campo de Santana, aqui no Rio, sabem que ele é o responsável principal por tudo o que houve em matéria de corrupção. Como explicar, então, o seu favoritismo, que tende a crescer, entre outros motivos, por falta de concorrentes categorizados? A explicação é simples. Nos últimos quatro anos, não houve brasileiro com maior índice de exposição nas diversas mídias do que o presidente da República.

Para o eleitorado esclarecido, 25% ou 30% da população, a exposição pode ter sido até negativa. Mas, para o grosso do eleitorado, a exposição é tudo, torna determinado cidadão conhecido de outros ou de todos os cidadãos. Uma regra não-escrita garante que a relação candidato-eleitor se apóia basicamente no conhecimento.

E Lula vem de longe. Desde o tempo das lutas sindicais, passando pelas eleições que perdeu e pelos três anos e meio em que apareceu na mídia mais do que Ronaldinho Gaúcho ou qualquer outro artista da TV. Não há brasileiro que não o conheça ou o confunda com outros personagens de nossa vida pública. Bom ou mau, não importa.

Tenho experiência no assunto. Há tempos fui entrevistado no programa de Roberto D'Avila sobre literatura e amenidades. No dia seguinte, fui abordado por um desconhecido que declarou que votaria em mim para o que fosse, vereador, deputado, senador, governador, o escambau. O programa durou 30 minutos. Se demorasse mais, até para papa ele votaria em mim.

Quickies

60 milhões em ação

Ando sem muito tempo para o blog. O que não deve importar nada, principalmente se você é chegado num blog chinês.


Slave to the grind

O motivo para a minha falta de tempo é meu emprego. E para desespero geral dos malemolentes, procrastinadores e bon-vivants em geral, tenho que dizer que estou adorando.

Qual a diferença do meu emprego atual para os anteriores? Não é o salário, status, ou qualquer outro tipo de benefício material. Muito menos alguma afinidade especial com as pessoas ou com a filosofia da empresa.

A diferença é o tamanho do desafio.

Só mais uma prova empírica de que dinheiro sozinho não traz felicidade.


Uribe

Nem toda a AL esta indo para o lixo. Apesar dos pesares (não é chato ter que escrever isso sempre?) a lista de sucessos do Uribe não é pequena:
- Homicídios caíram de 36 mil por ano em 2002 para pouco mais de 17 mil em 2005 (24% menos do que em 2004).
- Seqüestros caíram de 3 mil para menos de mil anuais no mesmo período uma queda de 72% em relação a 2003.
- O país cresceu no ano passado 5,2% e duplicou as exportações em quatro anos, para US$ 24 bilhões. Ainda em 2005, o crescimento dos investimentos privados atingiu 15%.
- Desempego caiu para 11,8%, enquanto a taxa de pobreza caiu de 60% a 49%

Todos esses números são os melhores dos últimos 20 anos.

Thursday, May 25, 2006

Ajudem um exilado ignorante

Preciso da ajuda de vocês.

Não estou sendo irônico, nem querendo criar polêmicas do nada. Mas eu preciso entender como, depois de tudo que aconteceu, o Lula vai ser reeleito.

Please, quem for comecar com a história de que eu não sou democrático, que o Bush é pior, e que o Corinthians não ganha de times argentinos não precisa responder.

Eu quero entender de verdade qual é a lógica desses milhões de pessoas que ainda preferem votar no Lula.

É porque eles acreditam que ele era o único honesto num grupo de corruptos? Ou é porque eles acham que a situação do pais está melhor do que na era FHC? Pura ideologia? Masoquismo?

Da onde vem esse poder, esse força politica e popular que faz uma crise muito pior do que a do Collor parecer brincadeira?

I must be missing something.

Monday, May 22, 2006

He is the man!

Toda vez que eu fico meio desanimado e penso em dar um tempo no blog, aparece algo que me anima novamente.

E quem mais poderia ter o poder de mudar meu humor de forma tão rápida? Meu novo herói, a maior descoberta da imprensa dos últimos anos: JOÃO SAYAD.

Vejam a última dele (novamente, é impossível não postar o texto todo):

"Major Sertório com Vila Nova

NO SENTIDO leste-oeste, as ruas de Washington têm nomes de letras. No sentido norte-sul, são numeradas. O Banco Mundial está na 19 com a M. As ruas formam um quadriculado cortado diagonalmente por avenidas com nomes dos Estados: a Casa Branca está na av. Pensilvania. Mas o desenho cartesiano das ruas é perturbado por vias expressas que obedecem à lógica do excesso de carros irracional e poluente.

Localizar-se em Washington, com a expectativa de racionalidade dos nomes das ruas, acaba-se tornando difícil. Algumas ruas se contorcem diante de praças e rotatórias apenas para manter a regra geral. A avenida Pensilvânia faz uma pirueta para continuar com o mesmo nome num outro lugar.

Mais fácil se localizar na Paris romântica, que pensou mais na beleza do que na razão. Ou no Rio, marcado pela natureza, com mar e montanha. Porque não há expectativa de racionalidade no desenho das ruas dessas cidades.

Washington reflete o espírito liberal americano, que pretende difundir a "racionalidade" no mundo inteiro. A razão transformará o mundo num Estados Unidos imenso e racional. Teremos todos a mesma ética. O Oriente Médio adotará o regime democrático. E a América Latina adotará práticas de mercado. Como se todos nós, americanos, brasileiros e palestinos fôssemos seres que, se iluminados pela razão, faríamos as mesmas escolhas. Ganhar a Copa do Mundo? Morrer pelo paraíso de leite e mel prometido pelo Islã? Ou apenas ganhar dinheiro? .

O espírito liberal americano é o discurso do mundo inteiro. Na semana passada, o governo de São Paulo foi criticado por ter negociado com os bandidos do PCC. Qual o critério ético para escolher entre justiça e paz? Justiça a qualquer preço, como querem os terroristas? Ou paz a qualquer preço, como decidiu Chamberlain ao entregar a Tchecoslováquia ao nazismo?

Punição e vingança? A punição é apenas um mal necessário para evitar a privatização da vingança. Não diminui a criminalidade.

A decisão foi negociar-paz agora, justiça depois. Está certo do ponto de vista ético? E se houve negociação, deveríamos mentir? Qual a escolha ética -mentir ou comprometer a imagem de implacabilidade da Justiça?

Vinte anos atrás, a criminalidade não era problema grave. Há 20 anos o Brasil cresce devagar. A trégua com os bandidos é tão irracional ou racional quanto a política de combater a inflação agora para crescer depois.

Foi a única alternativa para podermos sair de casa para um cafezinho na esquina da Major Sertório com a doutor Vila Nova e para uma conversinha sem sentido."


Mais uma vez, um clássico. A completa confusão ideológica. A falta de conexão de idéias. A total ausência de estrutura gramatical.

Amazing.

Thursday, May 18, 2006

O último apaga a luz

Essa entrevista do tal Cláudio Lembo não poderia ser mais reveladora. Um exemplo clássico dessa retórica socialista que vem destruindo países pelo mundo todo.

Quando eu lí Atlas Shrugged achei que aquela história de "greve dos produtivos" era meio maluca. Mas conforme o tempo foi passando a idéia foi fazendo mais e mais sentido.

Não seria lindo se a "burguesia", a "elite branca" brasilera simplesmente sumisse?

Bom, de certa forma isso já acontece e esse pessoal nem percebe. Eu nunca fui rico, principalmente quando morava no Brasil. Mas de acordo com a ideologia doente desse pessoal, era parte da burguesia, da "minoria branca muito perversa". E ai eu pergunto: Será que o país se beneficiou com a minha saída?

Não. E pior de tudo, agora esse mesmo pessoal que me mandou embora me critica dizendo que eu fui covarde e não fiquei até o fim para "ajudar" o país a sair do buraco (leia-se, trabalhar o resto da minha vida e dar uma parte cada vez maior do meu dinheiro para os outros).

E vale sempre lembrar que o sujeito é do PFL, o partido "liberal de direita" do Brasil.

Como eu já tinha dito várias vezes, uma situação extrema tem sempre seu lado bom. É uma "wake up call", uma prova concreta que o esquema atual não está funcionando. Mas qualquer possibilidade de melhora é diretamente dependente da capacidade de se entender qual é o esquema atual. E isso so é possivel com lógica e bom senso.

E é isso que falta ao Brasil.

Wednesday, May 17, 2006

You know you're getting older when...

Everything hurts, and what doesn't hurt doesn't work...

You fell like the morning after, and you didn't go anywhere the night before...

Your knees buckle and your belt won't...

You can only burn the midnight oil until 9 o'clock...

The twinkle in your eyes is the sun hitting your bifocals...

Your back goes out more often than you do...

And another sure-fire way to know you're getting older is when...

Cards like this start showing up on your birthday!

Saturday, May 13, 2006

Mancha no carpete

Só mais uma coisinha rapida:

"É nessas horas que até entendo Lula quando ele parece demonstrar muito mais irritação com a esquerda, da qual é originário (ainda que uma esquerda jamais perfeitamente definida), do que com o centro ou a direita, apesar das insinuações de conspiração contra ele (uma rematada tolice, mas tem gente que acredita em tolices com extrema facilidade).
Quando Evo diz que os contratos de empresas como a Petrobras não foram rompidos, porque eram "ilegais e inconstitucionais", você pode concordar ou discordar. Mas como é que você pode concordar com alguém que diz uma coisa num dia e outra inversa no dia seguinte?"

Moral da história: Nunca leiam Clóvis Rossi e bebam café ao mesmo tempo.

Profecia

Holy Cow! I mean, horse!

Só peço uma coisa: Lembrem que a profecia é minha.

Friday, May 12, 2006

Clóvis Rossi

Estou escrevendo para comentar seu editorial “Cadê os profetas?” para Folha de SP, 11 de maio.

Apesar de começar dizendo que a carta do Mahmoud Ahmedinejad é assustadora, o seu texto acabou sendo um exemplo perfeito das falácias que o presidente iraniano usa e abusa na carta.

Isso fica claro quando se analisa os exemplos usados para mostrar que a democracia “está excluindo grande e até crescente número de pessoas”. Aqui vão algumas considerações sobre seus argumentos:

- Entre 1915 e 1997, a taxa de mortalidade infantil nos EUA caiu mais de 90% (fonte)
- O maior motivo por trás do recente aumento citado não é um suposto aumento da pobreza ou diminuição da qualidade no sistema de saúde nos EUA, e sim o aumento do número de prematuros. Recém-nascidos com menos de 32 semanas contaram por 41% dessas mortes em 2002. Isso só acontece porque a tecnologia melhorou e muitos casos complicados não são abortados como antes. (fonte)
- A proporção de imigrantes nos EUA comparado com outros países desenvolvidos é muito maior. Esses grupos tem uma taxa de mortalidade infantil muito maior, o que leva a média para cima (o número entre brancos americanos é 5.65 por mil).
- Mesmo quando se analisa o estudo citado, 99% das mortes no nascimento vem de países em desenvolvimento. Você resolveu usar os EUA porque foi conveniente. Mas se o assunto é o liberalismo e democracia, seria melhor ter comparado os paises desse grupo com os outros, como o próprio Irã.

Resumindo, você usou a forma mais comum de manipulação: a seleção enganosa dos dados. Por exemplo, veja só alguns dados recentes muito mais relevantes que você resolveu ignorar:

- New Record for U.S. Life Expectancy - CDC: Babies Born in 2004 Have Life Expectancy of 77.9 Years
- 2004 U.S. death rate shows biggest decline in decades

Eu poderia listar discrepância igualmente absurdas sobre a estatística citada sobre a pobreza nos EUA. Mas o tempo é limitado.

Eu não sou jornalista. Perdi 30 minutos do meu tempo para pesquisar esses fatos. Acho irresponsável usar sua posição de formador de opinião de forma tão tendenciosa (anti-liberal, anti-americana, é difícil saber exatamente). Nesse caso em especial, suspeito que seu texto ajudou muito mais a causa do Ahmedinejad do que a da democracia e progresso.

Thursday, May 11, 2006

Thanks Barton

Estava pronto para escreer um post sobre a carta do presidente mujadinho alguma coisa para o Bush, quando lembrei da minha cena preferida de Barton Fink. É quando o agente (Garland) está falando sobre a proposta de Hollywood, e o Fink começa a discursar sobre como o trabalho dele é sobre o 'homem comum', e que ele queria criar um teatro do povo para o povo, etc, etc. De acordo com o imdb, o resto do dialogo é assim:

Garland: The common man will still be here when you get back. Who knows, there may even be one or two of them in Hollywood.
Barton: That's a rationalization, Garland.
Garland: Barton, it was a joke.

Se você não toma cuidado, começa a levar tudo à sério demais.

Tuesday, May 02, 2006

Here we go

"When opposite basic principles are clearly and openly defined, it works to the advantage of the rational side; when they are not clearly defined, but are hidden or evaded, it works to the advantage of the irrational side."

Ontem foi um ótimo dia para o capitalismo.

Coca Morales cumpriu suas ameaças e oficializou a volta do comunismo à América Latina. Em grande estilo, com exército e tudo mais. Muito mais eficiente do que o Chávez e seus "diplomatas". Bem de acordo com o May day. E logicamente esse foi só o começo folks.

Como diz a frase citada acima da Ayn Rand, o extremismo às vezes é bom. Quando um insano do calibre do Morales realmente faz o que diz que vai fazer, pelo menos estamos lidando com conceitos claros. Ele é isso ai. O povo da Bolivia escolheu esse caminho (Que não é novo btw, já que esta é a terçeira vez nos últimos 100 anos).

Eu quero mais é que ele continue com o plano e estatize tudo. Quero que eles finalmente consigam fazer o oligopólio vermelhinho que o Che sonhava, e que dessa vez a coisa chegue num extremo em que as pessoas vejam o que é que esta em jogo. Como lembrou o Tiago, quem sabe a bola da vez não será o Acre?

Só assim vai acabar o romanticismo doente desse pessoal. Foi assim com o Leste Europeu, e será assim com a América Latina. As pessoas só aprendem na porrada.

Saturday, April 29, 2006

Morales no olho dos outros é refresco

A notícia mais engraçada da semana foi essa de que o Lula reclamou do Morales para o Kirchner e Chávez.

Até o jeito que ele reclamou foi engraçado. Ao inves de ser honesto e dizer que o problema foi a ameaça de tomar propriedade brasileira na mão grande, ele disse que o problema é o "nível de agressividade" do Mr. Coca Morales.

Sério, ou esse pessoal é burro demais ou a cara de pau é maior do que eu podia imaginar.

Eu acho bem feito, e torço muito, muito mesmo, para que o Morales tome tudo que possa: Petrobras, EBX, etc. Ele podia até começar a invadir a Amazônia (com certeza deve existir alguma disputa de 200 anos atrás que ele vai envocar).

Já está mais do que na hora desses "socialistas" sentirem na pele as conseqüências das maluquices que eles defendem.

Friday, April 28, 2006

United 93

I thought I still remembered well 9/11.

I remember listening to the radio when the American 11 crashed into the North tower, and how the news talked about a ‘small plane’ hitting the building. I remember standing in a little kitchen with my coworkers and watching the second plane hit the South Tower, just like a movie. I remember how everybody was in a unreal, kind of frozen state, talking about all kinds of theories for all that inexplicable spectacle. I also remember how everybody ran in panic when we heard the news about another airplane hitting the pentagon, just a few miles away from where we were.

When I watched United 93 today, I realized that I really had started to forget.

And that is why this movie is good, and important. Yes, for everyone who was affected on that day it will be painful. But that is unavoidable. That was a painful awakening, and the worst thing that can happen is that we all go back to sleep and all those deaths get buried and forgotten.

I wrote a few days ago about how worried I was about some people not understanding clearly who are the two sides that are fighting here. The whole fallacy about “not having a clear evil” like we had with the Nazis.

Now, I understand this movie is not 100% a documentary, since we will never know exactly what happened inside that plane. But that is really a moot point. What is really important here is that the movie shows, and without dispute, what happened that day. It shows who were the brutal, cold blooded assassins and who were the innocent victims. It shows how those terrorists wanted to kill for the sake of killing, and how they used civilization against itself. It shows pure and simple Evil, for anyone to see.

It’s actually easier to think that the whole situation is more complex, that violence is never the answer, and that those men had other goals besides cutting infidels throats and burning office workers to death. If that was the case, maybe the US could change some diplomatic policy and who knows, maybe these crazy people would just turn out to be nice Samaritans and everybody would hold hands and live in peace.

That world does not exist. Some people, some ideologies, are so morally corrupt that the only way to deal with them is with force. Destroying them before they have a chance to destroy us all. That is how they see us. Consequently, if we stand any chance to win this war, that is how we must see them.

If you still don’t believe it, just watch the movie. Next time it could be you in that plane.

Thursday, April 27, 2006

A well-oiled political machine

It’s always surprising to see how irrational people are.

Take this ‘oil crisis’ for instance. Neither Republicans nor Democrats are making any sense, and part of the reason for that is that the public’s reaction for the crisis doesn’t make any sense either.

Democrats have been telling us for over 30 years that oil was about to end. That SUVs were the creation of evil, that the US should decrease consumption immediately and rise taxes like Europe, and that at the end if nothing was done this would lead us to our demise.

Republicans on the other hand, have been telling us for the last 30 years that there was plenty of oil, that SUVs only existed because price of oil was cheap, and that once the real decline on production started the market would alert consumers and ultimately we would find a replacement when it was really needed.

Well, both were right. And the rise of oil prices is proving it.

Oil’s price is going up because the balance of supply and demand is shifting. Partly because of whom the top exporters are (Saudi Arabia, Russia, Norway, Iran, Venezuela, United Arab Emirates, Kuwait, Nigeria, Mexico, and Algeria), partly because of global growth, and also because of geopolitical circumstances.

In any way, the overall message that higher prices tells us is that, at least in short term, it is time for a change.

Isn’t that exactly what democrats wanted? Isn’t it happening exactly the way Republicans said it would?

For instance, one of the proposed solutions for the crises is the use of ethanol. Brazil has been using it for decades. Why? Because oil price in Brazil has been kept artificially high for decades.

Oil prices have been going up for years. Nobody likes to pay more at the pumps, and that is easy to understand. But to think that this problem is going to be solved by splitting up oil companies or forcing them to pay CEO’s less is just ludicrous.

Saturday, April 22, 2006

O perigo da equivalência moral

Um dos artifícios mais usados pelos socialistas para justificar suas medidas de Social engineering é a equivalência moral.

A lógica é simples: Quando qualquer mal é igualmente perverso, fica muito mais fácil justificar as atrocidades cometidas pelos partidões da vida. Afinal, qualquer pessoa, qualquer país, é cheio de defeitos por menores que sejam.

Infelizmente essa idéia se expandiu de uma maneira incrível, e hoje em dia é um dos problemas mais evidentes da cultura ocidental. E eu nem estou falando mais sobre a discussão entre comunismo e capitalismo. O problema atual é bem pior.

Hoje mesmo eu vi vários exemplos desse tipo de comportamento. Primeiro, um radio host aqui de Seattle chamado Michael Medved, entrevistou um sujeito chamado James Reston Jr, autor desse editorial absurdo no USA Today, aonde ele compara os EUA atual com a Espanha da época da inquisição.

O Medved tentou de todas as formas entender como é que este cara podia comparar um período com o outro, e tudo que o tal escritor dizia é que Guantanamo era um absurdo.

Oras, eu mesmo não concordo com a situação de Guantanamo. Mas comparar a prisão de 500 prisioneiros de guerra com a perseguição e assassinato de milhares de pessoas (estima-se pelo menos 125 mil mortos) que cometerem o único erro de não acreditar no mesmo Deus que o Rei é um completo e total absurdo.

É tão absurdo quanto comparar a tortura daquela época, como a famosa Iron Maiden, com a "tortura" de hoje, que pode incluir música alta da Cristina Aguilera ou ser interrogado por uma mulher de saia.

Qual é o perigo prático desse tipo de falácia? Este. Vejam o seguinte parágrafo:

"E nem adianta discutir quem tem razão, quem tem moral ou não tem. Ao contrário da Segunda Guerra Mundial, quando os dois lados antagônicos se tornaram precisos, sendo fácil distinguir o Bem do Mal, no terceiro conflito que estamos vivendo a confusão é geral."

Por maiores que sejam os erros americanos, a simples idéia de que um brasileiro não sabe qual lado deve apoiar é altamente preocupante.

É esse tipo de irracionalidade que faz esse pessoal aceitar na boa declarações absurdas como essa, políticas assassinas como esta, e continuar enchendo o peito quando dizem que o Bush é o demônio na terra.

Esta é uma das vantagens, talvez a maior, que esses bárbaros atuais tem: Eles não tem dúvida nenhuma sobre de que lado estão.

Thursday, April 20, 2006

Facing Down Iran

Esse editorial do Mark Steyn para o WSJ é talvez o melhor resumo que eu já li sobre a situação atual do Irã.

É longo, muitos diriam chato, mas é uma leitura obrigatória para qualquer um que quer começar a entender porque estamos aonde estamos, e como esse momento atual pode determinar o futuro não só do Oriente Médio, como do mundo as we know it.

Who is the strong and who is the weak horse? Are we going to choose the bad or the worse option?

The time is now. Our lives depend on it.

Sunday, April 16, 2006

Jack Rocks

- If Jack Bauer was in a room with Hitler, Stalin, and Nina Mayers, and he had a gun with 2 bullets, he'd shoot Nina twice.
- 1.6 billion Chinese are angry with Jack Bauer. Sounds like a fair fight.
- Jack Bauer once forgot where he put his keys. He then spent the next half-hour torturing himself until he gave up the location of the keys.
- Jack and Jill went up the hill. Only Jack came down. Jill was a fucking terrorist.
- Killing Jack Bauer doesn't make him dead. It just makes him angry.
- Jack Bauer sleeps with a gun under the pillow. But he could kill you with the pillow.
- Jack Bauer has no friends, because as a child when he would play cops and robbers, the robbers would all be interogated and killed.
- Nostradamus once predicted in his journal: "In the century 21st, the one known as Jacques will be the savior of the world... five seasons in a row." Moments later, Jack Bauer knocked down the door, shot Nostradamus in the kneecaps, and yelled "WHO ARE YOU WORKING FOR?!"
- When life hands Jack Bauer Lemons, he kills Terrorists. Jack Bauer fuckin' hates lemonade.
- On Jack Bauers Tax Returns, he has to claim the entire world as his dependants.
- It took God six days to get His job done; Jack has 24 hours.

Mais aqui

5 coisas que eu não entendo

1 - Ateus (de blogueiros à cientistas) que se preocupam com qualquer religião.

2 - Porque arquitetos brasileiros famosos são sempre comunistas pré-históricos?

3 - As diversas maneiras em que celebridades milionárias tentam fazer a vida de seus filhos mais difícil.

4 - Apple rodando Windows (acho que ninguém, nem mesmo as 2 empresas, sabem exatemente quem se vai se beneficiar com isso).

5 - Quem ainda não entendeu que o Irã quer briga de qualquer jeito.

Thursday, April 13, 2006

Medo de avião

Leandro Konder, professor titular de filosofia da educação da PUC-RJ, para a Folha de hoje:

"Esquerda e direita no Brasil, hoje

Ninguém pode pretender negar diversos progressos no movimento da história. A humanidade, hoje, se beneficia de conquistas importantes na área da medicina, por exemplo. Podemos ser operados com anestesia, suavizar dores com analgésicos. Dispomos de meios de transporte rapidíssimos, helicópteros, aviões. Nossas casas têm luz elétrica, água encanada, esgoto. Vemos filmes, acompanhamos seriados na TV, ouvimos rádio. E, cada vez mais, utilizamos os computadores, a internet.

Tal como está organizada, a sociedade gira em torno do mercado, de acordo com um sistema que alguns chamam de "economia de mercado", e outros, de "capitalismo". Até hoje, não surgiu nenhum sistema tão capaz de fazer crescer a economia. As experiências feitas em nome do socialismo não manifestaram força própria suficiente para competir, no plano do crescimento econômico, com o capitalismo.

O modo de produção capitalista não tem vocação suicida, e nada indica que ele esteja a ponto de morrer de morte natural. Seus representantes na arena política recorrem à repressão quando necessário e fazem concessões quando conveniente. Os trabalhadores têm feito conquistas significativas, do século 20 para cá; visivelmente não sentem saudades do tempo em que eram obrigados a jornadas de trabalho de 12 horas."

...

"Essa chave é o instrumento simbólico mais eficiente da ideologia dominante (que, como dizia Marx, é sempre a ideologia das classes dominantes): é ela que insiste em nos convencer que as desigualdades sociais são naturais, que não há alternativa para o capitalismo, que o socialismo já foi tentado e fracassou. É ela que sustenta que as liberdades precisam se enraizar nas elites para depois, lentamente, chegar ao povão. Empunhando a chave, com a costumeira cara-de-pau, a direita pede paciência aos trabalhadores e promete que, com o tempo, eles vão se beneficiar de melhores condições materiais de cidadania, tal como aconteceu com as conquistas da medicina, os aviões e os computadores, que demoraram, mas vieram.

Permito-me perguntar: vieram mesmo?"

Não é incrível como esses esquerdistas adoram se contradizer?

É sempre impressionante o cabresto ideológico que amarra esse pessoal. Eles não tem a minima vergonha de chorar a morte da USSR, ou de continuar analisando a sociedade em 'classes'.

Já imaginaram como deve ser a aula desse cara?

You spread the word around

Guess who just got back today?
Them wild-eyed boys that had been away
Haven't changed, haven't much to say
But man, I still think them cats are crazy

The boys are back in town
Spread the word around
The boys are back in town
The boys are back in town
The boy's are back, the boys are back

The boy's are back in town again
Been hangin' down at Dino's
The boy's are back in town again

Friday, April 07, 2006

Os indecisos da semana

A ONU, só para variar um pouquinho.

A doida. (Qum pode ter votado nessa mulher?)

E para mostrar que nem todos indecisos são loons: Eu. Será que não é melhor mandar esse FDP para outro mundo de uma vez?

Sunday, April 02, 2006

Who Watches the Watcher?

É difícil comemorar essa zona toda armada pelo PT. Primeiro, porque tirar sarro desse pessoal que acreditava que um bando de ignorantes que nunca tiveram sucesso em aspecto nenhum da vida iam salvar o país é quase que cruel.

Segundo, e mais importante, porque o pior ainda pode estar por vir.

--x--

Corrupção existe em qualquer lugar. É uma das inúmeras consequências da centralização do poder. A solução para esse problema foi, e sempre será, a limitação desse poder.

Aqui nos EUA, essa questão é pelo menos compreendida e debatida, e o tamanho do Leviathan é de certa forma controlado.

É no fim das contas um problema simples, que o povo brasileiro resolveu ignorar (ou não entende) e consequentemente ainda nem comecou a debater.

--x--

Estou lendo On Classical Economics do Sowell, e uma das coisas que mais me chamou atenção foi o conflito ideológico dos economistas clássicos.

Diferentemente do que a lenda conta, Adam Smith e seus contemporâneos não eram um bando de defensores do status quo que queriam defletir a nova geração "pro social" capturada depois por Marx. A maioria deles buscava constantemente mecanismos capazes de modificar as injustiças sociais da época. Porém, eles eram honestos o suficiente para enxergar que essas intervenções estatais eram, na grande maioria das vezes, mais prejudiciais do que benéficas, e acabavam tendo que defender um governo pequeno (algo próximo de Laissez-faire) por pura obrigação intelectual.

Não é exagero dizer que, economicamente, o povo brasileiro está uns 3 séculos atrasado. E estamos pagando caro por isso.